11. Tutor

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Papai foi rápido. O tutor apareceu uma semana depois.

— Min Yoongi — Notei que Jin tinha deixado de me chamar de senhor Min Yoongi desde que eu tinha gritado. Isso o deixava um pouco menos irritante.

— Este é Kim Taehyung. É professor.

O cara que estava com ele era alto, no final da casa dos vinte, um nerd total. Estava com um cachorro, um Poodle Toy, e vestia calças desgastadas, folgadas demais para ele, mas não o suficientemente grandes para ser legais, e uma camiseta azul de botões. Obviamente de escola pública, e nem sequer uma escola pública legal. Deu um passo.

— Olá, Min Yoongi

Não saiu gritando ao me ver. Esse era um ponto a seu favor. O lado negativo era que ele não olhava para mim. Parecia como se olhasse para um lado.

— Aqui! — Agitei as mãos. — Isto não vai funcionar se não pode nem sequer me olhar.

O cachorro deixou escapar um forte grunhido.

— Isso pode ser um pouco difícil. — Riu.

— Por que? — Exigi saber.

— Porque sou cego.

Oh.

— Sente-se, Holly! — Disse Taehyung. Mas Holly estava passeando, se negando a se sentar.

Isto era um universo absolutamente paralelo. Meu pai tinha ido e encontrado — ou mais provavelmente, tinha feito que sua secretária encontrasse — um tutor cego, assim ele seria incapaz de ver o quão feio eu era.

— Oh, uau, sinto muito. Este é — é seu cachorro? Vai viver aqui? Você vai viver aqui?

Nunca antes tinha conhecido uma pessoa cega, ainda que os tivesse visto no metrô.

— Sim — Taehyung gesticulou para o cachorro. — Este é Holly. Ambos devemos viver aqui. Seu pai foi inflexível a esse respeito.

— Aposto que sim. O que ele disse sobre mim? Sinto muito. Você quer se sentar? — Peguei seu braço.

Ele o tirou de um golpe.

— Por favor, não faça isso.

— Sinto muito. Só queria ajudar.

— Não se agarra as pessoas. Você gostaria que eu agarrasse você? Se quiser oferecer assistência, pergunte as pessoas se elas precisam.

— Ok, ok, desculpa. — Isso estava sendo um grande começo. Mas precisava me dar bem com esse cara. — Precisa de ajuda?

— Obrigado, não. Posso me arranjar.

Usando um bastão que eu não tinha reparado, abriu passagem ao redor do sofá e se sentou. O cachorro continuou me olhando, como se acreditasse que eu fosse uma espécie de animal que podia atacar seu dono. Ele deixou escapar outro forte grunhido.

— Disse a você aonde ir? — Perguntei.

Eu não estava assustado. Eu sabia que se o cachorro me mordesse, simplesmente me curaria. Me agachei e olhei diretamente nos olhos do cachorro. Está tudo bem, pensei. O cachorro se sentou, depois se deitou. Ele me olhava, mas tinha deixado de grunhir.

— Na realidade não. Encontro meu próprio caminho, mas se estou a ponto de descer escada a baixo, ele para de caminhar.

— Nunca tive um cachorro — disse, pensando o quão idiota soava isso depois de ter dito. Pobre garoto rico de Nova York.

— Não terá este também. Ele é meu.

— Compreendo.

— Strike dois

 beastly  ➻  jm + ygOnde histórias criam vida. Descubra agora