Capítulo 1

48.2K 1.8K 15.1K
                                    

Sofia narrando:

Ainda me lembro como se fosse ontem, o dia que tudo isso começou...

Duas semanas atrás

Hoje é mais um daqueles dias super entediantes que você passa o dia inteiro dentro do quarto sem vontade de fazer absolutamente nada. Apesar de ser sexta-feira, ainda estou cheia de tarefas para fazer.

Qual a necessidade de se passar tarefa para o final de semana? Um dia de folga é tudo o que eu preciso no momento.

-Sofia, filha. -Enquanto levantava minha cabeça do travesseiro, minha mãe entrou correndo em meu quarto. -Venha, você precisa ver isso.

Me levantei sem coragem alguma e a segui escadaria abaixo. Assim que chegamos na sala, encontrei meu pai sentado com os os olhos arregalados olhando para a TV.

-Essas cenas foram gravadas hoje pela manhã por algumas pessoas. Todas, de lugares diferentes. É inexplicável o que está ocorrendo no mundo nesse momento. Vamos ficar agora com o sargento nacional dos Estados Unidos. -Diz o repórter.

Aqui é da segurança de Atlanta, sinto-lhe em avisar que está havendo um vírus que transforma as pessoas em canibais. Não se sabe exatamente o que são essas coisas, então não saiam de suas casas. Eu repito, não saiam de suas casas. Metade do mundo ja está sendo contaminada por esse vírus. O exército já esta tentando combater isso, mas está sendo muito difícil já que perdemos mais da metade de nossos soldados. Infelizmente esse vírus chegou a nossa cidade e... aaahh socorro! Alguém me ajuda aaaahh.

O que foi isso?

-Bom, infelizmente nós tivemos um pequeno problema técnico, então... fiquemos agora com a garota do tempo.

Meu pai desligou a TV e nos entreolhamos.

-Espera, o quê? -Passei minha mão nos cabelos enquanto tentava digerir tudo o que acabei de ver.

Sinto um dejavú. Tudo está muito parecido com um sonho que tive semana passada. Só espero que não aconteça de acordo com o que sonhei. 

-Se o governo nos mandou um alerta, então é sério mesmo. -Diz meu pai, ignorando completamente a minha pergunta.

-Talvez devêssemos ir ao mercado. -Fala minha mãe.

-Mas não devemos ficar tão expostos, mãe. O sargento disse que é um vírus, ou seja, é muito contagioso. -Cruzei os braços e me sentei no sofá.

-E o que fazemos então? Alguma hora iremos ficar sem comida, e aí?

Papai coçou a cabeça e em seguida se levantou.

-Sua mãe tem razão, Sofia.

-É sério? A gente pode morrer!

Um barulho exageradamente alto veio do lado de fora de casa. Isso fez com que eu fosse até a janela e abrisse bem lentamente a cortina.

Há várias pessoas correndo para a mesma direção. Desesperadas. Atrás delas havia... não sei... pessoas machucadas. Algumas estão até sem braços.

Como podem ainda estar vivas?

-Ai, meu Deus. -Falei.

Uma dessas pessoas machucadas conseguiu pegar uma mulher e está... mordendo ela? Espera, ela está comendo a mulher. Em seguida veio vários outros que começaram a fazer o mesmo.

-Mas o que é isso? -Meu coração está batendo a quase duzentos por segundo.

Meus pais vieram atrás de mim e viram a mesma cena.

The New World/ Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora