You can save your apologies, you're nothing but a liar

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POV Peter

Seus olhos marrons me cativaram, eu posso admitir. Ela era linda, a menina mais bonita que eu já vi em toda minha vida, e eu não sabia exatamente por quê eu havia feito aquilo com ela. Acho que Adrian havia ido longe demais, afinal ela estava indo embora, eu sabia.

- ah, é você - a ouvi dizer, e sorri fraco. Ela provavelmente me odiava. Toquei em seu pulso e a ajudei a levantar, deixando todo o material jogado ao chão. Ela soltou um gemido de dor, e quando eu olhei seu braço, vi um pouco de sangue saindo, mas ela cobriu rapidamente. O que? Não, não podia ser o que eu pensava. Por quê uma menina tão bonita faria isso?

- posso falar com você? - disse baixinho, com os olhos fixos em seus lábios. Por quê ela era tão... Atraente, eu acho?

- não - ela disse, se virando e indo embora, ela começou a andar tão rápido que tive que correr em sua direção.

Sem reação, apenas a segui e comecei a falar:

- eu te entendo, mas eu quero pedir desculpas, eu sei que você tem motivos, eu sempre te ignorei, mas - ela me interrompeu, se virou e eu enxerguei lágrimas em seus olhos. Lágrimas de ódio, de dor.

- olha, me deixa em paz, tá bom? Eu já to acostumada com isso, com ser ignorada, eu sempre fui tratada mal, então leva tuas merdas de desculpas embora e me deixa ir, entendeu? Você é só mais um mentiroso, só mais uma pessoa que faz aumentar minha vontade de mudar de planeta, certo? Então vai, tá desculpado, pega teus livros e tchau. - ela se virou e dessa vez, eu a deixei ir.

Poxa, eu nem conhecia a garota, mas eu nunca tinha visto alguém sofrer tanto.

Eu queria ter ajudado ela, eu queria ter algo a mais com ela, mas ela simplesmente sumiu. Dei de ombros, tentando tirar a culpa que eu agora sentia. Voltei para a aula de filosofia e sentei na cadeira. Bryana, eu acho que esse era o nome dela.

POV Bryana

Saí correndo o mais rápido que pude, cada palavra que eu havia dito era verdade. A completa e inteira verdade. Eu queria mudar de mundo, passar pra um melhor, viver em um lugar onde ninguém me julgasse, olhasse feio, brigasse, e machucasse, sendo com palavras ou até com tapas.

Mas eu não conseguia.

Eu simplesmente não conseguia me matar. Eu estou tão acostumada com a vida.

Me apoiei na parede, eu já estava no ultimo lance de escadas, mas senti uma tontura terrível, talvez fossem todas as lágrimas que caíam. Ou talvez fosse o sangue que perdi.

Respirei fundo e limpei mais montes de lágrimas que escorriam por meu rosto, me preparei para descer os últimos degraus.

Quando cheguei na secretaria, meu material estava em cima da mesa e minha mãe me esperava lá fora, no carro.

Coloquei meu capuz e puis um sorriso no rosto. Puis a mala nas costas e abri a porta:

- de novo, filha? - ela disse, com cara feia. Provavelmente ela parece uma mãe normal, mas ela não é, ela tem outra filha pra se preocupar mais do que eu.

Ela ama mais minha irmã.

Balancei a cabeça positivamente e fechei os olhos. Eu fingia dormir, e ela acreditou, pois abaixou o volume da música.

Eu fingia, eu vivo de fingir. Cenas passaram em minha cabeça, e eu já sabia exatamente o que fazer quando chegasse em casa.

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