- Capítulo Doze -

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O Poder da confiança

— Povo de Animale, hoje, iniciaremos o segundo dia do torneio com resiliência por parte da família real. Ontem, o príncipe Cicco cometeu um ato inescrupuloso e passível de uma punição severa. Deste modo, eu o convoquei aqui, para que ele pudesse se desculpar diante do povo que um dia ele irá liderar. Eu, rei Crésus, peço desculpas diante de todos pela atitude que o meu filho teve ontem — vociferou o rei deixando o orgulho de lado e reverenciando o seu povo.

A plateia levantou-se de imediato e saudou o rei gritando em uníssono.

— Vida longa ao rei Crésus!

Ao ver a reação do povo com o pai, o príncipe Cicco se sentiu mais confiante em pedir desculpas em público.

— Meu povo, peço desculpas pela atitude que tive ontem. Eu estava movido pela raiva e falta de maturidade... — iniciou o príncipe Cicco, fazendo uma pequena pausa, para conter a emoção e o nervosismo. — Estou realmente arrependido do que fiz e clamo a todos por per... — continuou ele, mas antes de finalizar o discurso, um senhor gritou, interrompendo-o:

— Sai daí, príncipe maldito.

— Você tomou a poção da maturidade instantânea, para adquiri-la de ontem para hoje? — gritou uma senhora que estava mais a frente.

— Você foi preconceituoso chamando o guerreiro de plebeu. Graças ao trabalho dos "plebeus" que o nosso reino é rico. Não somos seu povo — gritou uma mulher do outro lado.

— Fora ao príncipe maluco! — gritou a mulher de capuz que Luiz havia visto na estalagem.

Subitamente, o povo começou a atirar frutas podres no príncipe Cicco. Enquanto isso, o rei Crésus se afastou e caminhou em direção à tribuna de honra. O príncipe não aguentou a pressão e começou a chorar, ele tentou se esquivar, mas as frutas vinham de todos os lados. Em pouco tempo, ele e Alfie já estavam com os corpos cobertos de restos de frutas podres. E o povo não cansava.

— Por favor, me perdoem — bradava o príncipe Cicco humilhado.

Luiz e Kiara se colocaram de frente ao príncipe. O povo cessou o ato, surpresos com a atitude do rapaz e de sua protetora.

— Povo de Animale, eu e Kiara ficamos felizes com o carinho de vocês, mas não precisa disto. Acreditamos que o príncipe Cicco se arrependeu do que fez e lembramos a todos que todo ser merece uma segunda chance. Uma oportunidade de consertar o que fez. Não precisava disso. É muito difícil um príncipe e um rei se desculparem pelo que fizeram, vamos respeitar o futuro rei de vocês e lhe ofertar uma chance de recomeçar — bradou Luiz com imponência.

O povo reverenciou Luiz e gritou em uníssono:

— Que os dias de Luiz Asaf e de Kiara sejam eternos e felizes!

O rei Crésus mais uma vez se surpreendeu com o rapaz e olhou para ele da tribuna de honra, com admiração.

Princesa Valentina assistia àquela cena com lágrimas nos olhos ao lado do rei. Todos os membros do conselho real estavam emocionados. Aquela atitude havia tocado muito mais pessoas, pois muitos estavam com os olhos aguados.

O príncipe Cicco abraçou Luiz chorando e balbuciou no ouvido dele:

— Obrigado! Que os deuses te abençoem.

Luiz retribuiu o abraço com tapinhas nas costas do príncipe e voltou para a coxia da arena, enquanto o príncipe Cicco caminhou até a tribuna de honra para se juntar aos seus familiares.

Luiz Asaf e o Elo AnimaliumWhere stories live. Discover now