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Às margens do lago Como, uma das áreas mais exclusivas e desejadas de Milão, vivem atores, políticos e jogadores de futebol.

Quando Isabella chegou à deslumbrante mansão de Rafael Vitti não ficou surpresa, pois encontrou exatamente o que esperava: uma linda casa com decoração minimalista, onde tudo era moderno e impessoal. Foi recebida por uma mulher de meia-idade que a olhou de cima a baixo com curiosidade.

— Olá, boa tarde. Estou aqui para ver o sr. Rafael Vitti.

— Da parte de quem?

— Sou Isabella.

— A fisioterapeuta?

— Isso.

— Ah, é um prazer, Isabella. Entre... entre, eu sou Petra, a governanta.

— O prazer é meu, Petra.

A mulher abriu um sorriso e disse:

— Venha, o senhor pediu para que esperasse por ele na sala.

Que moderno! Sofás brancos, mesa de couro branca, paredes lisas, duas telas enormes de televisão, persianas cor de vinho... Tudo combinando, mas quando Isabella viu uma foto de dois metros por dois do jogador ajoelhado no campo comemorando um gol, não conseguiu reprimir uma gargalhada. Era demais!

— Caramba... vejo que você já está rindo.

Sobressaltada, Isabella se virou e viu Rafael entrar de muletas na espaçosa sala de estar. Ela apontou o quadro achando graça.

— Você é muito egocêntrico, não é?

— Por que, garota? Essa foto foi um presente, eu não podia recusar.

Chegando até ela, o jogador soltou as muletas e se sentou numa das cadeiras.

— Esse foi o primeiro gol que marquei quando entrei pro Inter de Milão — acrescentou ele com satisfação.

Isabella sorriu bem no instante em que uma cadela linda, branca com manchas marrons, foi se aproximando dela para cheirá-la. Isabella se agachou e tirou as luvas.

— Oi, linda — disse, fazendo carinho. — Você deve ser a Isabella, não é?

A cadela se sentou perto dela, toda feliz. Durante vários minutos, Isabella esqueceu o jogador e se concentrou na cadela. Sempre tinha gostado muito de animais, apesar de nunca ter tido nenhum.

Foi então que tocou o celular de Rafael e ele o atendeu. Sem querer bisbilhotar, Isabella o ouviu chamar alguém de linda e se despedir com "até a noite". Quando ele desligou, ela perguntou:

— Que raça é?

— Bracco italiano — respondeu Rafael.

— Olá, Isabella. O que foi, bonitonaaa?

Com uma expressão divertida, ele observou como a garota e a cadela começavam a se conhecer e gostou do que viu.

Normalmente, as mulheres que o visitavam evitavam o animal. Mas ali estava ela, ajoelhada no chão e beijando com carinho o focinho da cadela.

— Tenho que fazer uma confissão — disse ele, de repente.

— Diga.

— O nome dela não é Isabella.

Ela o encarou, boquiaberta, ergueu as sobrancelhas, piscou várias vezes, mas não perdeu o sorriso. — Pois saiba que eu fiquei triste por ela não ter o meu nome — sussurrou ela, sem deixar de sorrir, comovendo-o. — É um nome lindo.

Vai sonhando!Where stories live. Discover now