Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
[2am]
Estava exausta.
Algumas pessoas voltaram para casa, visto que o álcool começava a fazer com que perdessem a noção.
As feições ainda presentes eram mais familiares. A maior parte era do mesmo ano que eu, havia somente uma dezena do segundo ano. Começava a sentir-me demasiado bêbeda.
Mesmo com pouca bebida, os shots e as misturas nunca acabavam bem. Porém, tinha noção das minhas ações e de tudo o que dizia e se passava.
Nunca bebi ao ponto de perder noção e cometer erros desnecessários. Conhecia bem os meus limites.
Encostei-me à bancada da cozinha, passando as mãos molhadas pelo meu pescoço. Arrastei os meus cabelos para um dos meus ombros, molhando ainda mais a minha pele.
A minha tentativa de me refrescar.
Já há algum tempo que a música não estava tão alta, pois não tencionávamos receber a polícia à porta.
Tirei o meu telemóvel do bolso, as duas da manhã surgiram no ecrã.
- Claro mano, já devias saber que não falto ás festas. - Levantei a cabeça. Era Chris e William. - Hum... Vou voltar ao que estava a fazer.
William abandonou o amigo, voltando para junto da namorada. O meu olhar e o do Chris voltou a cruzar-se.
Esforcei-me para desviar o olhar. Após abrir uma das últimas latas de cerveja e encostar-se ao balcão à minha frente,a sua voz fez-se ouvir. Voltei a encara-lo, aquele sorriso novamente.
- E então, como está a correr a tua noite? - Murmurou, levando a cerveja à boca novamente.
- Bem e a tua?
- Melhor agora. - Revirei os olhos, até que acabei por me rir. - Eu sei, eu sei, a resposta mais previsível. - Assenti, pois concordava com ele.
- Bem, vou voltar para a sala. - Ao passar pelo Chris, não consegui resistir e voltei a olhar para ele.
Os olhos esverdeados prenderam-me e acabei por parar de andar.
Virei-me para o Chris, sem falar.
Fiquei a encara-lo durante longos minutos, tal como ele. Era como se não tivéssemos controlo nas nossas ações e que as palavras não existiam.
Era estranho, mas não consegui desviar o olhar ou simplesmente ir ter com elas à sala, o que era suposto.
- Tenho uma coisa para te pedir. - A voz do Chris soou muito calma.
- Não sei se quero saber...
- Desbloqueia-me. - Murmurou apenas, o que me fez sorrir. - Por favor? - Fez a feição de cachorrinho.
Balancei a cabeça, negando. Acabei por ouvir uma risada anasalada e por sentir a mão do Chris no meu rosto. Afastei-a num ápice, apensar de ter insistido, aos poucos, aproximou-se.
Recuei à medida que ele se aproximava, impedindo-os de entrar e não conseguir sair de um caminho que tendia a ser bastante perigoso.
Mordi os meus próprios lábios, após desviar os nossos olhares. Senti a anca encostada ao balcão.
- Não sabes nada sobre mim Vénus. Fiz muita porcaria, mas já não sou assim. E quero que me deixes mostrar, aliás, que me deixes provar-te isso.
- Porque haveria de o fazer? Não tenho interesse em ti Chris. - Sussurrei, visto que estávamos muito perto.
Perigosamente perto.
Voltou a sorrir, levando os dedos aos fios de cabelo perto da minha orelha. O ambiente estava... Tenso.
Comecei a ficar realmente nervosa com a proximidade entre nós.
- Atrais-me Vénus. Atraíste-me a partir do momento em que te vi. - Admitiu, os olhos fixos nos meus lábios.
- Para de insistir...
- Se te visses como eu te estou a ver, não te conseguias levar a sério. Consigo sentir-te tensa Vénus. E caso não fosse o caso, já não estavas aqui.
Confesso que quis sorrir. A confiança e o seu ego assustavam-me.
- Pelo menos admite.
- Que queres que admita? - Segui o movimento lento da sua língua, quando humedeceu os lábios.
- Admite que te sentes atraída por mim Vénus, nem que seja neste momento. E admite, que estás a pensar exatamente no mesmo que eu.
Mordisquei novamente os meus próprios lábios, apesar de alguma coisa se ter apoderado de mim.
E essa coisa chamava-se confiança. Até se podia chamar provocação.
Inclinei-me ligeiramente.
- Que pena que este momento esteja a acabar Chris. - Encostei os lábios perto do seu lóbulo. - Que pena.
- Isso é um sim? - Encolhi os ombros, começando a afastar-me. - Sê directa e diz logo que é um sim. - Voltou a sorrir de uma forma provocante.
- Era um sim Chris. Há que admitir que até és... Minimamente atraente.