Contos de medo e horror

O que tem ali?

Eu acordei sufocante, não sei onde estou, tudo o que vejo é a escuridão. Acho que estou no meu quarto, o que é estranho, pois pensei que estava na rua, junto com a minha amante quando a minha namorada me flagrou do outro lado da rua e.... um forte clarão...

ARGH! Não me lembro de mais nada!

Preciso me levantar... ue... já estou de pé? Pensei que tinha acabado de acordar e.... o que é isso que estou tocando? Espera! Não estou no meu quarto! Não reconheço nada do que toco! Só tem paredes aqui e elas são duras e frias como se fossem pedras, não são retas, é como se fosse uma caverna!

Tudo bem! Tudo bem! Nada de pânico! Posso pegar o meu celular e iluminar o lugar. Mas o que é isso no meu bolso? Vou retirar para ver o que é. Hã!? Isso é uma pedra, havia uma pedra no lugar do meu celular! Que porcaria! Vou jogar ela longe! Pelo meu tato só consigo sentir uma pedra! Vou jogar ela longe! Não preciso de uma pedra!

A pedra desapareceu na escuridão mas não fez barulho... isso foi estranho, as pedras deviam fazer barulho não? O quê!? AS paredes! Eu estou sentindo elas, elas estão se mexendo, estão se aproximando e deixando o espaço cada vez mais apertado! Um aperto silencioso.

Não tenho escolha senão correr, e enquanto corro, percebo que meus pés não fazem barulho, percebo que estou correndo ás cegas por uma longa caverna, percebo que estou ofegante mas não sai barulho nenhum de minha boca, percebo que a escuridão não tem fim! Percebo que estou desesperado...

E enquanto corro, as paredes vão me apertando, cada vez mais, cada vez mais, cada vez mais, DROGAAAAAAAAAAAAA! ELAS ESTÃO TÃO APERTADAS QUE ME PRENSARAM! VOU MORRER! VOU MORRER! VOU MORREEEEEEER! ESTOU DESESPERADO! SOCORRO! POR FAVOR! JURO NÃO TRAIR MAIS A MINHA NAMORADA! JURO PARAR DE ROUBAR DINHEIRO DOS MEUS PAIS! JURO QUE VOU PARAR DE AGREDIR MENDIGOS NA RUA! DEUS! POR FAVOR! ME AJUDE! 

Abro os olhos, aliviado, nem percebi que tinha fechado eles nessa escuridão, que atitude inútil. Percebo que as paredes da caverna pararam antes que me esmagassem, mas perto o suficiente para não me matar. Agora estou preso, somente consigo me mover se raspar o meu corpo entre as paredes.

Mesmo assim eu vou.... o que foi isso? Um grito? Foi o de uma mulher, e foi bem familiar. Outro grito, eu reconheço esse grito de algum lugar. Juliana? Minha namorada? Ela está aqui?

Outro grito, esse veio do outro lado, e diferente d outro, não foi um grito de dor. Mais uma vez eu reconheci esse grito, era o da Michele, minha amante.

E agora? O que eu faço?

Vou ajudar a Juliana, ela é a minha namorada, que se dane a Michele. Vou me arrastando entre as paredes que quase me prensaram, mas estou sentindo algo cair em mim. Pego aquilo que parece ser um fio de cabelo que caiu no meu ombro, como está escuro, preciso usar os dedos para sentir o que é, foi quando senti se mexer que percebi o que era. Era um verme!

Joguei bicho asqueroso em qualquer canto e continuei meu resgate pela Juliana, me arrastar estava cada vez mais difícil, as paredes pareciam que aos pouco estavam se estreitando mais e mais. Outro grito atrás de mim, era o da Michele de novo, dessa vez parecia que ela estava mais perto e um pouco menos... humana?

Que se dane ela!

Vou continuar a me arrastar loucamente até achar a Juliana e... o que foi isso que caiu em mim? Outro verme! Droga! Caiu mais um? E mais um! Estão caindo aos montes, todos em cima de mim!

Comecei a me mover loucamente, outro grito da Michele, mais perto e menos humana. Mesmo assim eu estava me apressando para sair dessa situação. Pisando em cima dos vermes eu estava me arrastando loucamente pelas paredes.

Eu acho que estou quase chegando, sinto que estou quase chegando!  Eu vou te salvar Juliana! Eu vou... Que barulho foi esse? Parecia que tinha algo arranhando as paredes, pareciam ga... ouvi de novo! Droga! Tem algo vindo atrás de mim! Preciso me arrastar por estas paredes mais rápido!

Ouço de novo o grito que devia ser da Michele, dessa vez bem perto de mim. Não posso ficar parado, preciso correr! Eu vou morrer! Eu sinto que vou morrer! Nem vou mais salvar a Juliana! Vou salvar a minha vida! E esses vermes irritantes não param de cair em mim! Esse som de algo arranhando as paredes parecem cada vez mais perto!

Nem sei mais por quanto tempo estou nesse lugar! Mas não param! Os gritos, o aperto, os vermes e a coisa arranhando as paredes. Estou ficando maluco de tanto desespero.

Alguém, por favor! Me ajude!