EPÍLOGO

180 15 126
                                    

Emma sorria enquanto segurava seu filho primogênito nos braços. Ele tinha menos de uma semana de vida, mas estava sendo apresentado ao ainda em reestruturação reino de Misthaven.

Meses difíceis ocorreram desde a derrota da Rainha Má. Emma pagou uma quantia para ajudar as pessoas que se feriram pessoalmente do reinado dela com a perda de familiares. Ela sabia não ser o bastante, mas queria fazer o que fosse necessário para ajudar seu povo.

Muitas alianças foram desfeitas. Uma princesa que voltou casada com um temido pirata e grávida há mais tempo do que casada não passava uma boa imagem de aliança para reinos mais conservadores. Os mais progressistas e capitalistas ferrenhos não ligavam (o "com cu e boceta pode vir até de muleta" vira "desde que riquezas me provenha de que me importa se a princesa tá prenha?" para eles). Mesmo assim, Emma ficara triste com as alianças perdidas.

Ao seu lado, Killian vinha nervoso em sua roupa menos piratesca possível enquanto segurava o segundo filho dos dois. Ele parecia um nobre qualquer, o príncipe consorte, ele parecia...

Ele parecia não ser Killian.

Emma respirou fundo. Mais tarde ela solucionaria esse problema.

Agora era o momento de apresentar seus bebês ao resto do reino. Emma se lembrava com claridade quando após horas e horas e gritar e empurrar o primeiro bebê havia saído e ela havia pensado que era isso, que seu sofrimento havia acabado tudo para a parteira dizer que ela precisava continuar empurrando porque logo em seguida vinha mais um.

Gêmeos.

Ela sabia que era comum em sua família por parte de pai, mas não esperava que fosse acontecer com ela. Dor pra caralho e um trabalho de parto de mais de trinta horas à parte, ela estava muito feliz.

Soaram as trombetas. O bebê que estava no colo de Killian começou a chorar assustado e ele precisou balançar seu filhinho para acalma-lo. Após anunciarem que aqueles que estavam diante da inteira população eram a Rainha Emma de Misthaven e seu Consorte Real Killian Jones, Emma proclamou:

— Amado povo da Floresta Encantada! É com muita honra que anuncio ao mundo o nome de meus amados filhos: Liam e David Jones da casa White, futuros líderes do Reino de Misthaven. — a população saudou em alegria em ver seus infantes e diante disso Killian e Emma não resistiram de trocar olhares apaixonados enquanto seguravam seus filhos.

00000

Após o anunciamento, uma grande festa entre os nobres ocorreu. As babás reais tomaram os pequeninos e os levaram para seus aposentos aonde seriam postos para dormir.

Emma ficava trite em festas. Lembrava de sua mãe que tanto amava dar bailes e que tanto queria que Emma encontrasse um perfeito pretendente. Entretanto quando Killian a tomava nos braços para uma belíssima dança lenta, Emma pensava que estava dando um tributo digno a sua mãe, ter encontrado um homem a quem entregar-se de coração, corpo e alma.

Após a festa, eles se retiraram para os aposentos reais aonde os servos os despiram. Emma suspirou ao ver o quão inconfortável Killian se sentia com isso. Isso só a fazia ter mais vontade de finalmente dizer o que ela falaria a seguir.

— Eu quero te dar uma coisa. — diz Emma segurando a gola do pijama de Killian carinhosamente. Sorrindo o pirata ergue uma sobrancelha com malícia e a princesa se irrita dando um tapinha que nem mataria mosquito em seu ombro. — Não isso!

— Pode culpar um homem? — não ela não poderia. Estava subindo pelas paredes também. Quando a parteira disse que ela precisaria se abster por um tempo antes de retomar relações sexuais ela sabia que seria difícil. Nos últimos meses da gravidez ela estava tão grande e gorda que não conseguia se sentir atraente ou com vontade de transar e por isso mesmo com Killian tentando iniciar, ela não estava interessada.

Agora que ela estava começando a retomar seu peso anterior estava se sentindo mais confiante e com vontade, mas sabia que eles precisam esperar a liberação da parteira real para poderem retomar qualquer coisa. Suspirando, Emma disse pegando um objeto pequeno e colocando na mão de Killian:

— Quero lhe dar isso. — Killian franze o cenho. Era um espelho pequeno e circular. — E-eu... Eu percebo que você não se sente à vontade aqui. Que sente falta de seu navio e tripulação. Que sente falta de poder ser você mesmo sem sofrer preconceitos classicistas e capacitistas, que-

— Emma, não. — ele diz devolvendo o espelho pra ela. Ele não sabia o que o mesmo fazia, porém ele temia envolver mágica. Emma estava tendo aulas com a fada azul e aprimorando seus poderes desde que dera a luz aos meninos. Ele dava suporte e apoia a sua esposa, mas não concordava com a ideia. Para Killian mágica sempre era ruim. — Meu lugar é aqui com você e nossos filhos. Eu não preciso de mais nada.

— Mas, você não pertence aqui. Quero dizer, sim você pertence ao meu lado e ao lado de Liam e David, mas... Não ao lado de nobres corruptos e hipócritas. Não governando um reino como eu e sim guiando seu Jolly Roger. — Emma coloca novamente o espelho na mão de Killian. — Esse espelho é encantado. Ele está conectado a um espelho igual que eu tenho. — Emma diz segurando um segundo espelho. — Nós poderemos nos comunicar mesmo a distância sem cansar Azulzinho. Mas, isso não é tudo. A fada azul está me ensinando teletransporte. Com isso, eu posso te trazer pra cá quando quiser ou ir para seu navio também. Ficaremos juntos, sem que nenhum de nós abnegue a si mesmo, sem sacrificar quem somos pelos mundos diferentes que vivemos, com você ao meu lado não só como meu consorte, mas também como meu corsário, ficaremos juntos... — Killian completa sua frase a olhando abismado de tamanha admiração que estava sentindo agora por sua mulher, afinal isso era tudo que ele podia pedir para um final feliz e muito mais:

— ...entre coroas e navios. — Emma sorri e Killian se aproxima para um beijo. Daquele momento em diante ela sabia que eles seriam felizes para sempre.

Coroas e NaviosOnde histórias criam vida. Descubra agora