8.

299 23 0
                                    


Quando Isabella chegou com suas cinco amigas ao restaurante localizado na Via Monte de Pietà, entraram e foram diretamente até sua mesa.

Eram clientes habituais e os donos da casa sempre as tratavam com carinho. Como sempre, pediram pizza, ravióli de abóbora, bife à milanesa e, de sobremesa, tiramisù.

Felizes, saíram do restaurante e decidiram ir ao La Fragola para beber alguma coisa. Meia hora depois de terem chegado, uma das amigas apresentou Isabella a alguns rapazes.

Num piscar de olhos, estavam todos batendo um bom papo.

— Uiii, esse tal Doménico te olha muito, Antonella — provocou Isabella.

Aquela sorriu e sussurrou:

— Eu já acho que o outro está olhando pra você, o de camisa polo azul-marinho. Como ele se chamava mesmo?

— Ricardo. — E categórica, acrescentou: — Não faz meu tipo.

As duas riram e Antonella comentou:

— Quem faz seu tipo é o jogador de futebol.

— Quem? — perguntou Bella, sorrindo.

— Não negue. Eu te conheço e sei que você sempre gostou desse tipo arrasa-quarteirões de cabelo comprido.

— É mas... meu ex, o Enzo, tem cabelo curto, esqueceu?

— Ah, o Enzo... ele é um cara divino, mas um perfeito idiota, não se esqueça disso. Ainda me lembro daquele fim de semana em que a gente foi a Nápoles com o amigo dele, o Lorenzo. Que viagem incrível!

Mencionar aquele episódio as fez sorrir.

— Foi bom enquanto durou, não acha?

— Acho... mas você já sabe que pra mim, depois do Enzo, os casos não duram mais de dois ou três meses, não quero que...

— Isso tem que mudar, Bella. Por que você faz questão de interromper algo quando começa a ficar bom?

Isabella deu um gole na bebida e, sem perder seu eterno sorriso, cochichou:

— Porque não sou livre, você sabe!

— Bobagem. Você é livre assim como eu. A diferença é que você estabelece uns períodos absurdos e...

— Uooou! Adoro essa música! Vamos dançar — interrompeu Bella ao ouvir Papi de Jennifer López.

Antonella suspirou. Conversar com sua amiga sobre aquilo era inútil, por isso decidiu entrar no jogo e a acompanhou na dança. Porém, quando voltaram ao balcão do bar, retomou o assunto:

— Continuo achando que você gosta do jogador.

Isabella suspirou.

Sua melhor amiga tinha razão: por que negar?

Depois de um gole na bebida, respondeu:

— Tem razão! O Rafael é sexy, tentador e um gostoso, mas também é um canalha prepotente que só olha pro que lhe interessa e...

— Mas ele te olha porque gosta de você, o que te impede? — E, vendo que ela não respondia, acrescentou: — Olha, Bella, vamos ser realistas e partir do princípio de que você não vai permitir que essa aproximação dure mais de dois meses.

— Nem quatro dias — admitiu ela de bom humor.

— Está bem... está bem... nem quatro dias. Mas pense: você gosta dele. Ele é gostoso e o mais importante: é um homem e você sabe que ele não vai recusar o que você quer fazer com ele, não é verdade?

— É sim... mas ele gosta de mulheres tecnicamente perfeitas. Digamos que sejam as que eu e você normalmente conhecemos como a típica mulher sem cérebro e que não sabe dizer duas frases

seguidas, mas que tem um corpo tentador. Além do mais...

— E quem disse que o seu corpo não é tentador?

— Eu digo — Isabella brincou — e o que é pior, ele me disse.

— Mas que cretino! Para não dizer algo pior... Isabella soltou uma gargalhada e disse para a amiga: — No primeiro dia em que me viu, ele disse que eu tinha uma bunda enooorme e seios inexistentes. Temos que admitir, Antonella, somos mulheres manequim 44. Se formos sinceras, tamanho 46 depois das festas de fim de ano. E acho que sujeitos como ele, que têm tudo com um estalar de dedos, só gostam das mulheres alguns números menores.

As duas riram.

— Se eu fosse você e me sentisse tão atraída por esse cara — Antonella disse —, eu mostraria que com meu manequim 44 posso ser muito mais sexy, interessante e quente do que outras dez números a menos.

— Às vezes eu morro de vontade, posso te garantir.

— Pois então faça... permita-se esse capricho. Por que ele pode e você não?

Isabella encarou a amiga e, depois que seu sorriso desapareceu, comentou:

— Agora não posso. Você já sabe que agora eu...

— Eu sei, sua chata... eu sei... — E, ao ver a expressão dela, reafirmou: — Mas sei que tudo vai ficar bem.

— É o que eu espero! Pensamento positivo!

Antonella ergueu o copo.

— Vamos fazer um brinde ao pensamento positivo e pra que depois você possa satisfazer seu desejo caliente e excitante com esse jogador.

Fizeram tim-tim, deram um gole e Isabella murmurou de bom humor:

— Sim, tudo vai ficar bem, e quando ficar, vou me permitir um capricho.

— Isso!

— Eu é que vou atrás dele e serei eu a desfrutar o manjar dos deuses daquele corpo musculoso. Meu Deus, que homem gostoso!

— Uooou, menina... estou vendo que está caidinha por ele!

Riram e Isabella, antes de sair e aceitar o convite para dançar com Ricardo, continuou:

— Como você diz, um capricho é um capricho, por que não me permitir um capricho?

Aquela noite terminou no famoso bar Tequila, um karaokê onde todos se divertiram incrivelmente e beberam um pouco além da conta.

Vai sonhando!Where stories live. Discover now