11.

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As festas em Madri foram uma verdadeira loucura para Rafael.

Ele se divertiu com a família em todos os momentos exceto quando sua mãe fez questão de enchê-lo de paparicos como se ele fosse um garotinho.

Suas duas irmãs, como sempre, não paravam de discutir.

Nos dias em que esteve lá, acompanhou a irmã Olivia a uma das provas do vestido de noiva. Ela estava espetacular e Rafael não pôde deixar de rir quando sua mãe começou a chorar emocionada por ver a filha tão bonita.

Uma noite, Rafael saiu com as duas irmãs e o cunhado para tomarem umas e outras. Camuflado sob o boné, ele passava despercebido para muitos, embora sempre que alguém o reconhecia, uma

multidão vinha lhe pedir fotos e autógrafos.

No começo ele achava divertido, mas depois de mais de dez anos como jogador de futebol, já tinha feito tantas fotos e dado tantos autógrafos que, se pudesse evitar, evitava. Nesses momentos, e principalmente se estava acompanhado da família, a fama era cansativa.

Quando chegaram à balada em que suas irmãs tinham marcado com velhos amigos de infância, Rafael voltou a ser o garoto de sempre. Abraçou a todos eles, brindou e curtiu uma noite espetacular, sem algazarras e sem autógrafos.

Alguns de seus amigos tomaram coragem, subiram no palco e cantaram no karaokê. Então, lhe veio à mente a imagem de Isabella, e pensou nela em cima de uma mesa, cantando La Bamba. Teria adorado fazer aquilo com ela.

— Ai, maninho, que sorriso bobo é esse?

— Acho engraçado pensar que Olivia vai se casar — respondeu bem-humorado, olhando para Malena.

— Com toda a certeza, é uma digna sucessora da mamãe.

— Por que você diz isso? — ironizou Rafael.

— Outro dia eu a vi fazendo crochê e depois, croquetes. Não preciso dizer mais nada! — confidenciou ela.

O comentário fez os dois caírem na gargalhada. Era evidente que os três irmãos eram totalmente diferentes.

Olivia, mesmo sendo a caçula, era a mais convencional; Rafael era o esportista e Malena, a mais velha, era a desligada.

— E você? Alguma novidade em Milão?

— Não...

— Nenhuma garota especial?

— Nenhuma — respondeu ele de imediato.

Se bem que, sem saber o motivo, não conseguia tirar Isabella da cabeça, mesmo que tentasse negar. — Mentira. Existe alguém — rebateu Malena, que não tinha tirado os olhos de cima dele.

Pela tensão em seu rosto e pela testa franzida, ela sabia que ele não estava sendo totalmente sincero.

— Não!

— Esse "não!" acaba de me confirmar. Você sabe que sou meio bruxa e que enxergo essas coisas a quilômetros de distância. Por isso, desembucha.

— Está maluca? — riu ele, tentando driblar as deduções da irmã.

— Maninho, como se costuma dizer hoje em dia, sou loira, mas não sou burra!

Aquele comentário, o mesmo que tinha ouvido de Isabella, o fez rir e Malena prosseguiu, agarrou-o pelo braço para chegar mais perto.

— Eu vi você franzindo a testa e isso me diz que pensou em alguém, não negue. Me diga quem é! — Vai sonhando!

Pronunciar aquilo o fez rir novamente como um bobo.

Vai sonhando!Where stories live. Discover now