EVIL - Blackpink

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― Venham 'saeng! ― gritava a mais velha para suas amigas estendendo a mão para que também pudessem ver o que via.

As outras riram da animação dela e também subiram, uma após a outra, se equilibrando na mureta e contemplando as árvores altas e o riacho ao longe, podiam escutar uma cachoeira vindo de lá, a mesma que despertou a curiosidade das garotinhas para quebrarem as regras do senhor Chae e estarem em uma área proibida do palácio. Olharam para cima e sorriram largamente quando puderam finalmente ver a lua cheia, que do porão onde dormiam nunca era permitido sair depois das seis da tarde.

― Então assim que são as estrelas, unnie. ― disse a mais nova, completamente deslumbrada.

― Espero que possamos vir aqui mais vezes... ― disse a de cabelos longos e castanhos, logo ficando cabisbaixa ao lembrar que não podiam ficar ali por muito tempo, caso contrário seriam punidas.

A mais velha, a primeira a subir e a mais animada, beliscou seu braço e fez cara feia para a mesma, repreendendo-a. Era o aniversário de dez anos de Jennie, ela merecia isso, merecia estar fora dos portões e guardas que tanto lhe davam medo e que por muitas vezes vieram assombrar seus sonhos de criança. Ela merecia.

Nenhum outro aniversário passaria em branco.

― Será que eles nos deixariam sair? ― pergunta outra, que se manteve quieta até então. Ela retira sua franja dos olhos, enquanto encarava a mais velha como se pedisse permissão ― Jisoo unnie... Eles confiam em você. Será que... Se você pedir...

Os olhos dela brilharam com esperança, vendo a garota de onze anos apenas abaixar a cabeça e segurar o choro. Não queria decepcionar suas 'saengs, mas seria demasiado arriscado pedir para sair, com certeza iriam redobrar a atenção sobre si, aumentando a escolta que penava em driblar.

Foi assim quando Roseanne perguntou se poderia comer amoras. Um simples pedido que só foi acatado depois de meses sendo considerado. O senhor Chae queria dar-lhe a frutinha imediatamente, mas sabia que não podia. Nada vindo do lado de fora deveria entrar, e nada poderia sair. Colher amoras escondido foi a única opção, e dava-as escondido para as quatro garotinhas, temendo que a composição das frutas fosse prejudicar seus "dons".

Mas, graças a uma força superior qualquer, ela ficou bem, mais forte até.

― Desculpe, Rosé... ― fungou sentindo as mãos pequenininhas de Lalisa limparem suas lágrimas.

Então ela olhou para o horizonte e arregalou os olhos. O sol estava nascendo.

― Não, não, não, não, não! ― dizia, como se a simples menção daquela palavra fosse fazer o tempo parar ― Meninas! Nós temos que ir! ― apressou as outras, recebendo três olhares assustados, algo que partiu seu coração, mas precisava ser forte.