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Assassinatos e Despedidas

"She said in my heart and in my head

Tell me why this has to end

Oh no, oh no

I can't save us, my Atlantis, we fall"

Atlantis (Seafret)

Quando cheguei na porta de casa, vi que havia sido arrombada. Olhei para o chão e havia mais de uma pegada. Uma de John e outra de uma pessoa diferente. Sabia quem era essa pessoa.

Entrei na casa com pressa e lá estava meu namorado com o rosto sangrento e meu pai o espancando.

Corri o mais rápido possível e bati em meu pai. Ele me socou repetidamente no rosto, enquanto eu ia para trás. Não me importava se eu estava sendo machucado, só queria que ele se afastasse de John. Empurrei-o com força, mas ele voltou a me e espancar.

- Isso é o que você e seu namorado ganham por serem gayzinhos de merda - falou antes de me empurrar com força.

Bati de costas na cômoda da sala e comecei a me sentir tonto. Vi que meu pai estava prestes a chutar John, então na velocidade da luz raciocinei e me lembrei que meu tio guardava uma pistola naquela cômoda. Enquanto meu pai estava de costas para mim se preparando para agredir meu namorado novamente, abri a gaveta com pressa e atirei em sua cabeça. Ele caiu morto no chão.

Mycroft chegou em casa bem e viu a bagunça que estava em casa. Assustou-se e correu rapidamente para o telefone. Ligou para uma ambulância que em questão de poucos minutos chegou ao local. Isso é a última coisa de que me lembro antes de acordar no hospital.

Abri meus olhos lentamente e perguntei onde estava.

- Sherlock, você está bem? Você está no Sherrinford Memorial. Lembra-se do que aconteceu? - perguntou meu tio.

- Não, Mycroft. Eu sou o Leonard de Amnésia e não lembro de porra nenhuma recente.

- É, ele tá bem - disse meu tio para a enfermeira.

A enfermeira se retirou e perguntei:

- O que aconteceu com ele?

- John está aqui no hospital, mas ainda não se acordou. Ele se machucou muito. E seu pai... meu irmão... morreu - respondeu segurando as lágrimas. - Acho que está tudo bem, né? Quer dizer, ele não era uma pessoa boa. Ele era o melhor irmão do mundo quando éramos crianças, mas faz tempo...

Mycroft começou a chorar e fiz um gesto para que ele me abraçasse. Deixei que ele chorasse em mim, porque sabia que não era um momento fácil para nenhum de nós. Primeiro nós dois tivemos que testemunhar contra alguém da própria família e depois essa pessoa morre. Morto por seu filho. Apesar de ele merecer, ainda doía.

Depois de uns dois minutos, Mycroft se distanciou e foi para o banheiro lavar o rosto. Eu queria estar chorando como ele, mas por alguma razão não conseguia. Eu sentia um nó enorme na garganta e uma dor no coração, mas não podia expressá-la. Eu simplesmente não via necessidade de falar que estava triste. Não precisava ser Hercule Poirot para perceber tal coisa.

Enquanto meu tio estava no banheiro, levantei-me e fui perguntar a uma enfermeira onde John estava. Ela me respondeu e fui até lá. Estava tão preocupado que tinha esquecido de bater na porte. Quando entrei para perguntar como ele estava, sua mãe começou a chorar assustada para mim e seu pai gritou para que eu saísse. Rapidamente as enfermeiras se aproximaram e me pediram para que eu voltasse para meu quarto. Não tinha outra escolha, então o fiz.