Você dirige

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Senti minhas pálpebras pesadas, assim como meu pescoço latejava num ponto específico - resultado da posição errada que dormi.

Abri meus olhos e tentei levantar mas a dor em meu pescoço se espelhou por todo meu corpo - bem feito, quem manda passar a noite fazendo sexo selvagem.

Percorri o quarto com o olhar, mas sabia que não encontraria Swan assim que percebi que ela não estava em minha cama - óbvio que não estava. Swan conseguiu o quê tanto queria, uma noite de sexo e se foi assim que amanheceu - quis me cobrir e ficar na cama pelo resto do dia lamentando o quão idiota pude ter sido. Diria que estava com febre e com muita sorte Carlos me acobertaria - o que tinha quase certeza que ele não faria. Por fim decidi que levantaria da cama e agiria no automático.

E foi o que fiz, tomei banho e vesti uma regata branca e uma calça cáqui cinza, coloquei meus tênis e prendi meu cabelo num coque alto.

Sai do meu quarto e procurei por Carlos, ele estava ao lado do meu, deitado em sua cama de frente para o notebook, ele parecia bem centrado no que quer que estivesse vendo pois só percebeu minha presença quando bati a porta com força - ele saltou da cama fechando o aparelho com força. Seus olhos assustados e sua boca numa linha fina que lhe dava uma aparência de mais velho.

- Assistindo sites pornô, que feio Carlos - brinquei fechando os olhos em pequenas fendas, ele fechou a cara pra mim e voltou a abrir o notebook.

- Não preciso disso, e mesmo que fosse você não tem nada haver com isso.

- Uau, alguém acordou com o pé esquerdo hoje..

- E alguém nem dormiu hoje - devolveu e vi em seus olhos a ironia em suas palavras. Carlos sabia que Swan estava em meu quarto e passou a noite toda comigo.

- Colocou câmeras em meu quarto também? - perguntei apesar de a ideia ser absurda, ele nunca invadiria minha privacidade dessa forma.

- Não precisei, - ele voltou os olhos para a tela em sua frente - ouvi o bastante.

Foi minha vez de esbugalhar os olhos em evidente surpresa ele sorriu sem me encarar, seus dedos percorriam o teclado com agilidade e elegância ao mesmo tempo - ele sempre foi melhor com aparelhos eletrônicos que eu.

- O que é tão interessante nessa porcaria que não consegue conversar comigo?

- Essa porcaria contém as provas contra o Swan - devolveu e senti meu rosto esquentar.

Me aproximei da cama e me sentei ao seu lado - Carlos abriu uma pasta onde surgiram vários áudio e alguns vídeos. Ele me mostrou os cômodos onde as câmeras instaladas haviam sido colocadas e meu coração saltou quando vi Sophie entrando na cozinha - estava ao vivo - ela vestia uma camisa branca e pulou nas costas de Alfred, o que o deixou assustado mas não bravo. Ele serviu uma xícara para ela e Sophie saiu da cozinha provavelmente voltando pro quarto.

- Quer continuar vendo sua Swan? - a palavra sua fez meu peito latejar. Swan nunca seria minha, ela nunca seria de ninguém além dela mesma.

- Me mostre logo os áudio do Swan - pedi piscando para evitar uma choradeira desnecessário - eu podia demonstrar ser madura e fria, mas odiava me sentir usada e naquele momento era como eu me sentia.

- Não. - ele murmurou, mas não havia dureza em sua voz, ao contrário disso estava suave e cuidadosa - Sei que está curiosa mas o melhor é enviar isso logo para o chefe, apagamos aqui e continuamos até recebermos uma confirmação de que já basta.

Me surpreendi por ele estar sendo mais profissional do que eu - ao invés de apenas cumprir meu propósito e sair logo dali, fui me meter com a filha de uma possível corrupto e estava na mira a partir daquele momento - se Sophie abrisse a boca, eu estava ferrada.

Srta.Swan - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora