Kidnapped

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POV Bryana

Minha mãe foi se levantando aos poucos e eu saí do meu transe, ou melhor, da realidade. Fiquei observando enquanto ela limpava sua boca, suja de sangue, e tentava não sorrir. Ela me olhou, percebi que uma parte de seu rosto estava roxa e então, dessa vez, eu sorri.

- achando graça? - ela perguntou, se aproximando e me olhando, furiosa - sua amiguinha fez um bom trabalho, né? - ela aumentou o volume de sua voz, e eu tentei me levantar da cama, mas não consegui, soltando um gemido de dor quando coloquei meu pé no chão. Ela se aproximou cada vez mais, agora com um sorriso no rosto.

- sua vadiazinha - ela disse, colocando um dedo no meu rosto - você vai pagar pelo que fez comigo - disse, enquanto passava a mão no meu cabelo, e eu fazia cara de nojo. Nunca a havia visto daquele jeito, nunca pensei que ela pudesse ser assim. Uma bruxa, deplorável. Ela levantou sua mão, quis fechar os olhos, esperando o tapa, mas ele não veio. A encarei, com coragem, e vi quando ela levou sua mão à seu próprio rosto, limpando o sangue que caía de seu nariz. Logo depois, ela se virou e abriu a porta, fechando com força. Me lembrei de Demi, fazendo o mesmo. A confiança de segundos atrás havia ido embora e a dor estava de volta, ela havia me deixado, e eu a havia deixado ir. Minhas pernas formigavam, minhas mãos doíam, latejavam, o sangue fluía devagar para meu rosto, eu estava pálida, eu sabia. A tontura veio, e como se eu não soubesse que aconteceria, me virei e coloquei para fora tudo que eu havia comido quando cheguei. Meu estômago roncava, incomodado, mas não era isso que me deixava pior. Não era o fato de eu estar passando mal, e sim o fato de que eu sabia que eu tinha perdido meu maior sonho. Sim, eu conheci Demetria Devonne Lovato, o amor da minha vida, mas eu tinha deixado que ela fosse embora, eu tinha deixado que ela ficasse triste, magoada. Eu tinha deixado que ela me ajudasse, e depois fosse embora. Eu simplesmente deixei, deixei tudo ir embora, tudo que eu mais amava. Me virei e vomitei de novo, dessa vez, um apito começou a soar, e eu só senti meu corpo amolecer.

POV Demi

- em frente - ele disse, apontando a arma para mim, eu fechei os olhos e respirei fundo, minhas mãos suavam e tremiam, eu nunca tinha passado por isso, sempre estava cheia de seguranças e com certeza, se eu tivesse contratado algum para vir comigo, eu teria sido protegida. Me culpei, dessa vez, pelo erro terrível de não ter pensando nisso. Eu não sou mais aquela garotinha que ninguém conhece. Eu sou Demi Lovato, e provavelmente tanto pessoas boas quanto ruins querem me conhecer.

- vai, vadia - ele disse, empurrando com força o cano da arma no meu pescoço, acelerei mais uma vez e fui reto, até que ele me pediu para virar. Muitas vezes, tentei olhar pelo retrovisor, mas vi apenas um homem com um capuz preto. Eu tremia e queria chorar, mas segurei minhas lágrimas, eu já as havia gastado bastante e com certeza, tudo daria certo. Deus estava comigo, tinha que acabar tudo bem!

Droga, será que eu ia poder ver minha Bryana outra vez?

- entre nessa rua e estaciona do lado daquele muro - ele disse, virei para esquerda e fiz o que ele disse, estacionando o carro numa vaga do lado de um prédio amarelo, sujo e aparentemente abandonado.

Ouvi a porta bater enquanto ele saía, e observei seu vulto correr para dentro do lugar. Soltei o ar dos pulmões, aliviada. Então ele só queria uma carona? Podia ter pedido com mais amor. Dei a ré e dirigi o mais rápido que pude até o meu apartamento, ainda em choque. Quando peguei minha bolsa, observei algo pendurado nela.

Aquilo piscava. Peguei e fiquei girando, até perceber o que era.

Joguei longe e saí correndo de dentro do carro, antes de entrar no elevador e ouvir um barulho estrondoso.

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