Tired

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POV Demi

Pisquei meus olhos 3 vezes ao entrar em meu apartamento, alguém havia tentando me matar? Era isso mesmo?

Mas por quê poderiam querer isso? Eu posso ter errado algumas vezes, mas foi parte do meu aprendizado. Eu nunca fiz mal à ninguém, não por querer. Lembrei das cenas da mãe de Bryana e fechei a cara. Era mentira, eu tinha feito por querer sim, muita coisa. Peguei uma maçã que estava em cima da mesa e me joguei no sofá, dando uma grande mordida. Dia de merda. Tudo que eu não queria que acontecesse, acabou acontecendo. Tudo errado, simplesmente tudo.

Dei mais uma mordida, dessa vez sentindo as lágrimas escorrerem, eu não podia simplesmente voltar e falar com ela. Eu não podia fingir que eu estava certa, que o que eu fiz estava correto. Droga, eu me sentia tão.. arrependida. Suspirei e virei, deixando cair a maldita fruta. Senti aqueles conhecidos tremores chegarem novamente e não pude evitar pensar em como minha vida havia mudado em tão pouco tempo, em quanta dor havia voltado, tudo que eu estava tentando evitar. Fechei os olhos e respirei fundo, tentando manter a calma, eu só não posso pensar nessas coisas. Eu não devia ter me acomodado tanto à me apegar as pessoas. Droga Demetria, para com isso.

"Não é justo que você fique assim, tudo vai dar certo" disse uma voz dentro de mim, mas eu apenas a desliguei, diminui o seu volume. Me levantei e fui para meu quarto, dormir, sonhar com um mundo melhor, um mundo em que eu estivesse feliz, sem nenhum problema, sem barreiras na vida, sem esse egoísmo idiota que me impedia de fazer tudo.

Sem essa mania ridícula de cometer erros. Praticamente, a cada segundo que eu vivia.

POV Bryana 

- você consegue levantar? - perguntou o médico, na mesma hora em que acordei. Como assim se eu consigo levantar? Droga, nem respirar direito eu estava conseguindo. Neguei com a cabeça, tentando ignorar o fato de que eu estava completamente despedaçada, em corpo e alma. Fechei meus olhos enquanto ouvia as palavras da enfermeira entrando e saindo pela outra orelha, então eu já estava de alta? Nossa, realmente isso era uma coisa ótima. Eu não conseguia andar, não tinha para onde ir, não podia ver a Demi e eles mal tinham cuidado dos meus ferimentos. Jesus, minha vida é tão boa! E os hospitais no Brasil também. Dei risada da minha piada sem graça, e senti minha garganta coçar, maravilha, além de estar passando mal eu tinha que estar com dor de garganta!

- a senhorita está bem? - ela me perguntou, provavelmente havia se assustado com o fato de que eu estava rindo sozinha, pois me olhava como se eu fosse louca enquanto apoiava sua mão no meu ombro - quer que eu chame alguém para vir buscá-la? você poderá sair daqui 2 horas, não trouxe nada? - ela tinha os cabelos curtos e pretos, eu sorri. Parecia gentil, mas eu não podia contar minha situação, então apenas disse que não e a deixei ir embora. Duas horas de agonia. Sentei na cama, me esforçando o máximo para me manter de pé, eu não queria dormir, mas simplesmente não pude segurar quando uma onda de tontura chegou e meus pesadelos voltaram. Só que dessa vez, eles tinham se tornado realidade.

E eu sabia disso.

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