Suicide

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POV Bryana

Abri os olhos e eu ainda estava no banheiro, olhei para baixo e vi uma poça de sangue. Minha visão estava turva, então eu voltava e saía da consciência de poucos em poucos segundos. Balancei a cabeça e toquei meu rosto, percebi que tudo estava mais escuro do que antes, mas ainda era possível enxergar com a pouca luz solar. A dor na cabeça me fazia sentir que meu cérebro iria explodir, e eu sabia que havia sido a bebida. Encostei a cabeça no chão gelado e me senti deitar em um líquido, então me lembrei de tudo... Demetria, o cara desconhecido, meus cortes na perna... Nesse momento, toquei meus machucados e quase gritei de dor, eu devia ter dormido umas duas horas, e mesmo assim, o sangue ainda estava cicatrizando. Demorei para perceber que não conseguiria andar, e tentei pegar impulso na parede umas 3 vezes. As lágrimas voltaram, por que eu tinha que ser assim? Chorei, chorei mais e mais. A tontura muitas vezes vinha, mas eu não parei de deixar as lágrimas escorrerem. Eu estava sozinha mesmo. Não tinha o que fazer. Não podia levantar. Eu iria morrer num banheiro fedido e nojento, mas pelo menos iria acontecer o que eu sempre quis. Eu não iria mais incomodar meus pais, atrapalhar a vida dos professores, infernizar qualquer um que já tivesse sequer me conhecido. Fechei os olhos e decidi me entregar à dor.

POV Demi
- devíamos fazer algo mais interessante - o ouvi sussurrar no meu ouvido, e instintivamente sorri. Ele passava a mão na minha coxa, eu estava com vontade, mas não achei que ali era o lugar correto. Então, eu sussurrei de volta:
- vamos dançar?
Ele balançou a cabeça em afirmativa, sorrindo fraco, aparentemente chateado. Andamos até a pista de dança de novo, e começaram a tocar neon lights. Comecei a cantar, não me importando com todos que estavam à minha volta, eu dançava perto de Thomas, seus braços estavam à minha volta, nos aproximamos e eu me virei, deixando suas mãos ficarem na minha cintura e sentir seu corpo perto do meu. Tudo que eu sentia estava na música, e naquele momento, se encaixou perfeitamente. Cantei a ultima frase e senti seus lábios em meu pescoço, mais uma vez. Com certeza, iria ficar marcado. Sorri com a ideia, e senti suas mãos agora em meus seios. O clima esquentou e comecei a sentir um volume grande em suas calças atrás de mim. Sorri maior ainda.
- vamos para o banheiro, por favor - ele disse em meu ouvido, e dessa vez ele transmitia, não desejo, e sim, necessidade. Ele precisava de mim. O puxei e andamos grudados um no outro, eu o deixava me beijar enquanto demorávamos para alcançar o banheiro e ninguém nem dava a mínima que estivéssemos prestes à fazer sexo ali mesmo. Porém, quando abri a porta, fiquei embasbacada. Meus olhos ficaram cheios de lágrimas, esqueci totalmente do clima e não pude evitar começar a chorar.
- chame uma ambulância! - gritei, enquanto segurava o corpo frágil de Bryana.
Tão pequena.
Tão linda. Minha Bryana.
Eu havia sido culpada, não devia tê-la deixado sozinha, eu sabia que aconteceria.
Limpei o sangue que estava em sua bochecha e a abracei com força, minhas lágrimas escorriam em seu rosto enquanto eu praticamente implorava:
- não morra, por favor.

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