Nos mudamos para uma casa no interior de São Paulo, era uma casinha bacana até, tinha mais espaço que a nossa última. Viemos a família toda, eu, meu marido e meu filhinho.
A nossa vida seria simples ali, como o emprego do meu marido estava pagando bem, muito bem, decidimos que ele ficaria bancando a casa enquanto eu procurava emprego, não queria que ele assumisse todas as contas sozinho, mas pelo menos poderia passar mais tempo com meu filhinho.
Meu filho tinha adorado a nossa nova casa, vivia correndo por todo o lado, corria por todos os cômodos da casa com seu brinquedinho, um boneco de ação genérico.
Um dia desses me levantei de madrugada para usar o banheiro e encontrei o meu filho conversando com alguém baixinho em um canto escuro da sala, mas não havia ninguém ali, meu filho estava sozinho.
- Oi filho. - Perguntei, meu filho parecia ter sido pego de surpresa. - O que o mocinho esta fazendo acordado às 3 da manhã?
Meu filho olhou um pouquinho para o canto escuro e depois para mim.
- Eu estou brincando um pouco com o Bob. - Falou ele com toda a inocência do mundo, ele devia estar falando do brinquedo dele, mas pensei que se chamava Jorge.
- Bob é o novo nome do seu boneco meu querido?
- Não, é o nome do meu amigo.
- Que amigo? - Algo em mim estava achando estranho a situação, meu filho apontou para o canto escuro enquanto me encarava com aqueles olhinhos inocentes.
- Aquele mamãe.
Então eu encarei a parede, de inicio achei não haver nada, mas depois achei que talvez aquele canto estava talvez mais escuro, talvez as sombras estivessem densas...
- Mamãe. - Meu filhinho chamou. - Ele disse que queria ser meu amigo.
- É mesmo? - Perguntei, entrando na brincadeira. - Fala para ele que só deixo ser seu amigo se brincarem de dia, não de noite. - Dito isso, tomei meu filho em meus braços e carreguei-o até a sua cama, no meio do caminho meu filhinho ficou acenando para a parede como se estivesse dando um tchau.
Coloquei meu filho para dormir e voltei para minha cama, meu marido ainda estava roncando, cansado pelo serviço, o que me fez lembrar que preciso arranjar um emprego logo. E meu filho precisava de mais amigos na sua escolinha, ele estava começando a criar amigos imaginários.
No dia seguinte já havia acordado e estava fazendo o café da manhã, meu marido ainda estava no banheiro, se barbeando, enquanto meu filho corria descontroladamente pela casa, o que ele fazia sempre.
- Mamãe. - Meu filho me chamou, puxando meu avental levemente.
- Oi filho. - Atendi ao seu chamado, estava ocupada passando o café, mas isso poderia esperar.
- Posso chamar o Bob para brincar antes de ir para a escola?
- Ah o seu amiguinho da parede? Pode sim.
- Eba! - Meu filho pulou de alegria, e depois apontou para os meus ombros. - Vem Bob!
- O Bob está atrás de mim?
- Não mãe, ele esta montado em seus ombros.
Aquilo me fez ter uma sensação esquisita.
O dia se passou e meu filho começou a desenhar algo logo depois que voltou da escola, passei o dia inteiro com a sensação de que havia um peso nos meus ombros.
Meu marido apareceu com o boneco do meu filho, o Jorge, em mãos, aparentemente o boneco estava sem cabeça e pregado em uma cruz improvisada com gravetos apenas com barbante. Quando meu filho notou Jorge, seu bonequinho, ficou surpreso.
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Contos de medo e horror
HorrorOlá amigos! Gostam de histórias de terror? Então vieram ao lugar certo, sentem-se, não se acanhem. Eu prometo não morder, já as histórias aqui... elas mordem.