Epílogo

2.9K 245 25
                                    

Sabe quando existe uma brisa fresca diante de você? Aquele momento que seu mundo para e você pensa em sua vida?
Pois é, desse jeito que estou me sentindo neste exato momento. Me sinto leve, me sinto realizada, me sinto a mulher mais feliz e mais amada do mundo.

-Vem mamãe.-Grita Ryan.

-Daqui a pouco filho.-digo sorrindo.

Estou sentada na escada, de frente para a varanda, e de lá vejo meus filhos brincando na grama com uma mangueira. Eles sorriem, correm, brincam felizes enquanto estão ensopados com a água que sai da mangueira.
Seis meses, esse é o tempo do qual eu acordei daquele terrível coma, são seis meses que tenho minha família de volta. Todo dia aprendo algo novo sobre as crianças, eu sei muitas coisas, mas sempre a algo novo para descobrir, aliás... Eles são duas caixinhas de surpresas.

Hoje é sábado, véspera de Natal, e todos vão se reunir aqui em casa para a comemoração.
Nós mudamos para a casa nova tem quatro meses, e confesso que prefiro aqui, é muito mais espaçoso e aconchegante.
Estamos esperando tanto minha família tanto a de Felipe, até Isabel virá. Felipe andou me falando dela, que nesses anos fora, ela não teve muito contato com eles, que estudava e ajudava na empresa que eles têm na cidade da qual ela foi, mas que a uns 3 anos ela sumiu, não ia na empresa, só depois de mais ou menos um ano que ela retornou a trabalhar lá, mas Felipe disse que ela foge do contato com a família, parece que esconde algo, não é a mesma menina de antes. Mas finalmente ela terminou a sua faculdade, e agora vai poder vir pelo menos nos visitar.

-Papai.-Hanna grita.

Olho para os portões e vejo Felipe adentrar os portões em seu carro, para logo sair do mesmo. Ele está perfeito como sempre, seus cabelos estão levemente bagunçados, usa um terno cinza impecável e em suas mãos sua fiel maleta.
Vocês devem estar se perguntando: mas não é véspera de Natal?
Bom, pra vocês verem, até hoje ele teve que trabalhar no período da manhã.
As crianças se espenduram no pai, e bonito de se ver o amor e carinho que eles têm por ele. Depois de soltar as crianças ele se encontra com seu impecável terno molhado, o que me faz rir. Ele caminha até a mim com seu melhor sorriso, e eu levanto para receber ló.

-Como está a mulher mais linda do mundo?.-diz envolvendo minha cintura com uma de sua mãos.

-Você está molhado amor.-digo rindo.

-Nada que umas toalhas não resolvam mais tarde.-diz me beijando, o beijo e tão calmo, com resquícios de saudade, de amor.

-Como foi no trabalho?.-pergunto acariciando seu rosto.

-Estava contando os minutos para ver você e as crianças.

Sorri abertamente.

-Ja ia me esquecendo.

-O quê?.-perguntei confusa.

Ele se ajoelha em minha frente.

-Como está essa garotinha?.-pergunta beijando minha barriga.

-Esta muito bem.-sorrio.

Que cabeça a minha não? Acabei não contando... Pois é, somos rápidos rsrsrs, dois meses após voltar do coma descobri estar grávida novamente, e descobrimos semana passada que será uma garotinha, nossa pequena "Aurora". Nem preciso dizer que Lipe ficou contente né? Só faltava me jogar para cima, já as crianças não poderiam ter reação melhor, ficaram contentes de ter mais alguém para brincar.
Os únicos momento que Felipe fica pensativo e quando Rodrigo decide encher ele com a historinha de que agora não será uma, e sim duas garotinhas que terão de ser protegidas pelo papai quando os rapazes chegarem rsrsrs.

-Vamos entrar? Preciso de um banho amor.

-Claro, crianças chega de água por hoje, os dois, banho agora.

Eles não foram com o rosto mais feliz do mundo... Mas me obedeceram e entraram rsrsrs.

Estava na cozinha com Mamãe e Emy, todos já tinham chegado, e nós três estávamos acabando de arrumar as coisas para a ceia, já era por volta das 22:00 horas. Da cozinha podia ouvir as risadas das crianças que se encontravam no jardim, quanto dos meus filhos, quanto do meu pequeno sobrinho. Na sala estava uma pequena reunião dos homens da família rsrsrs.

-Querem minha ajuda?.-diz Isabel entrando na cozinha com seu perfeito sorriso.

-Claro, ajuda e sempre bem vinda.

Levamos um susto quando Isabel apareceu aqui, afinal, não víamos ela a quase cinco anos, apesar de sabermos que ela viria, ela tinha mudado muito, e o que mais me surpreendeu é que ela apareceu com seu "noivo", e não parecia feliz, mas quem realmente não gostou do que viu foi Rodrigo, no fundo todos sabíamos o que ele sente por ela, e quando ele viu ela chegando de mãos dadas com o tal noivo, foi como se sua ficha caísse.

-Será que posso roubar minha mulher um minuto de vocês?.-diz Felipe.

-E toda sua.-diz mamãe.

-Mamãe.-a repreendi fingindo nervosismo.
-Está me rejeitando?.-falei indignada.

-Para de drama menina, e vai logo.-disse me fazendo rir.

Mãe sendo mãe...

-Aaah, antes que eu esqueça, Isabel Rodrigo queria conversar com você, está te esperando no jardim.

-Aah sim, obrigada por me avisar irmão.-disse indo em direção a porta.

Felipe pegou em minha mão e saímos para o Jardim também.
Nesses meses eu não tinha muito o que fazer, então plantei roseiras em uma parte do jardim, era lindo, e ao lado tinha um banco do qual sentamos.

-Não tivemos um tempo a sós hoje, como você está querida?.-disse me abraçando de lado.

-Com você e nossa família? Não poderia estar melhor.-disse sorrindo.

-Fico feliz por isso.-beija o topo da minha cabeça.

-Amor?

-Sim loirinha?

-Acha que eles ainda tem chance?.-disse apontando para o outro lado do jardim do qual se via Isabel e Rodrigo conversando.

-Acho que tudo é possível, você não acha?.-me perguntou.

-Não sei.-eu realmente estava pensativa.

-Estamos aqui não estamos? Enquanto muitas pessoas me diziam que isso daqui.-apontou para nós dois.
-Não iria se tornar mais real.

-Você tem razão, tudo é possível né.

-Isso amor, basta querer e acreditar.-disse fazendo carinho em minhas bochechas.

-Obrigada mais uma vez.

-Pelo o que?-perguntou me virando para olhar em seus olhos.

-Por me dar meu final feliz.

Ele sorriu, oooh como eu amo aquele sorriso.

-Você está enganada querida.

-Com o que ?

-Não é um final, e sim apenas o começo de uma história, o começo do nosso destino.-disse e me beijou calorosamente.

-Eu te amo.

-Eu te amo mais.

Realmente aquele não foi o fim, passamos por tantas coisas depois daquele dia, o nascimento de Aurora, aquele serzinho com aquela cabeleira loira trouxe mais felicidade a nossa família, se é que aquilo era possível. A formatura dos gêmeos, o primeiro namorado de Hanna, a noiva de Ryan, é o crescimento de nossa caçula, e cada momento foi mais especial que o outro, e sabe o porque? Porque Lipe estava sempre ao meu lado, meu verdadeiro e único amor.

"O final feliz não quer realmente dizer o encerramento de algo, e sim a continuação de uma história, da qual será construída passo a passo, até o fim de suas vidas"

"Destinos Traçados"Onde histórias criam vida. Descubra agora