Quantos agoras passaram sem que eu sequer os notasse?
E quantos ainda passariam?
E por quanto tempo eu continuei sendo ninguém, esperando para, enfim, algum dia poder ser alguém?
Sem perceber acabei notando que por algum motivo, eu estava aqui. Sim, eu estava aqui e agora.
Vi com claridade a alegria que ainda existe,
imaginei e pude sentir as cores que se escondiam da vida,
ouvi a música que toca nos nossos corações,
e os sorrisos finalmente voltaram a cintilar como as estrelas.
As pessoas enormes existem aos montes, sempre presas em suas caixinhas rotuladas.
Caixinhas com telhadinhos, rodinhas e janelinhas.
Existem pessoas grandes em caixinhas pequenas. E existem, inclusive, olhares maiores que as cores. E aos montes, os sonhos que eram grandes acabaram se tornando menores que os ponteiros dos relógios, provas e avaliações; e menores ainda que um pedacinho de papel.
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O Segredo do Universo
PoetryUm livro sobre pensamentos, ideias, eternidades, memórias e emoções. -Escrito por Maurício Júnior, ortônimo. Foto de Sam Kolder no Pexels: https://www.pexels.com/pt-br/foto/natureza-ceu-noite-espaco-2387877/