Leis do Destino - Camren

Estamos Juntas

Lauren foi obediente, sentou-se junto ao balcão, e observou praticamente com devoção em cada movimento, expressão que Camila exibia. Perguntava-se interiormente como conseguiu viver até aquele dia sem vislumbrar a beleza serena e limpa da latina. A presença dela inquietava e ao mesmo tempo trazia um sentimento de calmaria em sua alma que ela sequer sabia que desejava.

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O final de semana foi reservado para mimos e cuidados de Lauren com Camila, que por diversas vezes acordava de seus pesadelos assustada sendo acolhida pela namorada. A morena também se responsabilizou pela tarefa de trocar os curativos de Camila, usando uma delicadeza que comoveu a latina.

– Com uma enfermeira dessas, eu vou me machucar sempre! – Camila brincou.

– Nem brinca com isso... Meu coração não aguenta outra agonia dessas...

Camila sorriu sem graça.

– Prontinho!

Lauren finalizou recolhendo o material de curativo da cama.

– Lolo, amanhã é segunda-feira, tenho que voltar para a faculdade...

– Ei! Você só vai voltar para a faculdade quando você se sentir preparada para isso. Quando aquele criminoso estiver preso, enfim... Quando estiver recuperada.

– Lauren na terça nós temos o tal juri simulado da Madimbu, ela não vai dispensar a oportunidade de te condenar!

– Não se preocupe com isso! Eu e os meninos vamos dar um jeito...

Camila sorriu, e aproximou a boca dos lábios de Lauren, depositando um beijo suave, mas cheio de desejo.

– Você está doente, não pode beijar sua enfermeira assim... – Lauren disse com as bochechas coradas.

– Assim como? – Camila respondeu imprimindo sensualidade no tom de voz.

– Assim... Quente...

Camila se insinuou ainda mais contra o corpo de Lauren, roçando seus lábios pelo pescoço da morena, que fechou os olhos sentindo o arrepio tomar de conta da cada poro da sua pele. Lauren acariciou a pele eriçada da namorada, que não se conteve, e retribuiu às investidas posicionando suas mãos por baixo da camiseta de Camila, se desfazendo da peça.

Contemplou as marcas no corpo da namorada, que parecia se envergonhar dos hematomas espalhados pelo dorso e braços. Lauren deslizou o dorso da mão pelos machucados, depositou seus lábios por cada marca beijando ternamente, dando aquele momento um clima de especial de carinho e paixão, como se aquele gesto representasse cura e redenção.

Camila caiu sobre o corpo de Lauren trocando beijos lentos e famintos, dando espaço para movimentos suaves, e o passeio das mãos, arrancando gemidos de prazer de ambas.

– Eu sou tão sua Lolo...

– Também sou sua Camz... Só sua.

O prazer transformado em fluidos e sons ditou o trajeto dos dedos e bocas, que as conduziram ao ápice simultaneamente.

Abraçadas, trocando carícias, em um clima íntimo de cumplicidade, Camila confessou:

– Se existisse uma compensação pelo que aconteceu comigo, estar com você assim, dividindo uma casa, como foram esses dias, seria a melhor de todas.

– Não fala assim minha linda... Pra termos dias assim, não é preciso que você passe por tragédias para receber compensações...

– O que você quer dizer com isso?

– Ah... Dividirmos uma casa, ficarmos juntas assim, pode ser um plano.

– Está falando sério Laur?

– Por que não?

Trocaram um sorriso, um sorriso que parecia preparar o clima para uma declaração contundente do sentimento óbvio que se consolidava entre elas, quando o celular de Lauren tocou.

– Oi Harry.

– Laur, o filho da mãe se apresentou a polícia. Está detido.

– Jura? Pelo menos isso!

– Agora não tenho como avisar a Camila, ela não deixou telefones da casa dos pais.

– Ela deve entrar em contato logo Harry.

– ..., na verdade ela precisa estar o quanto antes na delegacia para depor.

– Harry, na terça teria um trabalho da Madimbu, um júri simulado que Camila apresentaria, será que você poderia falar com a bruxa para adiar? Se eu for, você sabe o que pode acontecer...

– Pode deixar Lauren, amanhã a procuro no departamento, ou melhor, peço ao Zayn, ele é queridinho dela.

– Valeu.

Depois de compartilhar a novidade, Lauren aconselhou Camila a ligar para Harry.

– Nossos dias de paz acabaram? – Camila perguntou contrariada.

– Não minha linda. Não acabaram, estamos juntas, quer maior paz que isso?