4_ >Sede de sangue<

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Música: Selena Gomez - Fetish

Música: Selena Gomez - Fetish

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        Lí o livro compelto. Não encontrei simplesmente nada. Nada além de histórias antigas sobre anjos caídos, Miguel, Gabriel e não sei mais quem.

— Que droga! — Digo saindo da cama e me arrumando.

        Era sexta. E toda sexta tinha teatro. Minha tia obrigava eu participar. E de alguma maneira aquilo me fazia desabafar o que eu sentia.

       As vezes tinha que chorar. Era a parte mais fácil e que eu sempre passava com facilidade. Mas já que eu mandava bem em teatro, passei com facilidade em todos os testes.

       A parte que eu tentava fugir para não apresentar, era imitar algo, barulhos, fazer onomatopéias inúteis. Era irritante aquilo.
 
       As garotas consideradas lindas naquele teatro, fazia as imitações maravilhosamente bem. Não entendo como elas conseguem se sair bem em tudo o que fazem.

       Talvez seja um dom das meninas belas, o dom de todas elas, é ter o dom e tudo.

       A parte mais difícil vai ser se apresentar na escola no final do mês com esse teatro ridículo sobre princesas. Ainda tenho que cantar. Pelo menos vou usar máscara, isso vai me ajudar bastante a se esconder de todos me olhando e me encarando estranhamente.

       Pelo menos, minha voz era linda. Tinha que concordar com isso, por isso fui a escolhida pra abrir e fechar o grande evento.

       Mas não na escola que estudo? Seria um desastre. Não consigo nem passar no meio do corredor por encostar nas pessoas que adoram me zoar, imagina cantar na frente de todos eles.

— TÔ INDO! — Grito para minha tia e saio para o teatro.

       Como sempre, ensaio e mais ensaios. Tenho que me sair bem nesse evento.

       No fim da peça, umas nove da noite, após se despedir de todos caminho pela rua solitária.

        Apertei o passo quando ouvi uma voz chamar pelo meu nome quando passei por um corredor escuro. Começei a senti aquele mal cheiro ecoar outra vez entre minhas narinas. Meu medo começou a aparecer. Mesmo já acostumada com isso acontecer comigo, aquilo ainda me incomodava muito. Só queria poder chegar em casa logo e comer, porque estava morrendo de fome.

       E quando sentia fome, algo crescia dentro de mim, algo incontrolável. Não sei explicar. Havia algo errado com o meu estômago, era uma fome inexplicável, estava crescendo cada vez mais, eu quase já não conseguia andar com a fome que consumia dentro de mim.

 — Essa fome de novo não! — Coloco minhas mãos na parede me contorcendo.

       Vou explicar o porquê...

       Bem, na semana passada fiquei o dia todo na escola fazendo um trabalho com Leandro na biblioteca.

       Comecei a sentir fome, "Estou com fome", eu disse já estranhamente.

A ÂncoraOnde histórias criam vida. Descubra agora