Antonio estava passando pela ponte que sempre usava para voltar para casa, enquanto andava viu um homem na sacada da ponte encarando o rio com águas marrons que passava por baixo.
Antonio parou quando reconheceu a pessoa, era Seu Geraldo, seu vizinho velho e rabugento, estava observando o rio como se estivesse esperando por algo. Antonio ia passar diretamente por ele, já que não gostava do senhor de idade, mas o aparente interesse do homem no rio o deixou curioso, portanto tomou coragem e foi até ele.
- Oi. - Começou Antonio, com palavras curtas para chamar atenção, Seu Geraldo olhou em direção ao jovem. - Observando os peixes hoje?
Seu Geraldo voltou a olhar para o rio confuso e depois olhou novamente para Antonio.
- Pensei ter visto uma sombra grande nestas águas, mas acho que não foi nada de mais. - Falou o velho, Antonio percebeu que Seu Geraldo além de falar mais calmo que o normal parecia fisicamente cansado.
- Olha... - Antonio parecia procurar as palavras, não queria parecer desrespeitoso com o senhor de idade. - Não sou a pessoa mais indicada para isso, mas acho que pode ter sido um peixe.
- Talvez. - Falou Seu Geraldo sem ter certeza.
Seu Geraldo ficou encarando o rio, procurando por essa tal sombra, Antonio, curioso, se encostou na sacada também para ver se encontrava essa tal sombra, mas tudo o que via era a água marrom do rio.
-Ali! - Gritou animadamente Seu Geraldo apontando para o rio. - Achei ela! Ali! Ela está ali!
Antonio olho para onde o seu vizinho apontava e não viu nada. Voltou a sua atenção para Seu Geraldo mas se espantou ao ver que o velho estava retirando seus sapatos e os colocando cuidadosamente no chão.
- Ei! O que está fazendo? - Perguntou Antonio.
- Ele está me chamando! - Dito isso Seu Antonio pulou da ponte e caiu nas águas marrons do rio antes mesmo que Antonio pudesse agarrá-lo.
Antonio colou seu peito na sacada do rio para ver se o corpo de Seu Geraldo estaria boiando, mas o corpo desapareceu sem deixar vestígios.
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Anos mais tarde, Antonio passava pela ponte como sempre fizera a sua vida inteira, todos os dias pensando em como Seu Geraldo pulou daquela ponte, a polícia tinha procurado por seu corpo pelo rio inteiro, mas ele nunca fora encontrado.
Antonio sempre olhava para ás águas marrons do rio enquanto passava pela ponte, e hoje, ele a achou, uma sombra visível estava parada no fundo do rio marrom.
Antonio a olhava com muita curiosidade, queria saber se era ela que fez aquele senhor pular da ponte, estava convencido que foi aquela tal sombra daquele dia que fez Geraldo sumir nas águas do rio.
A sombra estava lá parada, imóvel, Antonio começava a ficar decepcionado, pensava que a sombra fosse algo mais perigoso, mas este não era o caso. Antonio Concluiu que era algum sofá jogado no rio e resolveu voltar para a casa.
Quando estava quase com os dois pés para fora da ponte, Antonio parou subitamente, estava com uma expressão chocada em seu rosto. Havia sentido um chamado, não ouvido, mas sim sentido, como se algo estivesse comunicando com seu corpo, com sua alma.
Antonio voltou para observar a sombra, ela ainda estava lá, imóvel.
- Entendi.
Antonio tirou os sapatos cuidadosamente, os colocou no chão e pulou no rio, seu corpo desapareceu e nunca mais foi encontrado.
De vez em quando algumas pessoas que passam por essa ponte acabam encarando a água, raras vezes elas tiram o que quer que estejam calçando e se jogam nas águas, nenhum corpo foi encontrado até hoje.
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Contos de medo e horror
HorrorOlá amigos! Gostam de histórias de terror? Então vieram ao lugar certo, sentem-se, não se acanhem. Eu prometo não morder, já as histórias aqui... elas mordem.