Cap 16-Conforto

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-Não fique assim querida.-digo baixo.

-Eu a amo tanto Felipe, se eu a perder não sei o que seria de mim.-diz em soluços.

-Eu sei como é.-digo a puxando para mais perto de mim.

-Acho que não sabe.-disse confiante.

-Sei porque já passei por isso Bella, uma pessoa muito querida para mim já teve leucemia.-digo em um sussurro, nesse momento ela se afasta um pouco e me encara.

-Jura?.-pergunta.

-Juro.-digo triste.

-Como você fez pra dor passar? Porque eu não tô conseguindo fazer a minha passar.-diz chorando.

-Chora loirinha, chorar faz bem para alma, isso e bom para que você libere tudo de ruim que senti.-digo a abraçando novamente.

Ficamos um tempo abraçadas até que meu bendito celular resolveu tocar.

-So um minuto loirinha.-digo me levantando do sofá e atendendo meu celular.

Ligação ON

-Alo?.

-Onde diacho você se meteu Felipe?.-to aqui na empresa de boa, dai sua secretária me liga dizendo que você sumiu da empresa onde VOCÊ e responsável.

-Desculpa Thiago, tive um contratempo.-digo baixo pra Bella não escutar.

-E nem pra avisar?.-pergunta.

-Pode deixar que eu vou ligar agora mesmo dizendo que eu não vou.-digo.

-Como assim não vai? Você tem uma reunião tá doido?.-pergunta nervoso.

-Pode deixar que eu cancelo essa reunião.-digo.

-So pode ta de brincadeira né?.-pergunta rindo ironicamente.

-Não, depois eu te conto o que aconteceu, acredita em mim, e importante.

-Ok então, confio em você.-diz já calmo.

-Que bom, obrigado mesmo.-digo.

-Preciso trabalhar agora, tchau.-diz.

-Tchau.

Ligação OFF

Desligue o telefone é voltei para o sofá.

-To te atrapalhando ne? Me desculpa, não sei o que deu em mim pra te ligar.-diz se levantando do sofá.

-Ei calma, nao tá atrapalhando, vem aqui.-digo a puxando pro sofá e a abraçando.

-Felipe?

-Oi linda.

-Quem e ela?.-pergunta baixo.

-Ela quem?

-A pessoa querida que estava doente.-responde me olhando.

Nunca mais falei de Samantha pra ninguém depois que ela faleceu, mas eu sabia que pra Bella ia ser bom desabafar.

-Na verdade ela não está mais entre nós.-digo triste.

-Ela morreu?.-pergunta assustada.

-Sim, infelizmente a doença a levou.-digo pensando.

Ela parece triste, procurando as palavras certas a dizer.

-Desculpa minha intromissão, não deveria ter perguntado.-diz calma.

-Não, e bom desabafar... Ela chamava Samantha, íamos nos casar, mas depois que descobriu sua doença tudo foi desmoronando aos poucos.-digo sentindo uma lágrima escorrer.

Ela parecia surpresa, ela abria a boca mas parecia não saber o que dizer.

-Sinto muito.-disse por fim.

Eu fiquei abraçado a ela por alguns minutos sem dizer nada, até que quebrei o silêncio.

-Nunca senti por ninguém o que eu sentia por ela, até você aparecer.-digo passando a mão em sua bochecha.

-Felipe...-Disse sem jeito.

-Shiii, deixa acontecer.-sussurrei em seu ouvido, e senti ela se arrepiar.

Fui chegando aos poucos até que senti aqueles lábios novamente aos meus.
Por mim eu não a soltaria nunca mais, era tão bom, um beijo calmo, doce, como se só naquele beijo eu pudesse contar uma história, mas aos poucos eu fui a soltando quando o ar faltou.

-Isso não deveria ter acontecido de novo.-diz desconcertada.

-Eii, me deixa te mostrar o que eu sinto por você, não tenha medo.-digo pegando seu rosto em minhas mãos.

-Não quero me machucar novamente.-diz pensativa.

-Eu não sei quem te machucou, e se eu soubesse juro que acabaria com ele.-digo a fazendo soltar uma rizada triste.
-So me dá uma chance de mostrar que eu nao sou igual a ele ok?.-pergunto esperançoso.

-Não sei se é o certo a fazer, mas vou arriscar, sinto que você é diferente... ok.-diz com um meio sorriso.

-Que bom.-digo voltando a beija lá.

Ficamos lá por horas jogando conversa fora e nos beijando, mas quando ela olhou no relógio se assustou.

-Meu Deus Lipe, ja são mais de 17:00 horas, tenho que ligar pra minha mãe e ir embora.-diz se levantando.

-Calma, deve tá tudo bem, ao contrário ela já teria ligado.

-Verdade.-responde mas calma.

-Eles já estão na sua casa?.-pergunto.

-Não, eles vão passar a noite no hospital com a Maite, e os meninos estão na minha avó, hoje sou só eu.-diz com um sorriso triste.

-Se quiser pode dormir aqui, pelo menos nao fica sozinha.-digo torcendo para ela aceitar.

Ela ficou pensativa, parecia que não sabia o que dizer.

-Você dorme na minha cama e eu no sofa.-digo mesmo não sendo o que eu queira.

-Não, imagina, nunca iria tirar você de sua cama.-diz indignada.

-Faz assim, dormimos os dois na cama, mas prometo manter o máximo de distância.-digo levantando os braços em sinal de rendição, o que a fez sorrir, e que sorriso, era bom ver seu sorriso mas uma vez aparecer.

-Ok então, só vou ligar pra minha mãe.-diz e eu concordo.

Aaaii loirinha, o quê você tá fazendo comigo?

"Destinos Traçados"Onde histórias criam vida. Descubra agora