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Na segunda-feira, voltando do treino, Rafael estava muito motivado.

Pela primeira vez em meses, tinha treinado a 100 por cento com os companheiros. À medida que a semana avançava, sua autoestima aumentava.

Isabella sorria ao vê-lo tão feliz, embora tivesse ficado arrasada quando ele ligou na quinta feira para cancelar um encontro, explicando que não poderia vê-la. Ela não estava nos planos dele. Aceitou sem reclamar e o incentivou a se divertir.

Porém, quando desligou, sentou-se no sofá e, depois de tirar os sapatos de salto que tinha colocado especialmente para sair com ele, encarou realisticamente a situação.

— Como diz Elvis, o rei do rock, "é agora ou nunca".

Havia chegado o momento de acabar com aquela história de uma vez por todas.

No sábado Rafael jogaria a primeira partida depois da lesão. Emocionada, Isabella foi ao campo do Inter junto com Suhaila e Israel, pois queriam se juntar à torcida.

Rafael, Nicolas e alguns outros jogadores estavam a caminho do vestiário quando cruzaram com Isabella no corredor.

Ele levantou os braços, feliz, e se fundiu com ela num abraço, sem se importar com as conclusões que os colegas pudessem tirar.

— Fico feliz de ver que minha atacadinha veio.

— Eu não perderia por nada no mundo.

Aquele contato, depois de vários dias sem vê-lo, pareceu a glória para Isabella e ela sorriu tentando aparentar normalidade.

Depois que o resto dos jogadores os deixou a sós, ela perguntou:

— Nervoso? — Rafael balançou a cabeça, negando.

Isabella sorriu e prosseguiu, acariciando o braço dele:

— Não precisa ficar, sua perna está perfeita. Tente não dar freadas bruscas, faça alongamento e se aqueça muito... muito bem agora e antes de sair do campo e vai ver como vai correr tudo uma maravilha.

— Espero que a minha perna corresponda. Hoje vou ter gente demais me observando — murmurou Rafael, dando uma piscadinha para uma das recepcionistas do clube, que passou por ele.

— Não faça corpo mole e lute... — comentou ela, fingindo não ter visto a piscadinha.— Espero que, quando fizer o primeiro gol, você o dedique pra mim. Eu mereço, não?

Com um sorriso sincero, ele olhou seu corpo com deleite e a provocou:

— Você merece isso e muito mais.

— Se você me dedicar esse gol que está previsto no nosso contrato, vou me dar por satisfeita! Sorriram.

Querendo ter Isabella mais perto, ele a pegou pelo braço e a puxou para uma lateral. Depois de comprovar que ninguém os podia ver, beijou-a com prazer e então confessou:

— Faz três dias que não te vejo e senti sua falta.

Com um sorriso, ela fez que sim e respondeu, passando as mãos pelo cabelo dele, de que tanto gostava.

— Também senti sua falta.

Desta vez foi Isabella quem se jogou sobre ele para um beijo. Quando se separaram, ele contraatacou:

— Te comeria inteirinha.

— Então me come — respondeu ela, brincalhona.

Rafael fez que sim e, antes de sair, com um olhar desafiador, acrescentou, depois de mais um beijo: — Espero você hoje à noite na minha casa depois do jogo. Aí eu vou te comer.

Vai sonhando!Where stories live. Discover now