Cap 47- O Despertar!

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-Mais rápido por favor crianças.-digo enquanto vejo dois seres correndo pela casa atrás de brinquedos.

-Pera aí papai, não tô achando a Lily.-diz olhando de baixo do sofá.

Lily e a ursinha de pelúcia inseparável de Hanna.

-Mas vai rápido.

-ACHEI.-ela grita e se virá para mim me mostrando a ursinha cor de rosa.

-Então vamos antes que a tia Luiza pensa que não vou levar vocês.-digo ajudando Ryan a pegar sua mochila.

-Vamos tomar banho de piscina na casa dela papai.-diz empolgado.

-Pois bem, pegaram as bóias e as roupas de banho?

-SIM.-os dois gritam em uniforme.

-Então vamos.

Saímos do prédio é caminhamos para o estacionamento para pegar o carro.
No parquinho do prédio existe várias crianças brincando, mães sentadas nos bancos, é uma movimentação grande, por um momento deixo meus pensamentos voar para um novo mundo, um mundo onde Bella está sentada ao meio daquelas mães, Ryan está no escorregador e Hanna brincando na caixa de areia com algumas amiguinhas... O dia perfeito, o mundo perfeito, mas do qual está longe de nosso alcance, mas não impossível.

-Papai?.-saio de meus pensamentos com minha garotinha me chamando.

-Ah? Vamos filha.-digo caminhando para o carro.

Prendo eles na cadeirinha e seguimos caminho até casa de Luiza, a "tia doida" rsrsrs.

-Me devolve Hanna.-escuto Ryan gritar, olho pelo retrovisor e vejo ela com um boneco dele na mão.

-Não eu vou brincar.-diz ela indiferente.

Geniosa que só.

-Filha entrega o brinquedo do seu irmão por favor.-peço firme.

-Mas papai...-Ela tenta mas eu a enterronpo.

-Passa pra ele o boneco Hanna.

Ela não gosta muito, mas entrega o boneco pra ele.
Não demora muito e chegamos na casa de Luiza, a mesma já esperava ao lado de fora. Os meninos saim rapidamente do carro arrastando suas mochilas.

-TIA LU.-gritam juntos se jogando em cima dela.

-Ai seus pestinhas, vocês vão me fazer cair.-Luiza e seu jeito meigo... Rsrsrs

-Tia vamos tomar banho de piscina?.-Pergunta empolgada enquando caminho até eles.

-Claro.-diz beijando a bochecha de Hanna e logo depois a de Ryan.

-Como vai Luiza?.-A comprimento.

-Na correria mas bem.-diz sorrindo.
-Semana que vem e minha formatura, e quero vcs todos lá em, não vão esquecer.- diz enquanto faz cosquinha nas crianças.

-Claro.

E difícil pensar que Luiza vai se formar e que Bella não teve a mesma oportunidade, no lugar de estar formando está deitada em uma cama de hospital.

-Bem crianças vou lá.-beijo o rosto de cada um.

-Tchau papai.-falam me abraçando.

-Obrigada por cuidar deles pra mim Luiza, no fim da tarde eu busco eles.

-Não tem de quê, eu gosto de ficar com esses pestinhas.-diz simpática.

Saio de lá seguindo pro caminho que eu pego todo dia, o caminho do hospital. Faço uma parada antes para comprar as típicas rosas vermelhas que sempre levo para Bella, deixa o quarto mais vivo, eu gosto disso.
Chego no hospital e ele parece estar mais agitado do que o normal.
Quando vou na recepção pra avisar sobre a minha chegada uma enfermeira me vê e arregala os olhos e vem chegando até a mim.

-Senhor, sabia que viria hoje.-diz atropelando as palavras.

-O que houve?.-Eu já estava preocupado.

-Ela senhor...

-O que houve com minha esposa?.-meu coração gelou, Bella tinha que estar bem.

-Ela acordou senhor.-disse com um sorriso.

Meu mundo parou, o tempo parou, eu não tive reação. Eu sempre tentava convencer meus filhos e a mim mesmo que minha mulher e mãe deles ia acordar, mas no fundo eu já achava isso impossível, e me culpada a cada dia por isso.

Bella:

Meus olhos pesavam, eu começava a escutar algumas coisas, mas não conseguia falar ou abrir meus olhos, escuto passos ao meu redor, sinto alguém pegar em minha pele, mas é um contado muito leve, algo superficial. Tento mover meu braço, mas nada consigo fazer.

-Oi Bella.-uma voz desconhecida conversa comigo.
-Você esta a tanto tempo aqui, seu marido tem fé em te ver novamente acordada, e não nessa cama... As pessoas daqui te darem um apelido "A Bela adormecida", interessante né?.-Diz rindo.

Eu não conheço aquela voz, não sei o que ela quer dizer com "as pessoas daqui", quem são essas pessoas? Onde está todos? Eu quero Felipe. Tento gritar o nome do Felipe, mas não consigo nem se quer mover os lábios.
Penso um pouco, o que aconteceu? Forço minha mente e deixo ela viajar pelo último fato acontecido: Lipe e eu casamos, estavamos tão felizes, lua de mel... Um caminhão nós atingiu. Choro com o pensamento, onde está Felipe? Ele está bem.

-Você está chorando.-escuto a mulher sussurrar chocada.
-Você me escuta? Pode apertar minha mão por favor? Faz um esforço.-ela pede, parece ser uma boa mulher.

Coloco todas as minhas forças até conseguir apertar sua mão de leve.

-Isso, você está me escutando, eles vão ficar tão felizes.-ela parece empolgada.
-Tente abrir os olhos senhora, faça um esforço, eu sei que consegue.

Tento o máximo possível mover minhas pálpebras, até que sinto que uma claridade me atingir, meus olhos ardem.

-Calma, vou fechar a janela.

Alguns segundos depois sinto que meus olhos não ardem mais, e então eu os abro por completo, minhas vistas estão embaçadas, mas eu consigo encherga.
A mulher e baixa, cabelos castanhos, aparenta ter uns trinta anos. Olho ao redor e consigo ver que estou em um quarto de hospital,as o que me assusta ainda mais e não conseguir mover nem uma parte do meu corpo, e de não conseguir falar.
Acho que eu pareço assustada, pois a mulher tem olhos de pena sobre mim.

-Isso e um milagre.-ela diz empolgada.
-Não se preocupe, por enquanto você não vai conseguir se mover, mas logo logo você vai ficar bem, vou chamar o médico.-diz saindo do quarto.

A única coisa que eu quero saber é onde está minha família, se Felipe está bem e como meus filhos estão.
Penso que estou aqui a um dia mais ou menos por conta do acidente, mas o que não entendi é o porquê de não conseguir mexer ou falar, e nesse momento um medo me invade, me arrastando pra um turbilhão de emoções.

"A fé nunca pode acabar, pois é ela que nos permite sonhar e acreditar"

"Destinos Traçados"Onde histórias criam vida. Descubra agora