Você?

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Hoje seria o dia em que Swan se encontraria com o tal Steele, Carlos quis se encarregar disso mas eu estava me sentindo culpada demais por colocá-lo nisso - Eu entrei nessa porque quis - ele disse quando conversamos no começo da madrugada, mas bati o pé e decidi que iria vigiar Swan enquanto ele ficaria de olho em Sophie, Carlos odiou a ideia, para ele era mil vezes mais fácil acompanhar Swan em um encontro no qual talvez fosse descoberto, do que vigiar a filha do chefe. Em parte eu entendia porque, Sophie - o furacão como eu preferia chamar - era instável, em alguns momentos centrada e no segundo seguinte completamente maluca pronta para lutar com quem se metesse em seu caminho.

A última vez que conversamos foi em seu quarto, ela logo pegou no sono e meu primeiro pensamento foi sair logo dali, mas quando vi seu rosto sereno, os lábios entre abertos, os cílios longos e os traços marcantes, não consegui parar de olhar. Fiquei ali encarando a feito boba por pelo menos uma hora, era inacreditável que alguém que parecia tão doce e frágil, fosse na verdade agressiva e rude, mas eu sabia a verdade, no fundo ela não era assim, tinha visto seu lado mais calmo e fragilizado pelas decisões tomadas em sua vida, feitas pelos outros e não por ela mesma, isso a deixava com medo do que estava por vir de seu futuro, era algo que eu não sabia como lidar, ninguém nunca tinha decidido o que seria ou o que eu faria, minha família mais precisamente minha mãe tinha me apoiado em todas as decisões que tomei, quando decidi por jornalismo, ou quando disse que gostava de garotas - ela ficou triste, era compreensível que toda mãe esperasse sua filha casada com um bom homem e constituísse sua própria família, passando assim para sua filha os seus ensinamentos - claro que ver o olhar de decepção em seus olhos foi horrível, mas minha mãe não poderia ter sido uma mulher melhor do que naquele momento em que me abraçou e disse que me queria feliz acima de qualquer coisa, até desses padrões sociais.

Imaginar como Sophie se sentia sem poder escolher com quem se casaria, ou se não quisesse se casar, era notável que seu pai a obrigaria, mesmo com seu jeito todo durão e imponente, como se nada a atingisse eu era prova de que suas palavras não valiam muito naquela família.

Houve um tempo em eu também era como Sophie, não queria que ninguém se aproximasse, não queria me apegar a ninguém e acabar sofrendo em consequência disso, Carlos foi o único e talvez o mais idiota que se meteu em minha em minha vida, com sua marra de badboy mas o coração tão mole quanto manteiga derretida, ele me conquistou e desde aquele momento não nos afastamos mais.

Agora estamos ali presos em um campo de guerra e eu estava começando a achar que a família Swan não era o único mal daquela cidade.

Uma batida na porta do meu quarto me despertou, sabia que nem Carlos nem Soph bateriam em minha porta, eles já invadiam como se fossem seus próprios quartos.

Me distanciei da janela e abri a porta, Alfred estava parado em uma postura formal demais, com as mãos nas costas e o rosto erguido de forma única.

- Srta.Swan deseja vê-la imediatamente em seu quarto - murmurou e fiquei sem saber o que dizer naquele momento, eu esperava que Sophie dormisse até pelo menos já ter saído com seu pai.

- Tenho assuntos na cidade, mas Carlos ficará em meu lugar, ele saberá seguir as ordens da Srta.Swan.

Alfred parecia atento a cada palavra, era realmente um abutre encherido, mas sua reação foi um aceno e ele se foi pelo corredor. Sai do quarto e andei em direção ao escritório de Swan, ele estava saindo naquele mesmo instante.

A primeira parte do meu plano era dar um jeito em Tobias, já que ele era o motorista da família, Swan recorreria a Carlos e então eu entrava na jogada - isso se Swan não pedisse aos outros seguranças, aí teríamos um problema

- Bom dia Sr.Swan - falei e ele parou no lugar para me comprimentar - Tobias lhe informou sobre o ocorrido? - perguntei tentando soar convincente o suficiente.

Srta.Swan - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora