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Noruega, 5 de Dezembro
• Vénus

Chutava as pedras.

Assim como os molhes de folhas secas caídas, devido á passagem do Outono e ao Inverno que chegava.

Protegida pelo meu casaco verde seco, caminhava para a escola. Decidi sair de casa mais cedo, evitando encontrar-me com os meus familiares.

Não era capaz de o fazer, depois do que aconteceu no dia anterior.

Precisava de aclarar as ideias e mentalizar-me da presença de Connor, do facto dos meus pais saberem e que a história se ia espalhar pelo meu grupo de amigos/as.

Era o mínimo que podia fazer, depois de se envolverem numa briga por causa de uma pessoa que faz questão de fazer parte da minha vida.

E também, de lhes ter preocupado com a saída repentina de carro. Devia-lhe os motivos pelo menos.

Sabia que tinha de mudar a atitude, de apreender a lidar com o Connor. Fazer-lhe frente se precisasse, mostrar que as ameaças não resultam. Provavelmente, fazer uma segunda queixa.

Pedir uma ordem de restrição contra o Connor também na Noruega.

Já que a de Londres não bastou.

Tirei o telemóvel do bolso, quando este começou a tocar. Já tinha mensagens e uma chamada perdida.

- Vénus! Onde é que estás? Saíste sem avisar ninguém!

- Estou a chegar à escola.

- Sozinha? - Quase gritou, fazendo com que os meus pais comentassem. - Nem com o que aconteceu ontem, ganhaste juízo! Porra Vénus!

- Desculpa Jonas, mas a vossa pressão começa a ser demais. Acabei de chegar, está tudo bem.

O rapaz suspirou.

- Desculpa por te ter preocupado. E por ter sido injusta ontem.

- Falamos quando chegar. Vou acabar de me despachar e tranquilizar os pais antes que te acorrentem.

- Que simpático da tua parte.

Ironizei, perante o sarcasmo dele.

Desligou a chamada pouco depois, para acabar de se despachar.

Ocultei o facto de ainda estar a dez minutos da escola, pois parei num café para tomar o pequeno-almoço, no lado oposto à nossa escola. Porém, o Connor estava escaldado de ontem.

Tinha a certeza que não ia aparecer na escola hoje. Ia dar uns dias, para que os rapazes pensassem que tinha desistido, tal como eu.

- Vénus!

A Noora tinha acabado de chegar. Não hesitou em chamar-me. Assim que elas me viram, aproximaram-se.

Recebi um abraço das quatro, o que me obrigou a soltar uma risada.

- Que exageradas!

- És mesmo ingrata! - Vilde protestou, acabando por se rir. - Ficamos a pensar em ti o dia todo!

- E ainda deixaste de nos responder. - A Sana ajudou ao ataque.

- Eu sei, desculpem.

Caminhamos para a mesa habitual.

Faltavam cerca de cinco minutos para a primeira aula, o que nos deixava algum tempo para conversar. Expliquei muito por alto a situação.

Mencionei a ordem de restrição contra o Connor, assim como as mudanças de humor constantes.

O comportamento piorou e a violência aumentou gradualmente.

Entretanto, avistei o Chris.

Desculpei-me ás cinco raparigas, saindo rapidamente da mesa. Caminhei até ao Chris, sem me preocupar com os rapazes que estavam com ele. William, foi quem parou.

Apercebeu-se que me aproximava deles, avisando o meu irmão. Claro que os cinco pararam de andar.

- Vou directa ao assunto, porque sei que exagerei demais ontem. Desculpem a forma como falei e obrigada. - Decidi ir directa ao assunto.

- Não te preocupes, percebi que estavas nervosa com o que viste.

Sorri a William.

- Podemos falar Chris? - Reparei que o Jonas ficou confuso, tal como o próprio Chris a quem me dirigi.

O William e o Magnus entreolharam-se várias vezes. Creio que ninguém sabia o estado da minha relação com o Chris e por isso, reagiram surpreendido. Claro que fui ignorada.

Ao perceberem que queria mesmo falar com o rapaz, foram-se afastando. Olhei para o meu irmão, o único que ficou ali espantado a olhar.

Revirei os olhos, o rapaz conseguia ser tão compreensão lenta.

Acabou por se afastar também.

- Vais continuar a ignorar-me? - Insisti, aproximando-me dele.- Porra Chris, já percebi que fui injusta.

Segurei um dos seus braços, tentando captar a sua atenção. Porém, o toque de entrada fez-se ouvir. O Chris apenas se soltou e virou-me costas.

Fechei os punhos, contendo a irritação que começou a aumentar.

VANEDANNENDE  ➛   CHRIS SCHISTAD (A SER EDITADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora