PIRATA NÃO CONCORDA

230 20 172
                                    

Capítulo dezessete

— Não faço a mínima ideia do que estão falando, não temos nenhuma princesa aqui. — diz Killian para os guardas bancando a falsa.

— Talvez o Sullivan! — um dos marujos exclama fazendo vários rirem e Killian sorrir. Os guardas permanecem sérios.

— Não somos tolos, Capitão. Sabemos de seu relacionamento com ela. Se ela fugiu com alguém foi com o amante.

— Eu apenas a resgatei pela recompensa. — mente Killian na cara de pau, mas os guardas não parecem convencidos.

— Fofocas correm de pressa. Sabemos que a desonrou. — Killian ergue um pouco suas sobrancelhas surpreso com o quanto que eles sabem. Pensava que os falecidos rei e rainha seriam mais cuidadosos em esconder o erro da filha, porém pelo jeito...

— Ah, é claro que tirei proveito daquela putinha. Sou um pirata, não é mesmo? Mas, "amante" é uma palavra forte demais... Não sei aonde ela está, mas avise a Rainha Regina que ficarei feliz em ajudar a procura-la, por uma recompensa é claro. Agora, podem sair de meu navio? — Killian se aproximou do Comandante da Guarda Real e tratou de passar seu gancho pontudo e assustador por baixo da unha de forma ameaçadoramente casual. — Caso sua resposta for "não" terei de tomar medidas menos... Pacíficas. Me entende? — o comandante olhou Killian, depois para seu gancho apenas para olhar Killian novamente e engolir a seco de leve tentando disfarçar, porém Killian percebeu. Suspirando gritou chamando por um nome que estava entre a muvuca de homens da Guarda Real que haviam adentrado ao Jolly Roger com ele sem permissão:

— Klaus! — um homem de meia idade, na faixa dos quarenta anos, calvo, baixo e desajeitado se aproximou. — Acha que ele está falando a verdade? E se sim, você conhece a princesa mais que ninguém, praticamente a viu crescer, aonde mais ela estaria?

— Olha, já disse que estou falando a verdad-

— Klaus? — Emma interrompe Killian gritando de seus aposentos. Os ombros do mesmo se abaixaram na hora por puro desânimo.

— Vocês estavam quase caindo, não estavam? — todos os guardas assentem unanimemente. — Droga, Emma, você estragou tudo!

— Porra, até eu estava caindo! — exclama Smith e Killian o encara irritado.

— Sério, Smith? Bêbado a essa hora da manhã? Sério?

— Não fique irritado, Killy...

— Ui "Killiy". — um dos membros da tripulação gesticula zombeiramente.

— CALADO! — Killian grita duzentos porcento putasso.

— ...é só que eu tenho certeza de que Klaus nunca trairia minha família, ele era muito fiel a meus pais. Não é mesmo, Klaus?

— É verdade, princesa. — diz Klaus dando alguns passos para frente procurando pela voz de Emma no navio. — Não estamos aqui a mando da Rainha Má... Quero dizer, estamos, ela mandou a nossa esquadra e mais três outras a sua procura, mas nós somos os rebeldes. Queríamos te encontrar primeiro para voltarmos e tomar o poder.

— Vocês não estão aqui para matar Emma? — pergunta Killian aliviado. Klaus nega.

— Nós não queremos servir aquela usurpadora tirânica. — diz o comandante. — Queremos nossa real líder. Seja uma tola desonrada ou não, ela ainda tem sangue da nossa linhagem real.

— Está bem. Acho que sendo assim, posso admitir que a princesa está a bordo deste navio. — Killian dá seu braço a torcer. — Sullivan, pode deixar Emma subir! Acho que ela tem uma conversa com seus súditos... E comigo. — Killian ouve os passos de Emma e se virando para o comandante diz: — E a propósito, comandante, você errou sobre a natureza do meu relacionamento com a princesa. Não sou seu amante, sou seu marido. — os homens de Misthaven deram de ombros, sem se importar, mas Klaus franziu o cenho.

— Nunca imaginei que piratas fossem do tipo que algum dia sossegassem com a mesma mulher igual à nós meros mortais. O que faz um de vocês desejar isso? — antes que Killian respondesse a pergunta de Klaus, Emma finalmente subiu ao convés. Bastou dar uma olhada no estado obviamente grávido dela para que todos os homens ali se dessem conta. — Ah... O mesmo motivo que obriga um mero mortal ao fazê-lo, pelo jeito. — Killian franze o cenho e eleva os braços indiferente. Emma sorri sem mostrar dentes.

— Podemos ter essa conversa em algum lugar mais... Privado?

00000

Eles se reunem nos aposentos de Killian e Emma. Sim, os quartos do navio já eram considerados de ambos. Sim, isso é adorável.

Apenas Emma, Killian, Klaus e o comandante Quincas estavam ali. Aquele assunto era, obviamente, privado.

— Não vai rolar. — foi a primeira coisa que Killian disse assim que ficaram sozinhos no quarto. Quincas bufou.

— E quem disse que a opinião do pirata peludo importa? — Killian franze o cenho e o olha com raiva. Emma não tolera o tratamento elitista de Quincas contra Killian.

— Pra mim importa. — ela afirma e Quincas se resigna com raiva.

— Qual o problema em se ser peludo, seu bunda de bebê?

— Não é muito higiênico. — explica Klaus de forma educada.

— Mas, é sexy. — contra-argumenta Killian.

Higiene é sexy. — rebate Klaus. Quincas assente.

— Por que você diz que não vai rolar, Killian? — pergunta Emma doida para mudar de assunto. Ela realmente não queria comentar sobre sua opinião dos pelos de Killian. Não seria apropriado.

— Emma, pelo amor dos deuses, fazer uma revolução e retomar o poder no estado que você está? — Emma revira os olhos.

— Você pode dizer "grávida", eu já entendi.

— Mas, não é verdade?

— E quem disse que eu vou estar em risco? Se o povo está disposto a lutar por mim e retomar o poder, eu fico segura para trás e vocês fazem a parte sanguinolenta enquanto eu só chego e tomo minha coroa de direito. Quero dizer não é esse o papel de um líder? Fazer seu povo se sacrificar pelo mesmo, gastar o dinheiro roubado dos impostos e dar um pouco de pão e circo para aliena-los? — Killian assentiu, afinal ela tinha um pouco. Klaus por outro lado a corrigiu:

— Bem, na verdade... Existe uma profecia que diz que você é a salvadora, logo só você pode derrotar a Rainha Má de uma vez por todas. Sua mãe tentou evita-la e só exilar Regina, mas... veja no que deu, né.

— Oh... Certo eu vejo o ponto, Killian. Não posso retomar o poder nesse estado... Mas, também não posso deixar meu povo sofrendo nas mãos dela. — Emma suspira. — Ah, não sei o que fazer!

— Acalme-se majestade! — diz Quincas confortando-a com sua mão nos ombros de Emma. — Temos uma carta na manga que pode te ajudar a derrotar a Rainha Má. — Emma olha para Quincas sem entender, porém curiosa.

— Qual?

— Rumplestilskin.

Coroas e NaviosOnde histórias criam vida. Descubra agora