In love

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POV Bryana

Sorri. Mais uma vez. Meu Deus, esse garoto estava me fazendo sorrir mais do que na minha vida inteira. Abri um sorriso maior ainda. Merda.

Olhei para o céu, que agora já estava totalmente ensolarado, e me perdi em pensamentos, há quantos anos eu não fazia esse tipo de loucura? Suspirei e voltei minha atenção para Peter.

- por quê? - perguntei, tirando lentamente minha mão das suas, porra, ele estava segurando minha mão? Puta que pariu. Soltei o ar com força e continuei em pé, enquanto ele estava sentado. Ele me olhou de um modo perverso, diferente, será qque eu tinha cometido um erro? Não consegui decifrar o mistério, então apenas fiquei ali, parada, esperando uma resposta.

POV Peter

Seus cabelos loiros caíam até seus ombros e cobriam metade do seu rosto. Eu não gostava de não poder ver seu rosto, seus olhos escuros, mas ao mesmo tempo, tão claros, mostravam tudo o que ela sentia. E eu sabia, com certeza, o que eu tinha que falar. Eu nunca tinha namorado garotas assim, mas como ela era diferente, eu sabia que teria que falar exatamente o contrário do que eu falava para todas as outras. Sorri abertamente e vi suas covinhas aparecerem, num sorriso fraco, também.

- eu gosto de você - vi seus olhos brilharem pela primeira vez desde que a conheci. Mas eu não posso me apaixonar. Me levantei e me apoiei na árvore, passando a mão no seu rosto e depois segurando sua mão, de novo. Será que desse jeito, ela confiaria em mim?

POV Bryana

Senti seus dedos nos meus, sua mão era muito maior que a minha, mas mesmo assim, eu senti que era certo. Me sentei na grama de novo, sorrindo enquanto puxava pedaços dela do chão, e tenho certeza que ouvi um suspiro de alívio, mas não olhei para ele, eu só queria que ele provasse que gostava de mim de verdade. E ele o fez, ah, acredite. Ele se sentou ao meu lado, e começou à fazer perguntas idiotas, o que me fazia rir.

- então, qual é sua comida favorita?

- salada de batata - respondi, ele fez uma careta. Eu ri, de novo.

- salada de batatas? - ele arregalou os olhos, repetindo o que eu tinha dito. Sim, eu amava salada de batatas, quando eu era pequena, minha mãe sempre fazia pra mim, ela dizia que 'é saudável e gostoso ao mesmo tempo' e eu concordava. Mas fazia tanto tempo que eu não comia, merda, como eu sentia falta daquilo.

- é - eu sorri, e abaixei minha cabeça, envergonhada. Ele devia estar me achando muito estranha.

- eu também - dessa vez, fui eu quem arregalou os olhos. Senti minhas mãos começarem a suar, legal, já tínhamos coisas em comum, ok, eu estava realmente ficando nervosa.

- sério?

- sim - ele respondeu, sorrindo, e eu corei. Olhei para o céu e continuava ensolarado, mas agora, já haviam pessoas passando à nossa volta, merda, eu estava de pijama.

Suspirei e fechei mais ainda meu casaco, nossa Bryana, como se isso fosse esconder o que todos já tinham reparado.

- está com frio? - ele perguntou, e o olhei, naqueles olhos verdes e cativantes, logo depois desviando o olhar. Balancei a cabeça, negativamente. Minha necessidade de sair dali estava cada vez maior.

- eu só... você não tem aula hoje? - eu me virei, tentando arranjar uma desculpa e o olhando de novo. Puta que pariu, chega desse jogo de olhares. Suspirei de novo, merda, eu estava cheia de desejo. Eu gostava mesmo dele.

De repente, seu corpo se enrijeceu, e ele assentiu. Que ótimo, ele iria levar advertência por minha causa, e provavelmente poderia colocar a culpa em mim, que nem da última vez. Trinquei os dentes com o pensamento. Como eu podia ter caído na mentira dele? Ele se levantou, e eu, por impulso, me levantei também. Ele segurou minha mão e a beijou, nesse momento, tive a certeza de que estava apaixonada. E então, ele foi embora, e entrou em uma rua pavimentada, andando em linha reta. Pelo menos, ele sabia para onde estava indo, pois eu não tinha a mínima idéia. Ainda com o coração batendo forte e minha mão latejando, tentei dar alguns passos à frente, mas minhas pernas não me obedeceram. Sentei em um banco próximo e respirei fundo, milhares de vezes, até finalmente conseguir sentir o ar puro.

Dessa vez, eu pude realmente me situar. Merda, como eu pude não ter percebido? Todas as minhas memórias, eram do mesmo lugar. Eu estava no parque em que eu brincava quando criança. Minhas mãos subiram à meu rosto, eu o cobri com tamanha facilidade, estava tão acostumada com aquele movimento, talvez até tivesse virado um vício.

Mas eu sabia o que tinha virado um vício. Essa dor. Essa dor, mesmo depois de ter uma manhã super agradável, ela ainda continuava ali.

Eu sou forte.

Eu sou.

Ou talvez não.

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