Garota mimada

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Vesti meu uniforme assim que Alfred nos mostrou nossos quartos, ficaríamos mais confortáveis do que eu previ. Eram quartos de hóspedes um ao lado do outro - Não iríamos dormir juntos é claro - que continham uma cama de casal e um banheiro cada, fora a mobília normal, cabeceira e guarda-roupa. As paredes eram decoradas de um azul escuro mas não forte, ele se fundia com o branco que formava uma textura luxuosa e simples ao mesmo tempo.

Meu uniforme consistia em uma causa preta colada que marcava mais que o desejado, uma camisa branca e um colete preto, que me deixava mais confortável.

- Isso não vai dar certo - Carlos entrou em meu quarto quase me fazendo pular enquanto colocava meus sapatos.

- O que não vai dar certo?

- Isso - olhei para ele que apontava para si. Estava usando uma causa caqui apertada demais para ele, seu tom vinho em contraste com a pele morena e os ombros largos presos numa camisa branca.

- Você está ótimo- murmurei

- Claro que estou - usou a ironia na frase o que me fez cerrar os dentes.

- Cinco meses, foi só isso que nos pediram cinco meses, uma chance em um milhão.. não estrague as coisas Carlos.

Me levantei e fui em direção ao meu espelho. Prendi meu cabelo negro em um rabo de cavalo que deixou meu rosto limpo e mais destacado, meus olhos brilhavam em meio as órbitas escuras em minhas pupilas e meus lábios rosados naturalmente me deu um ar de "sou inocente"

- Agora vou levar a filha do Swan para a tal festa, estarei de volta no máximo até meia noite quando todos já estão dormindo, você também será dispensado dos serviços e poderá se deitar. Tente investigar a casa mas sem parecer suspeito.

- Ook - estava para sair quando ele gritou- e se me pegarem?

Revirei os olhos e me voltei para ele.

- Não vão. Até mais tarde.

Antes que ele desse outro acesso de gritos fugi para fora do quarto andei pelo corredor que levava para a sala de estar. As luzes estavam mais fracas sem deixar de serem úteis, apenas para não atingirem os olhos com muita força. As paredes diferente dos quartos eram decoradas com uma textura de vinho e creme, mas a maior parte do lugar era coberta por quadros antigos e relíquias. Nunca entendi a apreciação de ricos por coisas velhas, provavelmente eles não sabiam no que gastar o dinheiro e torravam em qualquer obra de arte como forma de "caridade".

- Guarda-costas? Sério? - aquela voz atrevida e até excitante murmurou atrás de mim. Me virei para ver a - furacão - descendo as escadas. Seus cabelos pendiam nos ombros nus e o rosto estava limpo de maquiagem exceto pelo rímel e o batom vinho em sua boca que a deixava inevitavelmente excitante. Ela usava um vestido negro que entrava em contraste com sua pele clara, ia até acima dos joelhos mas não lhe dava um ar vulgar, as curvas de seu corpo eram pequenas, mas ela continuava linda o suficiente para me fazer babar - não que eu fosse babar literalmente.

- Seu pai pediu que eu a acompanhasse - disse e me senti orgulhosa por minha voz sair tão firme.

- Meu pai - revirou os olhos e se aproximou de mim me avaliando de cima a baixo - Ook. Vamos - disse num instante em que nossos olhos estavam presos um no outro.

A segui para fora da casa onde um Audi negro espera por nós, meu queixo caiu ao ver aquele carro magnifico estacionado ali, senti a imensa vontade de dirigir mas me contive. Entramos no carro, primeiro Swan e depois eu, meus olhos caíram para o motorista magricela que estava diante do volante e sorriu para Sophie - ele realmente sorriu para ela - que por sua vez fez um gesto com a mão e disse:

Srta.Swan - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora