6.

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A semana passou e a cada dia o gênio de Rafael ficava um pouco mais fácil.

Ele já estava melhor. Mais forte.

Sua perna começava a se parecer com o que tinha sido e isso o enchia de confiança. Já não estava tão resmungão como antes, embora às vezes Isabella quisesse morrer por causa de sua prepotência.

Ele se achava o dono do mundo simplesmente por ser rico e ter um corpo escultural. Cada dia ela se sentia mais atraída por ele, por isso decidiu tomar uma atitude.

Ligou para o ex, Enzo. Estar com ele significava ter um bom sexo e, principalmente, confirmava que ela não queria nada sério com homem algum.

Porém, o que ela não havia se dado conta é de que o jogador começava a olhá-la disfarçadamente e a preciá-la como mulher.

Isabella era graciosa, divertida, otimista, sempre estava de bom humor e conseguia arrancar um sorriso dele. E o melhor, sempre respondia com honestidade. Nada a ver com as mulheres que frequentavam a casa dele em busca de fama e sexo.

Ela era diferente, não puxava o saco dele e isso, unido ao sorriso contínuo e ao entusiasmo, era o que mais lhe chamava a atenção: ela era verdadeira e sincera.

Numa sexta-feira, quando chegou para almoçar, Isabella se surpreendeu ao ver que ali não estava nenhuma das conquistas dele. Rafael a esperava sozinho e tinha cozinhado espaguete à carbonara. Almoçaram em meio a risadas e decidiram fazer a digestão sentando-se um pouquinho na frente da televisão.

— O que você acha de a gente ver um filme? — sugeriu ele.

— Filme é muito longo e temos que trabalhar. Melhor alguma coisa mais curta.

— Que tipo de filme você gosta?

Ela apoiou a cabeça no sofá.

— De tudo um pouco e, sim, antes que me pergunte, tenho um fraco por filmes românticos. Pelo menos enquanto assisto, passo um tempinho agradável vendo como se inventa uma bela história de amor que poucas vezes tem algo a ver com a realidade nua e crua.

Os dois riram.

— Ei, eu nem falei nada, sorrisinho — murmurou ele.

— "Sorrisinho"? — zombou ela. — Hum... acho que gosto mais quando você me chama de "atacadinha".

Olhando-a diretamente nos olhos, Rafael acrescentou:

— Você é a única pessoa que eu conheço que sempre está de bom humor e sempre sorri.

— Eu gosto de sorrir.

— Mas você nunca fica irritada com nada?

Com uma expressão das mais cômicas, ela respondeu que não.

— Gosto de enxergar a vida pelo lado positivo e é melhor não me irritar, pois eu não recomendo. Quando fico brava sou a pior... da pior... da pior das criaturas. Como diz meu pai: não tenho meio termo, de um docinho de coco viro um verdadeiro espinho.

Rafael deu uma gargalhada e então o celular de Isabella tocou. Ele percebeu no visor que a ligação era de Israel.

Quem era esse Israel?

Ela se levantou e atendeu. Ele a ouviu rir durante alguns minutos e prometeu ir com Israel ao cinema. Quando voltou e se sentou ao lado dele, Rafael ligou a televisão. Os dois se estiraram no sofá e o jogador foi mudando de canal até que ela disse de repente:

Vai sonhando!Where stories live. Discover now