Capítulo 6

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N/A: Bom dia, amores! Postando hoje o capítulo que era para ter postado ontem. Por conta de resolver problemas pessoais não tive tempo de postar ontem, me desculpem.

Beijos, Jull

Enquanto Gabriela estava sob o chuveiro, Theo se sentava à mesa de jantar de vidro com uma xícara de café preto e fumegante diante de si, ostensivamente lendo o Financial Times, apesar de que uma observação mais cuidadosa mostraria que ele estivera encarando o mesmo artigo pelos últimos vinte minutos sem absorver nenhuma palavra. Ele, também, tivera uma noite agitada, mas por razões bem diferentes.

Theo estava confuso e com um pouco de raiva de si mesmo, porque sua incapacidade de dormir parecia ser um resultado direto da sua mente continuamente presa no choque da tarde anterior ao ver como Gabriela havia mudado no último ano, e não era apenas seu comportamento que o confundia. Não importava o quanto ele tentasse se forçar a pensar na criança desajeitada e com falhas entre os dentes, sua mente conjurava a imagem de Gabriela se espreguiçando no carro, fazendo com que se lembrasse de como seus olhos correram pelo seu corpo, desde aquele ponto na sua barriga lisa até a ampla ondulação dos seus seios, acentuados pela camiseta criminalmente justa, subindo pela coluna longa e delgada do seu pescoço, para a curva da sua mandíbula, a perfeição definida das suas bochechas e finalmente parando nos seus olhos fechados, os cílios longos se espalhando sobre a sua pele de alabastro lisa e suave. Esta recordação inevitavelmente levava à conversa que se seguiu, sobre seu piercing e a possibilidade que ela tivesse uma tatuagem, e então ele era absolutamente incapaz de forçar sua mente para longe de o que e onde ela seria, cada pensamento mais depravado que o anterior.

Boa tentativa de resolver seu dilema!

Finalmente acordando de um sonho extraordinariamente libidinoso com uma ereção matutina diferente de qualquer coisa que houvesse experimentado desde a adolescência, Theo descobriu que, para seu aborrecimento e constrangimento, a única forma de aliviar a tensão era... Bem, aliviar a tensão. Masturbar no chuveiro era algo que ele estivera muito feliz em não fazer por anos, e sua humilhação parecia completa quando percebeu que pensamentos sobre Luna, nua e prostrada em sua cama, pouco faziam para ajudá-lo a chegar lá; para seu horror, foi a apenas a imagem espontânea de Gabriela, no lugar de Luna, e os pensamentos de estocar com força e profundamente dentro da sua abertura molhada, o fizeram deslizar a mão de forma urgente para cima e para baixo do seu pau rígido, e passar o dedão sobre a cabeça molhada antes de disparar sua carga com uma força sem precedentes, a porra espirrando na parede de azulejos do banheiro enquanto ele ofegava alto contra as costas da mão.

Constrangido e envergonhado, Theo terminou o banho depressa, fazendo questão de direcionar a água para a evidência da sua depravação, lavando todos os sinais da sua explosão adolescente. Em seu quarto, ele vestiu suas roupas de baixo e meias, e vestiu as calças cor de carvão, com uma blusa azul pálido e uma gravata listrada cinza-escuro e azul. Ele então colocou seu Rolex de platina, prendeu as mangas da camisa com botões de platina, recolheu suas moedas e sua carteira, e deixou seu quarto para descer, com o paletó pendurado no braço.

Deixando o paletó no encosto de uma das cadeiras de jantar, Theo continuou até a cozinha para ligar a cafeteira. Ele sabia que não havia muito na geladeira, então se serviu de um pote de Bran Flakes, que ele comeu de pé contra o balcão, esperando o café ficar pronto. Terminando seu cereal, ele enxaguou o pote e o colocou na lava-louças, então se serviu de uma grande xícara da bebida forte e escura. Depositando sua bebida na mesa, ele desceu as escadas e voltou momentos depois com o Financial Times e o Wall Street Journal, que tinham sido jogados na caixa de correio mais cedo.

Sentado à mesa, ele bebeu café mas viu ser impossível se concentrar nas notícias. Sua mente continuava voltando ao dia anterior enquanto tentava entender as forças que pareciam ter tomado posso dele. Theo sempre teve um desejo sexual bastante significativo, mas se considerava ultra controlado. Ele acreditava que a antecipação fazia a realidade um tanto quanto mais prazerosa, e estava sempre no controle no quarto. Com Luna, por exemplo, assim como com a maioria, senão todas as suas namoradas anteriores, ele invariavelmente a tinha implorando por ele enquanto continuava calmo e um tanto quanto afastado. Não era que ele não gostasse longe disso ou que ele não se preocupasse com sua parceira, mas agora que pensava nisso, havia um certo elemento daquele episódio de Friends que ele assistira com outra namorada, onde uma morena desenhara um mapa das zonas erógenas para o rapaz magrelo, antes de lhe dar uma lista da ordem em que deveria estimulá-los... Um pouco, sim, bom, talvez não fosse tão ruim, mas ultimamente, com Luna, ele sentia como se estivesse seguindo um roteiro.

Não ajudava que as coisas estivessem um pouco tensas no trabalho pelos últimos seis meses. Theo estava acompanhando o que claramente eram as primeiras incursões de uma tentativa de aquisição hostil. Entre suas ações e as que Gabriela tinha herdado dos seus pais, sobre as quais ele tinha controle até os dezoito anos dela, Theo no momento tinha uma participação majoritária na empresa. Mas tudo mudaria quando ela se tornasse maior de idade. Gabriela detinha 51% da Jordan Publishing, um fato que ele não tinha certeza se ela não entendia ou apreciava, com Theo de posse de 20%, fazendo dele o segundo maior acionista, assim como o CEO. Porém, se Gabriela decidisse vender suas ações, ou se casasse e fosse persuadida a dar ações para seu marido, então seria perfeitamente possível que um interesse externo poderia comprar ações o suficiente para assumir o controle, algo que Theo pretendia lutar contra a todos os custos. Se ela fosse vender as ações, era melhor que fosse para ele e mais ninguém.

Então Theo estava passando longos dias e noites não apenas na direção da empresa que Paolo começara com um empréstimo de pequenos negócios, um escritório de uma sala e uma ambição sem fim de ter sucesso, mas desesperadamente tentando protegê-la de ataque externo. Ele tinha pessoas investigando exatamente quem estava comprando as ações, mas quem quer que fosse estava se escondendo por trás de uma até então impenetrável parede de seguradoras e contas fora do país.

O resultado disto tudo era que Luna, sua namorada de uns três anos, estava ficando mais carente e exigente, e ele estava bem seguro de que ela tinha se decidido em um casamento, algo que Theo era um tanto quanto incerto a respeito. Certamente o casamento dos seus pais não era nenhuma recomendação e, na verdade, mesmo que gostasse de Luna e aproveitasse bastante o lado físico do seu relacionamento, ele honestamente não conseguia imaginar passar o resto da sua vida com ela ou com qualquer outra pessoa, na verdade.

  Agora, como se tudo isto não fosse o bastante, entrava em cena a bagunça fodida que era Gabriela. E de todos os seus problemas, ela era o que Theo se sentia menos preparado para lidar. Não era apenas o fato de que ela estava agindo como arquétipo da adolescente rebelde, mas se o impensável acontecesse e ela ficasse grávida ou, pior, se casasse, o que ela poderia fazer sem seu consentimento em alguns meses, então havia a chance bem real de que ele podia perderia o controle da Jordan Publishing, algo que não estava preparado para imaginar. Ele colocara esforço demais nela para perdê-la agora por causa da estupidez da sua protegida tarada mas imatura.

Theo sabia que faria o que fosse preciso para proteger seus interesses e, por extensão, os de Gabriela.


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