Sorriso

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O restante do sábado passou num segundo, eram sete e meia quando todos os integrantes da familia estavam reunidos na sala de estar - Jonathan Swan possuia cabelos castanho-escuro que estavam grandes o suficiente para cair em sua testa, seus olhos eram de um verde musgo, que dava um brilho jovial a sua face e o deixava com menos de trinta anos. Lilian Swan tinha os cabelos loiros até a altura da cintura, seu corpo curvilíneo só a deixava ainda mais atraente, seu rosto levava uma expressão séria e de poucos amigos, as sobrancelhas perfeitamente delineadas, nariz pequeno e os lábios carnudos faziam dela uma mulher incrivelmente linda - era evidente a semelhança entre ela e Sophie, o mesmo queixo fino, as bochechas rosadas naturalmente e a péssima mania de desafio no olhar..os olhos? A única coisa que as diferenciava eram os olhos, enquanto os de Lílian eram castanho-escuros os de Sophie eram azuis mas.. não podia ser, ou podia?! Cristopher Swan herdara os olhos do pai, impiedoso e sem deixar transparecer uma única emoção. Seu filho mais velho tinha os traços da mãe e a mesma superioridade do pai, mas Sophie não era tão semelhante assim a Jonathan no início eu achei que tivesse visto alguma semelhança, mas, agora mais de perto podia ver claramente - ela é idêntica a mãe.

Carlos me encarou sabendo que tinha algo errado no que quer que minha expressão estivesse mostrando. Alfred surgiu com os trajes de pinguim serviçal - adorei esse apelido que Carlos inventou - e anunciou que o jantar seria servido. Observamos Jonathan se afastar com sua mulher segurando em seu braço, Cristopher foi logo em seguida, tinha acabado de se trocar mas assim como Carlos, ele era um dos poucos homens que mesmo vestindo algo casual ou só uma camisa branca e moletom, faziam qualquer mulher babar.

Sophie ainda estava no sofá quando eles sumiram até a mesa do jantar, seus olhos penetrantes encontraram os meus e aquela imagem do provador surgiu tão viva em minha memória que foi como se tivessemos voltado para aquele momento. Estava prendendo a respiração, e minhas pernas sentiram o impacto daquele olhar, seus olhos queriam dizer tantas coisas, havia um conflito dentro dela, e por um segundo ela deixou isso transparecer. No segundo seguinte seu queixo se levantou naquela posição superior e ela se direcionou para fora da sala.

- O que aconteceu com você? - Carlos perguntou se aproximando de mim, estava usando uma calça social preta e uma camisa azul-escuro que entrava em contraste com sua pele,seus olhos que não deixavam passar nada e seu meio sorriso que dizia: desembucha Pearl.

- Estava imaginando se amanhã já teremos descoberto algo - menti. Mas não era totalmente mentira, em parte eu queria mesmo sair dali o mais rápido possível, não só pelo risco que estávamos correndo, mas por um perigo ainda maior que eu estava começando a sentir. Minha atração por Swan iria me levar a cometer loucuras, não podia deixar uma coisa tão banal estragar meus pelos e meu trabalho.

- Relaxa gata, amanhã é dia de comemoração, vamos vestir lindas roupas, colocar nossas mascaras e passarmos despercebidos por todos, com sorte os políticos desembucham seus planos sórdidos.

- Ér, com sorte.

Naquela noite eu não consegui dormir, me virei de um lado para o outro e em algum momento joguei meu cobertor no chão, mesmo com o clima instável dessa cidade meu corpo estava quente e não era uma causa natural, eu sabia o que tava me afetando daquele jeito, sabia como meu corpo desejava a garota que dormia no andar de cima, ela devia estar sonhando com seus muitos peguetes idiotas e me queria na lista também - mas com certeza isso estava fora de cogitação - e essa negação por mais delicada e precisa que fosse, fazia meus nervos protestarem, era um desejo que envolvia pele, apenas isso o toque de dois corpos e mais nada.

Joguei minhas pernas para fora da cama e me sentei passando as mãos pelos meus cabelos úmidos de suor,eram quase três da manhã quando olhei no relógio em cima da cabeceira. Respirei fundo antes de me levantar e sair do quarto. A casa estava numa penumbra total, exceto pelos iluminadores que exalavam uma luz fosca mas muito bem vinda para pessoas normais que não enxergavam no escuro.

Fui em direção a copa que ficava na divisa com a cozinha, nenhum sinal do - pinguim serviçal, que eu não duvidava que ficaria de vigia a noite toda caso seu patrão mandasse - Abri a geladeira e me servi com um copo cheio de água, aquilo devia resolver mas caso não resolvesse um banho gelado talvez.

- Sonhos ruins? - aquela voz me atravessou como lâmina, tive que segurar o copo com força para não deixar se espatifar no chão, as juntas de meus dedos já estava brancas quando eu amenizei o aperto e dei um longo suspiro rouco. Coloquei o copo sob a bancada e respirei fundo.

- Não esta tarde para a moça ficar andando pela casa? - perguntei sem me virar para vê-la sabia que no instante em que meus olhos a encontrassem não seria nada legal.

Ouvi seu sorriso saindo num suspiro audivelmente entediante.

- A casa ainda é minha Pearl, - senti sua aproximação antes mesmo de suas unhas tocarem minhas costas por cima da camisa que estava usando, a única peça que eu estava usando exceto pela box preta. Ela fez um trajeto que ia da minha nuca até o meio da minha coluna, depois subia e fazia o mesmo processo, aquilo me excitou e me surpreendeu por ficar com tesão tão facilmente por ela. Era preciso bem mais que isso para me convencer a transar- se fosse com outra - mas não com Swan, não quando sua voz já fazia uma corrente de eletricidade afetar meus nervos.

Ela estava para descer os dedos por baixo da camisa quando eu me virei e segurei seu pulso num aperto desnecessariamente forte. Seus olhos brilhavam em divertimento e um sorriso se formou em seus lábios exibindo as covinhas em suas bochechas. Percorri meu olhar por seu corpo que não vestia nada mais nada menos que uma lingerie branca de renda. Suas pernas exibiam seu corpo perfeitamente escúlpido e não contive o suspiro de prazer ao vê-la daquele jeito.

- O que você quer Swan? - perguntei e ela mordeu o lábio inferior, minha boca se abriu e fechei imediatamente.

- Você sabe o que eu quero, mas sabe o que você quer?! - ela estava brincando e eu odiava brincadeiras, ainda mais quando o brinquedo era eu. Puxei ela pela cintura e a virei contra a bancada macia, Swan arfou e colei meu corpo junto ao dela, nossas bocas a centimetros uma da outra como já havia acontecido outra vez. Podia sentir seu hálito quente e doce percorrer minha nuca como pequenos calafrios excitando minha pele e esquentando meu intimo.

- Eu sei muito bem o que eu quero - afirmei fazendo uma pausa, desci meus lábios para o seu pescoço, toquei aquela maciez com minha língua sentindo seu corpo amolecer em minhas mãos, levei uma mão até sua nuca e puxei seu cabelo enquanto chupava seu pescoço ainda mais forte, fiz uma trilha até seu ombro com uma sequência de chupar e beijar, apertei sua cintura descendo minha mão para sua coxa, ela jogou a cabeça para trás, sua respiração tão rápida quanto a minha, a ergui em meu colo e a sentei na bancada, entrei no meio de suas pernas e a toquei por cima da renda, mesmo através do tecido senti a pulsação latejante em seu sexo, o meu não devia estar muito diferente.Ela gemeu baixinho quando subi a boca até seu queixo e o mordi, seus lábios se abriram de leve esperando pelo beijo, que não aconteceu. Mesmo que eu quisesse - e eu queria - não dava para fazer isso, não desse jeito. Estava dentro de uma investigação e Sophie fazia parte dela, não podia me envolver assim. Seus olhos se abriram, pude ver as pupilas dilatadas e o brilho carnal que emanava e nos ligava através de um fio invisível - Me desculpe srtaªSwan...boa noite - saí dali aos tropeços sentindo que a qualquer momento ela sairia de lá atrás de mim com uma arma. Mas isso não aconteceu, cheguei ao meu quarto esperando por no mínimo um grito que acordasse toda a casa, mas o silêncio não se quebrou com nada menos que minha respiração, que estava rápida e muito audível. Tentei me acalmar e decididamente só um banho gelado me faria relaxar.




Srta.Swan - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora