Dança Comigo

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Desci para o andar de baixo sentindo o olhar inquisidor de Carlos me seguir até eu parar a sua frente.

Com uma expressão séria e uma arqueada de sobrancelha, pude ver diversas acusações que não foram ditas em voz alta apenas porque Jonathan Swan nos chamou com um gesto de dedos até seu escritório.

- Feche a porta por favor - a balburdia do lado de fora se isolou quando fechei a porta atrás de mim.

Swan se sentou em sua cadeira, os braços largados nos apoios. Sua expressão vazia e impenetrante era ao mesmo tempo calma e rude, seus olhos tinham o poder de fazer qualquer um abaixar a cabeça, e Carlos quase fez isso - não fosse por nossos olhares terem se cruzado e ele perceber minha reação firme e orgulhosa.

- Bem você sabem que hoje a noite iremos receber uma comitiva importante. Já contratem seguranças suficientes para todos os convidados, mesmo assim quero que fique acompanhada de minha filha Pearl - assenti. Meus braços estavam juntos nas costas e mantive meus olhos em contato firme com seu olhar. - Flow de você eu quero que me acompanhe em todo o lugar. Claro que não precisa ficar em meu encalço, mas se perceber algo estranho ou mesmo suspeito não exite.

Ele se levantou e foi até um quadro que mostrava uma paisagem de Londres séculos antes de ser dominada pelo modernismo e consumismo dos dias atuais. Era um quadro maravilhoso até, mas o que nos fez ficar arrepiados foi o que se escondia atrás. Swan nos olhos e encarei o chão, Carlos me imitando - ele digitou uma senha rápida no cofre que fez um baralho do tipo: clokc. E se abriu.

Ele levou apenas alguns segundos para retirar duas armas de dentro e fechar novamente. Outro clock e o cofre voltará a estar trancado.

- Espero que não precisem usar, mas para o caso de algum imprevisto.

Pegamos as armas e ele nos dispensou com um gesto de mão. Carlos foi o primeiro a sair vi o alívio estampado em seu rosto. Quando estava a um passo do lado de fora Swan me chamou.

Me virei com a esperança de não ter escutado direito, mas o destino não está a mesmo a meu favor hoje.

Voltei para dentro fechando a porta atrás de mim. Swan me encara atentamente e por um segundo imaginei que ele houvesse descoberto tudo.

- Posso chama-la de Lena certo? - assenti tentando não enrugar a testa - Lena, eu sei que minha filha não conhece o significado da palavra limites. E vou entender quando entrar aqui pedindo para ser demitida. - ele engoliu em seco - Acontece que ninguém nunca consegue tomar pulso da situação Sophie consegue tirar qualquer um do seu juízo..

- Sr.Swan entendo a preocupação, mas eu não tenho planos de pedir demissão, não tão cedo. Pode confiar que não vai me receber em sua sala para fazer esse pedido.

Um sorriso surgiu em seus lábios e eu duvidava que não fosse com esse mesmo sorriso sínico com que ele cativava a cidade.

- Espero que sim. Bem, já pode ir.

Sair daquele escritório foi como voltar a vida, não percebi que estava prendendo a respiração até soltar um longo suspiro audível o suficiente para uma moça que estava levando um vaso de lá para cá feito uma barata tonta, parasse para ver se eu estava precisando de ajuda.

A tarde passou tão rápido quando a manhã, as seis a mansão Swan já estava em ótimo estado e perfeitamente bela - como se já não fosse todos os dias - mesmo assim Alfred percorria os corredores da casa, corria de um funcionário a outra, ordenando que queria tudo em seus devidos lugares e qualquer mísero detalhe que fosse percebido, o responsável pagaria com a vida - claro que a ameaça era um tanto fajuta demais. Porém Alfred tinha aquele olhar e o tom que fariam qualquer um acreditar no que estava dizendo.

Srta.Swan - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora