17. First Date

545 111 47
                                    

— Eu pensei em alguma coisa útil — Taehyung disse no dia depois que ele veio.

— O que você pensou? — Eu perguntei.

— Silêncio. Se você deixar ele sozinho, talvez ele venha.

— Talvez seja por isso que não está realmente rodeado de pessoas.

— Falando com ele não funcionou, funcionou?

Eu tinha que admitir, ele estava certo, então eu decidi fazer o que ele disse. O que me assustava era que Jimin ainda não tinha me visto. O que ele diria quando me visse?

Nos próximos dias, eu estava em silêncio. Jimin ficou no quarto dele. Eu o assisti no espelho. As únicas coisas que ele gostava eram os livros e as rosas. Eu lia todos os livros que ele lia. Eu ficava acordado até tarde a noite lendo, para continuar com ele. Eu nem mesmo tentei falar com ele de novo. E toda a noite, quando eu ficava tão cansado que o livro caia da minha mão, eu deitava na cama, sentindo o ódio dele como um fantasma andando a noite nos corredores. Talvez isso foi uma ideia ruim. Mas que outra esperança eu tinha?

— Eu o subestimei — eu falei para o Taehyung.

— Sim, você fez.

Eu olhei para ele, surpreso.

— Você acha também?

— Eu sempre pensei que sim. Mas me diga uma coisa, Yeongi, por que você acha isso?

— Eu pensei que ele estaria impressionado com as coisas que eu comprei para ele, a mobília bonita, e as roupas. Ele é pobre, e eu pensei que se eu comprasse para ele joias e coisas bonitas, ele me daria uma chance. Mas ele não quer nada disso.

Taehyung sorriu.

— Não, ele não quer. Ele apenas quer a liberdade dele. Você não quer?

— Sim. — Eu pensei em Tuttle, do baile, do que eu tinha dito para Namjoon sobre como o baile escolar era prostituição legalizada. Isso parecia tanto tempo atrás. — Eu nunca encontrei ninguém que não podia ser comprado. Isso me faz meio que gostar dele.

— Eu desejo que esse entendimento seja suficiente para quebrar a maldição. Eu estou orgulhoso de você por isso.

Orgulhoso de você. Ninguém nunca tinha dito isso para mim, e por um segundo, eu desejei que eu pudesse abraçar Taehyung apenas para sentir o toque de outro ser humano. Mas isso seria muito estranho.

Aquela noite, eu deitei acordado mais tarde que o usual, escutando os sons da casa velha. "Arranjo" algumas pessoas chamariam isso. Mas eu achei que eu escutei passos no andar de cima. Eles eram os passos dele? Impossível, através de dois andares. Mas eu ainda não podia dormir.

Finalmente, eu levantei e fui para a sala de estar do segundo andar, liguei ESPN realmente suave, então isso não aborreceria ele. Eu coloquei um jeans e uma camiseta para fazer isso, o que no passado eu teria feito nos meus boxers. Mesmo que ele se comprometeu a ficar no quarto dele para sempre, eu não queria ter uma chance dele me ver mais do que meu rosto. Meu rosto era ruim o suficiente.

Eu quase me entediei para dormir quando eu ouvi uma porta abrindo. Poderia ser ele? Na sala? Provavelmente apenas Jin, ou mesmo Holly, vagando. Ainda isso soava como se fosse no próximo andar, o andar do Jimin. Eu decidi não olhar, manter meus olhos colados na televisão então ele não estaria tão assustado com meu rosto na escuridão. Eu esperei.

Era ele. Eu o escutei na cozinha, chacoalhando um prato e um garfo, enxaguando eles e colocando eles na lava louça. Eu queria falar para ele que ele não precisava fazer aquilo, que Jin fazia aquilo, que a gente pagava ele para isso. Mas eu fiquei quieto. Mas quando eu ouvi passos na sala de estar, tão perto que ele tinha que me ver, eu não podia me parar.

 beastly  ➻  jm + ygOnde histórias criam vida. Descubra agora