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No dia 27 de fevereiro, o aniversário de Suhaila foi comemorado na Casa della Nonna.

Foi um dia muito feliz para a menina: ela estava completando 7 anos e se sentia uma mocinha. Orgulhosa, Isabella bateu palmas e tirou fotos enquanto a pequena assoprava as velas do bolo acompanhada do irmão e do resto das crianças.

Rafael ficou sabendo do aniversário no dia seguinte.

— Mas por que você não me disse nada? — reclamou ele.

— Rafael, nunca pensei que o aniversário de uma menina de 7 anos fosse te interessar — respondeu Isabella, surpresa, sem entender qual era o problema.

— Porra, Bella, era o aniversário da Suhaila!

— E daí?!

— A Suhaila é a minha garota! — rebateu sem querer deixar transparecer os sentimentos que aquela criança provocava nele.

— Ah, bem, o senhor me perdoe! Não sabia que a coisa fosse tão séria. — Riram e ela continuou: — Podemos remediar. No sábado à tarde eu dou uma festa na minha casa com a minha família e amigos e lá você pode dar os parabéns a ela.

— Maravilha, o que posso dar de presente?

— Sem dúvida alguma um kit de cabeleireiro, ela vai adorar.

Rafael nem pensou a respeito; estava decidido a comparecer.

No sábado chegou às três da tarde na casa de Isabella para ajudar com os preparativos. Dez minutos depois, um homem veio trazer um tanque de gás e disse, antes de ir embora:

— Bella, quando acabar, me ligue que venho buscar, está bem?

Ela fez que sim e, quando ficou a sós com Rafael, explicou:

— É o Rosendo. Ele tem uma loja de doces aqui perto e pedi o tanque pra encher as bolas. Penduraram os enfeites em meio a risadas e, quando terminaram, começaram a encher as bexigas. Isabella colocou na boca uma das que tinha acabado de encher, sugou um pouco e disse com uma voz igualzinha ao do Pato Donald:

— Que tal a minha voz? Sexy, não acha?

Rafael deu uma gargalhada e ela continuou com voz estridente:

— Você me comeria agora?

Rafael soltou a bexiga que tinha nas mãos, pegou Isabella no colo e enquanto caminhava até o quarto, cochichou, provocando seu riso estrondoso:

— Como você... do jeito que for.

— Uooou... — riu Isabella.

Jogou-a na cama, tirou a camiseta cinza que vestia e quando ela abriu os braços para recebê-lo, se jogou sobre seu corpo de forma cômica.

Risadas, beijos, abraços e roupas por todos os lados.

Necessitavam fazer amor com urgência, queimavam de desejo um pelo outro, mas a campainha tocou na hora H.

Entreolharam-se. A campainha voltou a tocar, e instantes depois, ouviram a porta se abrir.

— Bella, querida, está em casa?

— Smurfette?

— Caraca, meus pais! Mas que horas são? — sussurrou Isabella, levantando-se às pressas.

Os dois se vestiram depressa enquanto Isabella gritava:

— Um segundo, já vamos!

Rafael soltou um palavrão. Teria dado qualquer coisa para que Norton não os pegasse no flagra. Dois minutos depois, quando saíram do quarto, assim que o viu, Rafael soube exatamente o que ele pensava.

Vai sonhando!Where stories live. Discover now