8. Mirror

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Só pra você saber: Os médicos não podem curar que seja uma besta.

Durante as semanas seguintes, meu pai e eu viajamos por toda Nova York e falamos com uma dúzia de médicos, os quais nos disseram em diversos idiomas e com diversas entonações que eu estava fodido.

Nós viajamos para fora de Nova York e visitamos bruxas e também experts em vudu. Todos disseram o mesmo: Não sabiam como eu tinha me transformado no que era, então não podiam me curar.

— Sinto muito, senhor Min — disse o último médico ao meu pai.

Estávamos sentados em um escritório no meio do nada de Iowa ou Idaho ou talvez Illinois. A viagem de carro tinha durado treze longas e silenciosas horas, e enquanto paramos em uma área de descanso, eu me vesti como uma mulher do Oriente Médio, com túnicas cobrindo meu corpo e o rosto. O médico trabalhava em um hospital de uma cidade por perto, mas papai tinha arrumado para que ele nos recebesse no privado, em sua casa de campo de fim de semana. Papai não queria que ninguém me visse. Olhei pela janela. A grama era de um verde que nunca tinha visto, e tinha rosas de todas as cores. Olhei fixamente para elas. Eram lindas, como Seokjin tinha dito.

— Sim, eu também.

— Realmente gostamos de você no noticiário, senhor Min — disse o doutor Park. — Minha esposa, especialmente, ela parece sentir algo por você.

Meu Deus! Esse cara estava pedindo um autografo ou sugerindo um trio?

— Eu podia ir para um colégio para cegos — interrompi. O médico parou no meio de sua proposta, ou proposição.

— O que, Min Yoongi?

Ele tinha sido o único a me chamar pelo meu nome. Houve um vudu no East Village que tinha me chamado de engenho do diabo — o qual, pensei, era um insulto tanto para mim quanto para meu pai. — Quis desistir nesse momento, mas papai continuou falando com ele até a amargura final quando... surpresa, surpresa... não pode me ajudar.

Não é que eu realmente culpasse alguém por não querer me agüentar. Eu não teria querido me agüentar, razão pela qual acreditei que o que eu sugeria era tão brilhante.

— Um colégio para cegos — ele disse. — Talvez você pudesse ir a um desses.

Seria perfeito. Uma pessoa cega não podia ver o quão feio eu era, então eu podia por em marcha o encanto Jeon e fazer com que ela me amasse. Então, uma vez que eu fosse transformado, podia simplesmente voltar ao meu antigo colégio.

— Mas você não é cego, Yoongi — disse o médico.

— Mas não podemos dizer a eles que eu sou? Que perdi a visão em algum absurdo acidente de caça ou algo?

Ele negou com a cabeça.

— Não é que eu não compreenda o que você sente, Yoongi

— Sim, claro.

— Não, de verdade. Eu compreendo, um pouco. Quando eu era adolescente, eu tinha um complexo muito ruim. Eu tentei toda medicação e todo preparo que existia, e melhorava por um tempo, então piorava outra vez. Eu me sentia muito feio e tímido, tinha certeza que ninguém olharia para mim nunca mais. Mas com o tempo, cresci e me casei — sinalou para uma foto de uma mulher loira bonita.

— Com o tempo, você quer dizer, depois de terminar o curso de medicina e fazer uma tonelada de dinheiro, as mulheres não vão ligar para seu aspecto? — disse papai brutalmente.

— Papai... — disse. Mas eu estava pensando a mesma coisa.

— Você estava comparando isso com acne? — disse papai, gesticulando para mim. — Ele é uma besta. Acordou em uma manhã e era um animal.

 beastly  ➻  jm + ygOnde histórias criam vida. Descubra agora