Olhares

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Swan dançou, bebeu mas não caiu quando finalmente a convenci de que era hora de ir pra casa já passavam das duas da manhã.

- Sabe de uma coisa..- ela murmurou enquanto entravamos na casa - aquele seu amigo Carlos é bonitinho...

- Hm. - subimos para o segundo andar, e quando digo subimos quero dizer : Swan pulando degrau por degrau e eu atrás só para assegurar que ela não caíria - Uma dúvida..

- Diga.

- Você bebeu pelo menos metade daquela bar..e não esta nem mesmo alta - ela virou o corpo o que me fez parar abruptamente, seus olhos brilhavam na escuridão da casa, onde todos já deviam estar dormindo. Ela mordeu o lábio inferior, e aproximou seu rosto deixando nossas bocas quase sem um espaço uma da outra.

- Sou cheia de surpresas Srtª Pearl. - seu halito quente atravessou minhas estruturas como lâmina cortando cada camada de pele até me penetrar na alma, seus olhos pareciam invadir me invadir e absorver todo oxigênio ao redor, me senti sem fôlego, sem forças para sair do lugar e simplesmente fiquei ali deixando Swan me encantar como a uma criança quando lhe oferecem um doce - Boa noite. 

Ela se virou e atravessou o segundo andar num andar confiante e antes de entrar em seu quarto me olhou pela última vez, fazendo meu corpo reagir depois daquele momento de pura tensão..ou talvez fosse outra coisa com T. 

Ouvi um barulho vindo do andar de baixo como alguma coisa sendo tirada do lugar. Desci os degraus devagar e consegui não fazer barulho apesar da minha respiração estar pesada e muito audível graças a SrtªSwan e sua deliciosa e tentadora voz. Pelo canto do olho percebi um movimento e me virei preparando o soco de punho fechado, parei com a mão a centimetros do rosto de Carlos que arregalou os olhos e fechou a cara pra mim.

- O que ta fazendo? - falou sem deixar nenhum som sair, apenas movendo os lábios carnudos de dar inveja.

- Eu que te pergunto - devolvi mexendo apenas meus lábios para formar as palavras. Carlos estava prestes a responder mas o peguei pelo braço e o puxei pelo corredor até chegarmos em meu quarto, tranquei a porta só por segurança e me voltei para ele.

- Você ia me bater? - perguntou agora num tom que pudessemos ouvir

- Claro que não, mas você me assustou droga - respondi tirando meus sapatos com os pés e o colete que foi parar do outro lado do quarto.

- Descobriu algo?

Neguei com a cabeça.

- Sophie é só mais um fantoche do Swan - suspirei sentando em minha cama. Fechei os olhos e respirei fundo tentando tirar a cena do "quase beijo" da minha cabeça.

- Ela me pareceu bem esperta e alerta sobre o pai - afirmou cruzando os braços sobre o peito, seus olhos me avaliavam como sempre vazia quando achava que eu estava mentindo ou escondendo algo.

- Ela só esta tentando fugir dessa realidade, é tão presa quanto o resto da cidade, sem poderem escolher a quem recorrer.

- Ou Sophie Swan esta usando seus encantos para que você confie nela - sua voz tinha um QUÊ de alerta e só assenti como um último recurso para ele ir dormir, já eram duas e meia e só  queria uma boa noite de sono.

- Instalei algumas escultas por baixo dos assentos e bem ocultos atrás de molduras e quadros.

- Bom trabalho. - ele se virou para sair - Carlos - voltou a me encarar e falei - vou nos tirar daqui o quanto antes. - assentiu e sorriu saindo do meu quarto.

...

Na manhã seguinte fui acordada por insistentes raios de sol que invadiam meu quarto e atingiam meus olhos, uma pontada na cabeça foi suficiente para eu gemer e me arrastar para o banheiro. Minhas malas ainda estavam fechadas mas tirei os comprimidos e produtos e arrumei no banheiro. Peguei uma aspirina e tomei a seco, tinha que estar preparada para a minha - furacão - que não devia nem estar sentindo uma enxaqueca.

Srta.Swan - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora