15.

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Isabella acordou transpirando.

Aqueles suores noturnos acompanhados das câimbras a despertavam em muitas noites. Ela xingou e bateu em alguma coisa quando se mexeu. Abriu os olhos e encontrou o tórax nu e musculoso de Rafael.

Ficou observando-o hipnotizada na quase escuridão do quarto. Ver a tranquilidade com que ele dormia arrancou dela um sorriso cheio de ternura.

Olhou no relógio da mesinha de cabeceira: 5h27.

Tentou dormir, mas não conseguiu pegar no sono. Tinha vontade de acordar Rafael e continuar com a sessão de sexo. Sorriu de novo com o pensamento, mas dessa vez com malícia.

Por fim, decidiu levantar e voltar para casa. Era o melhor para os dois.

Sem fazer nenhum ruído, recolheu suas coisas e saiu do quarto. Vestiu-se já na sala, brincando com Louca.

Colocou sua jaqueta bomber, acionou o controle para abrir o portão da rua e se enfiou no carro às pressas, dando partida para poder sair antes que o portão fechasse.

Chegou em casa por volta das 6h25.

Foi direto se reencontrar com sua cama: se acomodou e dormiu. Quando Rafael acordou, ficou surpreso ao perceber que estava sozinho na cama.

O relógio marcava 9h50. Onde estava Isabella?

Levantou-se pelado e saiu à procura dela. Não estava na sala, nem na cozinha.

Muito abalado, viu que o carro não estava estacionado do lado de fora. Mas aonde teria ido?

Pegou o celular e ligou para ela. Depois de vários toques, ela atendeu.

— Alô?

— Pode me explicar por que você saiu sem me dizer nada?

Isabella se sentou na cama, coçou o pescoço e respondeu depois de bocejar algumas vezes:

— Acordei de madrugada e não consegui mais dormir. Pensei que era hora de voltar pra minha casa.

— Mas, Isabella, pedi pra você passar a noite comigo. Você aceitou e...

— Stop! — gritou, repentinamente. — Aceitei passar a noite com você, mas estou acostumada a dormir sozinha e acho que foi por isso que perdi o sono. Sabe, você se mexe muito, e...

— Eu me mexo muito? — perguntou, mal humorado. — É você que se mexe demais. Não parou quieta na cama nem um segundo.

— Bom, Rafael, não fique assim — disse ela baixinho. — No fim das contas foi gostoso, isso que importa, não é?

Rafael ficou um segundo em silêncio, sem saber o que responder. Antes que dissesse qualquer coisa, ela se adiantou:

— Olha, por regra, não fico pra dormir na casa dos homens com quem troco alguma coisa além de

olhares. Não leve a mal, mas é a verdade.

Entendeu o que ela estava querendo dizer e se enfureceu. Não tinha interesse em que ela trocasse olhares com ninguém além dele, que dirá mais do que olhares.

Tentando mostrar sua raiva, continuou:

— Olha, por regra, eu também não deixo que nenhum dos meus casinhos fique para passar a noite na minha cama...

— Então qual é o problema? — riu ela e, antes que ele respondesse, bocejou. — Vou indo.

— Nem pense em desligar — ameaçou.

Vai sonhando!Where stories live. Discover now