14.

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Enquanto Isabella conversava a sós com Israel no quarto da Casa della Nonna, Rafael se sentou com os menores em volta de uma mesa para desenhar. Sempre tinha gostado de estar com crianças e todas ali faziam de tudo para ficar com ele. Suhaila se sentou ao seu lado e, enquanto os outros lhe mostravam seus desenhos, ela apertou sua mão.

— Meu irmão fez coisa errada?

— Não, linda.

— Então por que a Bella tá brava? Ela nunca fica brava.

Através do vidro da porta, ele observou como Isabella, sentada de frente para Israel, falava com expressão séria e gesticulava muito. O jogador desviou os olhos para a menina e explicou:

— Bella não está brava. Só está preocupada com seu irmão.

Séria, Suhaila olhou para o vidro da porta, depois aproximou o rosto do ombro dele e cochichou:

— Não quero que a Bella brigue com a gente. Ela é muito boa e...

Rafael se comoveu com o biquinho que a menina fez e a colocou no colo, sussurrando ao segurar seu queixo:

— Ei... não quero que minha garota chore, tá?— A criança fez que sim e ele insistiu ao ver seu rosto: — Juro que Isabella não está brava, acredite em mim, tá? — reforçou ele ao ver que ela não estava muito convencida.

— Você jura?

— Juro.

Ouvindo aquilo, a menina sorriu.

— Gosto de ser a sua garota — respondeu Suhaila, dando um beijo no rosto dele, apertando sua mão com força.

Rafael ficou sem palavras, comovido pelo contato, e aceitou o beijo, sorrindo.

Aquela mãozinha buscando refúgio na sua o encheu de ternura de tal forma que ficou com pena de ter que soltá-la quando Isabella terminou a conversa com Israel e tiveram que ir embora.

Ao sair, Isabella prestou atenção em como Rafael olhava para a menina e isso tocou seu coração. Via pena em seu olhar, uma pena que ela nunca desejou demonstrar.

Suhaila soltou Rafael quando a viu e foi se enroscar em suas pernas. Isabella logo a pegou no colo. — Rafael jurou que você não estava brava com a gente.

Isabella e Rafael trocaram um rápido olhar e ela respondeu:

— Mas claro que não, querida, só estou preocupada, não quero que aconteça nada com vocês.

A menina olhou para o jogador, que deu uma piscadinha, e disse instantes depois:

— Sabia que sou a garota do Rafael?

— Não me diga! Não sabia disso. Ipi... ipi... hurra! — respondeu Isabella, com jeito divertido. — E sou a garota porque a namorada é você, não é?

Ouvindo aquilo, o rosto de Isabella mudou e, olhando para o jogador que tinha se surpreendido tanto quanto ela com o comentário, murmurou:

— Não, meu bem, não sou a namorada dele, sou só uma amiga.

Quinze minutos depois, por fim, puderam convencer a menina.

— O que aconteceu com Israel? — perguntou Rafael quando saíram do abrigo.

Isabella apertou as chaves do carro com força e olhou Rafael fixamente.

— Um imbecil do colégio se meteu com ele.

— Do que você está falando?

— Parece que hoje eles conversaram na escola sobre o que querem ser no futuro. Israel disse que queria ser médico pra curar a irmã. Pois bem, na saída, um menino com quem ele não se dá bem disse que ele nunca poderia ser médico porque era um morto de fome — respondeu Isabella, furiosa com aquele tipo de injustiça.

Vai sonhando!Where stories live. Discover now