Anjos ou demônios?

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NA.: Oie! Queria agradecê-los pelas 2k leituras. Coisas assim fazem o meu dia, minha semana, meu mês... Fico feliz que estejam gostando e espero que continue assim. Boa leitura!

John

— Olha quem tá brincando de ser hétero — falou Sherlock.

Pisquei meus olhos várias vezes, tentando ver se estava alucinando, o que o fez rir.

— Sherlock?! É você? — perguntei.

— Não, Johnny Boy, é o Doutor Estranho — respondeu rindo.

— Sherlock, que diabos você está fazendo? Como você saiu do hospital?

— Hospital? Ah, sim, o hospício. Fodi a filha do diretor e o Jimmy aqui descobriu que o manicômio estava fazendo uns certos procedimentos ilegais... A polícia está investigando agora. Quanto à roupa, o Jim gosta mais assim.

— Prefiro sem nada, na verdade, mas assim serve — respondeu o garoto.

— Você ia matar aula não ia, Johnny? Não quero te interromper, sinta-se livre.

— Por falar em matar aula, o que você está fazendo aqui? Já estamos nos últimos períodos do dia.

— Meu namorado aqui vai estudar nessa espelunca e eu vim fazer uma coisinha que as pessoas não podem saber. Guarda segredo pra mim, por favor? — disse, piscando para mim. — Sabia que podia contar com você.

Peguei a mão de Mary e saí de lá, ainda em choque. Como assim Sherlock estava se vestindo daquele jeito? Como assim ele estava namorando aquele cara? Desde quando ele me chamava de Johnny Boy? Nada fazia mais sentido para mim naquele momento, apenas não fazia.

Fui assistir a um filme de terror com a Mary no cinema, mas não prestava atenção nele, pois minha atenção estava voltada ao Sherlock. Era óbvio que ele tinha saído do hospital, igualmente óbvio que não estava melhor. Perguntava-me se tudo isso era por causa da Molly, e minha lógica respondia que sim. Meu coração se partia ao pensar que aquilo tudo era o Sherlock escondendo o que sentia, como era de seu costume fazer. Eu estava decidido a ajuda-lo, mesmo que aquilo me prejudicasse depois.

Quando o filme terminou, Mary tentou puxar assunto, mas eu a cortava com respostas rápidas, fazendo com que ela desistisse um tempo depois. Deixei-a em casa e ela beijou minha boca. Naquela hora tirei minha dúvida e vi que não era bissexual. Na verdade, nem me importei muito com aquele ato, minha cabeça estava em outro lugar.

Pela manhã, fui à escola com aquela persistente sensação de monotonia que sentia desde que meu grupo de amigos fora desfeito. Chegando lá, notei a multidão e o barulho que estavam fazendo. Cheio de curiosidade, eu entrei e vi o diretor puxando Sally Donovan pelo braço até sua sala. Observei que, mais à frente do corredor, estava Sherlock de braços cruzados com um risinho maléfico, parecendo divertir-se com a situação. Fui até lá e o confrontei:

— Sherlock, que porra você fez agora? — exclamei.

— Calminha, Johnny...

— Não me chame de Johnny! — cortei.

— Ui, que perverso — falou, irônico. — E respondendo à sua pergunta, não fiz nada que ela não merecesse.

— Que seria?

— Pichei o banheiro feminino e assinei com o nome da cachorra, além de escrever "desculpa, Molly". Até coloquei a pulseira da Sally lá, para incriminá-la.

— Como diabos você pegou a pulseira dela?

— Roubei, é claro — disse sorrindo.

— É esse seu plano de vida agora? Ficar se vingando dos agressores da escola, dando uma de Kill Bill?

— Eles merecem, John. Não é como se eu estivesse machucando gente inocente.

— Sherlock, esse não é você!

— E quem eu deveria ser, John? O menino sensível, virgem e inocente que vai chorar no ombro do namorado toda vez que algo ruim acontece? Ou o imbecil que fica sonhando acordado, esperando que o namorado o venha salvar? Eles tiraram a minha bondade, John, tiraram minha inocência e eu farei de tudo para que a merdinha de vida deles se torne um inferno. Agora, diga-me, John: estou certo ou não?

Olhei para baixo, tentando não me mostrar intimidado com o que ele disse. Todavia, Sherlock me observava com um olhar ameaçador. Olhei em seus olhos, dei uma risadinha e disse:

— Então você não piorou nada, Sherlock. Nessa sua cabeça problemática, você ainda acha que está fazendo o certo. Ainda está do lado dos anjos, ainda é um deles.

E então ele olhou para mim com um olhar que nunca havia visto antes, era uma mistura de ódio, medo e loucura. Foi avançando para mim, fazendo-me recuar e dizendo:

— Eu posso estar do lado dos anjos, mas não pense nem por um segundo que sou um deles.

— Você não precisa ser assim, Sherlock — falei calmo. — Eu posso te ajudar.

— Acontece que eu não preciso da merda da sua ajuda ou de você! Nunca precisei de você. Sou foda o suficiente sozinho.

— Você está sendo horrível.

— Fala o cara que me largou duas vezes.

Ele saiu andando de costas e depois se virou. Fiquei boquiaberto e olhei para o chão, segurando as lágrimas. Não costumava ser tão sensível assim, mas parecia que Sherlock sabia exatamente como machucar as pessoas agora. Era como se ele soubesse exatamente o pior comentário a se fazer, e ele fazia. Realmente havia perdido meu primeiro amor.

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E aí, gostaram? Espero que sim! O próximo capítulo terá um POV do Sherl e vocês verão mais dessa fase em que ele está, além de conhecerem mais sobre o Mori. Não se esqueçam de votar e tenham uma boa noite!

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