9.

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No dia seguinte, sua cabeça girava.

Muita animação e tequila demais para seu corpo. Chegou em casa em torno das dez da manhã. Horas mais tarde, dando voltas de um lado para outro na cama, ela olhou no relógio e, ao ver que eram 15h10, levantou num pulo e se vestiu às pressas.

Tinha que estar na casa de Rafael às quatro da tarde.

Entrou na casa do jogador às quatro e meia da tarde. Ele a encarou com a testa franzida e, apontando o relógio caríssimo que tinha no pulso, disse entre dentes:

— Está atrasada, são quatro e meia.

— Eu sei, desculpe, dormi demais.

— Dormiu demais?

— Foi o que eu disse.

— Mas a que horas você foi dormir?

Enquanto caminhavam até a academia, ela respondeu brincalhona:

— Umas dez da manhã, mais ou menos.

Impressionado, ele a agarrou pelo braço e a fez parar a fim de interrogá-la, erguendo a voz:

— Às dez da manhã? Desta manhã?

— Deeeus do céu...! Não grite! — suplicou ela, tapando os ouvidos.

Sem dizer mais nada, eles entraram na academia. Rafael colocou a muleta de lado e se sentou na maca.

Ela tirou os óculos de sol, tirou a mochila e o casaco e ia falar alguma coisa, porém, Rafael a interrompeu:

— Nossa, mas que cara, acho que você se empanturrou de tanto chá e biscoito.

Ao se lembrar de como tinha se divertido, ela sorriu e esfregou as mãos para esquentá-las.

— Foi uma boa balada — respondeu. — Eu estava precisando antes que...

Mas parou de repente.

O que ia dizer? Tinha ficado louca?

— Antes de quê? — perguntou ele, muito intrigado.

— Antes que acabe o ano — Isabella conseguiu responder.

Com a cara fechada e sem pestanejar, ele disse:

— Faz anos que não saio pra uma balada dessas. O mais tarde que vou dormir, muito de vez em quando e se estou de férias, é às quatro, mas dez da manhã? — repreendeu ele depois de observá-la fixamente durante vários segundos.

Sem poder evitar, Isabella soltou uma gargalhada, que aumentou quando ela se lembrou do que tinha conversado com sua amiga Antonella. Isso lhe deu um calorão e ela até se abanou. — Onde você foi? Se é que se pode saber, claro. Isabella colocou a perna lesionada num aparelho e respondeu com um sorriso brincalhão que iluminou seu rosto:

— Jantei com minhas amigas em uma pizzaria que fica na Via Monte di Pietà e depois fomos a um bar, La Fragola, você conhece?

Rafael disse que sim. Tinha ido lá algumas vezes com Nicolas e algum outro amigo.

— Quando saímos do La Fragola, o Ricardo propôs...

— Mas você não tinha ido com suas amigas?

— Sim, mas lá nós conhecemos um grupo de homens divertidíssimos com quem fomos beber alguma coisa no Tequila. Sabe qual?

Desta vez ele negou e ela, com um ar divertido, disse:

Vai sonhando!Where stories live. Discover now