Amigo imaginário pt.2

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Eu fiquei desesperada, meu filho sumiu, procurei pela casa toda, chamando pelo meu menino, mas não tive nenhuma resposta, ele não estava em casa. Mas havia aquela mancha negra na parede, uma sombra negra que agora que estou pensando no assunto, tinha exatamente o tamanho do meu filho.

Voltei correndo pela casa, desesperada, voltei para a sala e vi aquela mancha sombria no canto da parede. Eu tinha sensações ruins sobre ela, algo medonho.

Fiquei um bom tempo observando-a, só percebi que meu marido chegou quando entrou com tudo pela sala, estava com um sorriso bobo no rosto.

- Oi amor. - Me deu um beijo na bochecha. - Como foi lá na psicóloga?

Meu marido não sabia de nada, não sabia que o nosso filho sumiu.

- Amor, o nosso filho sumiu. - Falei, quase chorando.

Meu marido achou que eu estava brincando, procurou nosso filho pela casa, depois voltou com uma expressão de dúvida.

- Amor, onde esta o nosso filho? - Perguntou meu marido, mais serio dessa vez, o sorriso desapareceu do seu rosto.

Estava triste e desesperada, mostrei o desenho de nosso filho para ele e depois a mancha negra na parede, meu marido ainda parecia confuso, não podia culpa-lo, eu mesmo quase não acreditava no que estava acontecendo.

- Isso è algum tipo de brincadeira? - Perguntou meu marido, ainda incrédulo.

- Espero que seja brincadeira também.  - Só percebi as lagrimas escorrerem pelo meu rosto no final da frase.

Meu marido olhou para a mancha na parede como se ela fosse um animal perigoso, um cão raivoso rosnando e esperando a gente virar as costas para atacar.

- Preciso fazer uma ligação... - Falou meu marido, como se soubesse o que fazer.

- Precisamos chamar a policia! - Falei.

- Não, acho que não. - Falou meu marido, como se não tivesse certeza do que estivesse acontecendo mas soubesse o que fazer.

- Vai ligar para quem então?

- Meu pai.

- Seu pai? - Perguntei incrédula.

Ele não me respondeu, pegou o telefone e ligou para seu pai, conversou sobre coisas que não entendia, sobre alguém finalmente ter voltado e coisas assim.

- Ele esta vindo para cá, acho que vai vir de táxi. - Falou meu marido colocando o telefone no gancho.

Eu continuei desesperada enquanto esperava o meu sogro aparecer, foram os trinta minutos mais longos da minha vida. Quando meu sogro finalmente apareceu, meu marido deu um abraço apertado.

- Me deixe ver a mancha. - Falou meu sogro.

O levamos até a mancha, meu sogro o olhou com medo e pavor, depois vasculhou em uma pequena maleta que trouxe por algo, retirou uma bíblia e soltou um longo suspiro.

- Vocês devem estar se perguntando o que esta acontecendo, certo? - Falou meu sogro tentando ser muito paciente, mas eu pude sentir o medo em sua voz.

- Pai, é daquela historia que você me contava quando eu era criança? - Falou meu marido.

- Sim, dela mesma.

- Que historia? - Perguntei.

Meu marido olhou para o meu sogro, que assentiu .

- É uma longa historia, a história do meu pai. - Começou meu sogro. - Meu pai era um frei que acompanhava um exorcista em seu trabalho, os dois exorcisaram muitos demônios juntos, a maioria era falsa, não passavam de pessoas querendo chamar atenção. Mas em casos muito raros, eles apareciam, demônios possuindo corpos de pessoas, o trabalho deles era expulsar essas tais criaturas do inferno do corpo dessas pessoas. O último exorcismo dessa dupla foi o mais estranho, o caso foi de varias crianças de um quarteirão sendo possuídas ao mesmo tempo, depois de um tempo tentando exorcizar elas, constataram que estavam possuídas pelo mesmo demônio... agora não lembro o nome dele...

Contos de medo e horrorOnde histórias criam vida. Descubra agora