Cale a boca e dance

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Meu pai quem criou meu apelido, mas ele insistia em me chamar de Little Bee. Na minha infância isso não incomodava, mas no decorrer da adolescência, quando os apelidos realmente pegavam, tive que ter uma conversa com ele. Por isso ficou apenas Bee. Minha mãe odiava informalidades e nunca me tratou por menos que Berthany. Não que eu odiasse meu nome, mas não me sentia a verdadeira dona dele depois de escutar tantas pessoas me rebatizando com meu apelido.

E quando Cole pronunciava meu apelido era como se eu o tivesse escutado me chamando assim a vida toda, tamanha a familiaridade. Aquilo deveria me assustar, mas só me fazia ficar ainda mais atraída, o que era perigoso. Cole me conheceu pelo meu apelido. Conheceu a Bee sem ter conhecido a Berthany. Estava segurando meus sentimentos em uma rédea fina e ela estava pronta para arrebentar no momento mais inoportuno.

— Berthany, venha aqui! — Nat disse, puxando-me pelo braço. Dei uma olhada por cima do ombro para Cole que conversava animado com Rick e Adam. Parecendo sentir o meu olhar, encarou-me sorrindo e erguendo um copo no ar como se brindasse a mim. Nat e eu paramos em frente a um grupo de homens que conversavam animados, mas se calaram quando repararam em nossa presença trocando os sorrisos zombadores por maliciosos. — Esses são os amigos de engenharia de Rick — ela disse como uma introdução. — Esses são Corbin, Kennedy e Miles — apresentou apontando para cada um respectivamente.

Corbin aparentava ser o macho alpha do grupo com seu porte alto e másculo. Ele foi o primeiro a se aproximar e estender uma mão na minha direção. Forcei um sorriso aceitando o cumprimento com o máximo de educação possível. Não os culpariam por minha prima ser uma enxerida aspirante à cupido. Tinha um ar de malandro em seus olhos azuis que ele não tinha vergonha de transparecer, o que diferenciava de seus amigos.

Kennedy encolheu seus ombros ao escutar seu nome sendo citado, como se não gostasse de ser o centro das atenções. Abaixou os olhos escuros, coçando os cabelos loiros ondulados e também me estendeu a mão com um sorriso constrangido. Senti algo gelado contra os meus dedos nesse pequeno contato e percebi que tinha um anel em seu dedo anelar. Retribuí o sorriso, tão envergonhada quanto ele com a possibilidade de Nat tentar me jogar para um garoto comprometido.

— Desculpe por isso — murmurei.

Ele riu um pouco mais descontraído.

— Está tudo bem.

Por mais que Corbin fosse o alpha, era Miles quem mais se destacava. Seus cabelos eram escuros e arrumados com dreadlocks longos e grossos que se estendiam por suas costas, combinando com a sua pose descontraída e suas roupas despojadas. Sua boca se torceu em um sorriso levantando o palito de dente em seus dentes e seus olhos verdes não se desviaram dos meus enquanto apertava a minha mão. Respirei fundo, abalada com quanto o seu olhar era intenso. Quase como o olhar de Cole.

— Como vai? — indagou.

— Ótima — sorri. Encarei Nat, o mais furiosa possível, enquanto ela batia o seu ombro no meu, incentivando-me a continuar a conversa. Bufei segurando o seu cotovelo. — Foi um prazer conhecê-los, rapazes. Mas temos que ir... Ah, não preciso dar explicações, preciso? — perguntei para ninguém em particular, mas Miles negou ainda sorrindo.

Ainda segurando Natalie, puxei-a em direção ao bar e pedi uma cerveja. Depois pensei melhor e troquei o meu pedido para uma tequila. Com certeza precisaria de alguma coisa mais forte para tolerar o restante da noite. Minha prima se recostou no bar me olhando como se eu tivesse chutado um cachorro na rua e estivesse gargalhando por isso.

— O que você fez?

Virei a tequila de uma vez, procurando no líquido a resposta para o questionamento de Nat.

Senhor LuxúriaOnde histórias criam vida. Descubra agora