EVIL - Blackpink

O sorriso da morte.

Este capítulo não segue a linha temporal estabelecida até então.

Leiam sentadas pq aqui vcs vão cair do cavalinho meuzamigos.

Capítulo dedicado à JiSun_Choi

― Unnie! Eu estou com medo!

Aquela voz ecoava em sua cabeça, fazendo com que as lágrimas rolassem por seu rosto sem piedade ao encarar o que fizera. Toda a maldade que sofreram teria um fim em breve, ela lutaria por isso com cada partícula de seu corpo, clamando por justiça e vingança da mais alta classe.

Respirou fundo, enfim, sentando no chão e olhando para as cinzas no ar, aquelas mesmas que um dia foram o cabelo flamejante de uma de suas melhores amigas e irmã por considera-la assim. A maldição pedia sangue e sacrifício, não importava como aconteceria.

― Você tem certeza de que é seguro, unnie?! Por que não podemos chamar as outras? Eu não quero fazer sozinha...

― Rosé, acalme-se e confie em mim, huh?

E ela confiou. Engoliu em seco e obedeceu cada palavra que lhe fora dita. No final, ao surpreender-se com o rumo que o ritual estava tomando, sequer esboçou um olhar raivoso ou de traição, apenas lançou-lhe o tão e velho conhecido olhar de tristeza e mágoa.

Durante toda a vida, foram ensinadas a sentir ódio. No entanto, o amor que sentiam umas pelas outras sempre pareceu mais forte e fiel que qualquer mal que um dia já enfrentaram, seja na infância ou até mesmo quando adultas, procurando desesperadamente por um subemprego que as mantesse unidas e vivas. Contudo, o tempo para elas se esgotava aos poucos.

Tic-tac, Rosé. Você foi a primeira.

O círculo. Os símbolos. O livro. A magia. O ritual. O sacrifício.

Infelizmente, aquilo não foi um segredo como era esperado. Rosé, ingenuamente, tinha um álibi. Lisa sabia de sua programação para aquela noite e provavelmente seria a que menos choraria no dia seguinte. Estava atordoada por desconfiar de sua tão amada irmã mais velha, aquela que sempre as protegeu e que sempre se mostrou compreensiva. Por que Rosé tinha que pagar? Como ela tivera coragem de forjar o ato? Até onde iam suas mentiras?

Todavia, amava-a demais para confrontá-la e, ainda sim, tinha plena consciência de que não podia derrotá-la uma vez que o poder cresce conforme a idade. Desta forma, Lisa decidiu por juntar as peças por conta própria, tentando filtrar o que, em meio ao mar de emanações que estava mergulhada, poderia ter como verídico.

Hyungwon não hesitou em ajudá-la.

Porém, Hyungwon ainda era um dos Chae, que tanto idolatrava as deusas. Tivera ele tempo para amar sua irmã ao ponto de vingá-la?

Jisoo afastou todos esses pensamentos de sua mente, concentrando-se apenas na adaga que a Mãe lhe dera de presente, agora manchada com o sangue de uma de suas irmãs.

― De todas, eu fui a mais amada. ― iniciou sua fala final, pondo fim ao ritual e ao feitiço que há tempos decorara do livro da maldição ― De todas, eu fui a mais abastada. Sou musa do vento, do frio, do coração. Em mim, todas confiarão. Com minha força e o sangue do meu sacrifício, invoco os poderes de minha criadora, benfeitora e espírito. Objetifico e possuo A Mãe, aceitando a face que decidir mostrar. Atento às suas perquirições, pondo um fim em meu caminho, deixando que esta o guie para meu desejo mais profundo.

Um estrondo no céu ecoou. Uma nuvem negra e densa girava em redemoinho acima de sua cabeça, abaixando-se em um cone, como se fosse um tufão que logo se transformaria em um poderoso tornado. As luzes dos raios faziam sua pele alva brilhar na escuridão, cintilando os flocos de neve que começavam a amontoar próxima a si. Quando a massa de ar finalmente tocou o chão, arrancou toda a vegetação, engolindo o sacrifício, as cinzas e a feiticeira, que permanecia sentada no chão de cabeça baixa.

De repente, tudo se aquietou, as árvores erguidas pelo estrondoso caíam de volta ao chão longe dali, aumentando o grau de destruição.

Jisoo ergueu a cabeça, sentindo as lágrimas voltarem a descer quando encarou o lado da moeda que a Mãe decidiu mostrá-la. Seu vestido preto característico não a deixara com dúvidas.

― Eu, A Face Escura, lhe concedo meus poderes e sabedoria, pedindo em troca que cumpras seu destino e meu desejo primordial.

Aquela voz... espinhava a alma de Jisoo, estilhaçando seu coração. O espírito já começava a adentrar seu corpo, procurando por sua essência para alimentar-se dela.

― Eis-me aqui, mãe. Tens sua filha, tens sua musa, tens sua deusa. ― ajeitou o corpo, ficando de joelhos e reverenciando, não conseguindo controlar os soluços de seu choro compulsivo. As palavras já não eram mais voluntárias, sabia que a partir dali seria um casca com pouca independência de atitudes. Foi isso o que escolheu como destino.

― Que comecem os jogos, Filha dos Ventos.

Então, aquela face da criadora de toda a maldição lhe sorriu, pondo um fim ao feitiço e ao ritual, aceitando o sacrifício.

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*se esconde atrás da moita*