Kihyun estava cansado daquela brincadeira. Há horas eles estavam ali e nada havia acontecido, inclusive caíra dormido algumas quantas vezes.
Ele não sabia se aquilo era um teste ou não, ou se de fato eles estavam esperando algo "importante" acontecer, mas se fosse um teste ele não estava disposto a perder.
Pan havia se cansado de esperar, ele não era um garoto paciente e havia decidido ir com Minhyuk e Bear invadir o Jolly Roger, deixando para trás os demais garotos a observar qualquer movimentação estranha e caso vissem algo deveriam acender uma fogueira que já estava armada e pronta para uso. O único inconveniente era que eles estavam passando frio, principalmente Kihyun.
Jolly Roger é um enorme corsário inglês, é um mistério como WonHook foi capaz de conseguí-lo, mas também são poucos os que sabem o que ele fez antes de chegar a ilha.
Foi com um pequeno barco a remo que Pan e Bear chegaram ao barco. Bear não reclamou nenhuma vez de ter remado sozinho, já estava acostumado a ouvir as ordens do outro e obedecer sem falar uma única palavra.
O barco pirata não tinha nenhuma luz acesa, e mesmo com a suspeita de não ter ninguém ali, eles escalaram até chegar ao convés. Eles andaram silenciosamente pelas sombras para não fazer qualquer ruído.
Minhyuk voava a toda velocidade, de um lado a outro, fazendo a varredura inicial por onde ele conseguia passar já que as portas estavam fechadas.
— Nada — Minhyuk falou quando pairou perto de Pan e Bear que estavam tentando arrombar a porta para entrar na cabine do Capitão.
— Nem debaixo do convés? — Pan perguntou surpreso, por aquilo ele não esperava.
— Nada. Nem mesmo uma espada dando mole por ai.
— Estranho. Será que eles foram fazer o mesmo que estamos fazendo?
— Como posso saber — Minhyuk falou e Pan revirou os olhos, voltando sua atenção para Bear que continuava a tentar abrir a porta sem sucesso.
Por outro lado, em terra firme, apenas Jooheon estava acordado e estava começando a sentir fome. Ele olhou para o novato e deu um empurrão em seu corpo adormecido. Ele acordou assustado, olhou de um lado para o outro até focar em Bee.
— Ya! O que pensa que está fazendo?!
— Estou com fome. Vá pegar algo para mim comer!
— Por que eu?
— Está vendo outra pessoa acordada aqui?
— Você acabou de me acordar!
— E dai? Vai logo! — Jooheon voltou a empurrar Kihyun que se colocou de pé irritado e antes que pudesse dar sequer um passo Jooheon voltou a chamá-lo — Ei, leva isso aqui — Ele esticou um galho.
— Para quê eu quero isso?
— Para se defender. É noite. É quando os animais gostam de caçar.
— E como você acha que eu vou me defender com um galho? Pelo menos me dê sua faca!
— Para que? Você dar uma de esperto e querer me matar quando eu não estiver prestando atenção? Bobo aqui só é você querido, agora vá logo.
— Se algo acontecer comigo, Pan se irritará.
— Você não está com tanta bola assim. Da mesma forma que ele te escolheu, pode escolher mais cem com muito mais humor que você, agora pare de falar besteira e vai logo fazer o que te mandei.
Xingando baixinho e empurrando ramos para longe de seu rosto enquanto andava, ele adentrou mais e mais na floresta, atento a todo e qualquer ruído. Mesmo que seu orgulho não o deixasse admitir, ele estava apavorado. E se um urso aparecesse, ou um leão? Haviam leões ali? E cobras? Urgh, o que ele não queria era ter seus ossos quebrados num abraço mortal antes de ser engolido.
Ele já estava começando a sentir seus braço e pernas formigando, coçando enquanto ele andava, e naquela escuridão em que ele mal enxergava o que estava a um palmo de seu rosto ele não sabia se foi algum mato que irritou sua pele ou algum mosquito. E ele nem queria pensar nas ultimas campanhas de vacinação que ele deixou de comparecer por não achar necessidade já que não gostava de fazer caminhadas ou ir no campo, mas olha só onde ele estava agora, mas também, ele duvidava que cientistas haviam feito algum teste naquele lugar.
Ele parou subitamente quando um pensamento lhe cruzou a cabeça. O que Bee queria que ele pegasse afinal?
Frutas era a única opção, ele não sabia caçar e duvidava conseguir algo com aquele galho.
Andou mais alguns passos, não sabia exatamente para onde estava indo, mas como só havia andado reto, esperava conseguir fazer o caminho de volta, senão realmente iria acabar virando comida de algum animal selvagem.
De repente ele ouviu o som de um galho se quebrar. Naquele silêncio sepulcral o som se expandiu alto e claro até as orelhas do assustado Kihyun que ergueu o galho como se com ele fosse conseguir se defender de todos os males.
Ele começou a ouvir vozes distintas, vozes que não reconheceu como os do grupo de Pan e ele não tinha certeza se isso era bom ou não. Se isso fosse um filme, Pan e os outros seriam os mocinhos ou não?
Assustado, ouvindo as vozes se somando a passos que se aproximavam cada vez mais, ele apoiou as costas contra uma árvore, querendo que ninguém o visse.
Viu uma pequena iluminação com o canto periférico do olho, como se tratasse de uma tocha e começou a torcer para que eles se afastassem, mas ele so conseguia sentir eles se aproximando.
Numa súbita corrente de adrenalina, ele decidiu sair de seu esconderijo e correr para longe, mas antes que pudesse dar um passo algo forte lhe golpeou a cabeça e ele perdeu a consciência, caindo no chão com um baque surdo.
— Bom trabalho — O homem que segurava a tocha falou, se aproximando do outro, que segurava um taco parecido com o de baseball que havia usado para nocautear o jovem rapaz.
— Tudo para o meu Capitão — Ele falou, um pequeno sorriso adornando seu belo rosto enquanto ele olhava para o frio rosto de seu amado Capitão cujos olhos estavam voltados para o inconsciente jovem.
— Carreguem-no — Ele ordenou para os outros piratas que vinham logo atrás e logo lhe obedeceram.
— O que pretende com ele? — Mr Smee peguntou ao seu Capitão enquanto os dois se afastavam fazendo o caminho de volta até onde eles haviam largado o barco que usaram para ir do navio à praia.
— Se Pan o pegou, ele tem alguma virtude especial, então por quê não fazê-lo se juntar à nós? Tenho certeza que ele irá se divertir mais estando do nosso lado — Ele falou, um sorriso brotando em seus belos lábios, seu rosto iluminado pela chama da tocha. Tão brilhante quanto as ideias que começavam a vir à sua mente.
C O N T I N U A...
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N/A: Quem ai sentiu minha falta?
Minhas provas acabaram, então os capítulos voltarão a ser postados de forma mais recorrente.
