Capítulo 15

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Escutei Judith chorando então abri os meus olhos e me levantei. A peguei no colo.

-Podia ter esperado 2 minutos, irmã. -Disse Carl se levantando e pegando na bochecha dela.

Sorri e continuei andando de um lado pro outro com ela.

-Preciso fazer uma coisa, me espera aqui. -Se levantou e estava indo em direção a saída.

-O que vai fazer? 

-Quero te dar uma coisa. -Disse e desceu logo em seguida. Me sentei.

-Ai meu Deus, Judith. -Me forcei para não rir alto. -Você viu o que acabou de acontecer? Eu e o seu irmão quase... Não, mas será? Isso estava acontecendo mesmo? Na verdade eu não sei se estou feliz ou triste por você ter atrapalhado. Um pouco de cada, na verdade.

Peguei o chapéu dele que havia ficado em cima do sofa e coloquei em sua cabeça.

-Você ficou tão fofa. -Sorri.- Judy, você acha que o seu irmão está gostando de mim? Eu realmente não sei. Mas e se tiver? Eu não gosto dele desse jeito. -Suspirei.- Bom, eu acho. Talvez com o tempo esse sentimento cresça ou diminua.

Ela ficou me encarando.

-Eu só não quero que ele se machuque novamente. Ele merece uma menina que o ame da mesma forma como ele a ama. E... eu acho que não sou essa garota. Afinal, o que eu tenho para oferecer a ele? Nada. Eu não tenho nada. Sempre atrapalho tudo, levei um tiro, quase fui mordida, quase fui estuprada e quem me ajudou? Ele. Não quero que somente ele me ajude, eu quero ajuda-lo também. Mas infelizmente sou fraca.

Fiquei um tempo em silêncio.

-Eu não vou mentir pra você e falar que não tenho um leve sentimento por ele, mas eu só não sei se é o suficiente. Não sei se sou eu a menina que vai fazer ele se sentir amado.

-Oi -Ele disse subindo. -Que silêncio. O que eu perdi? 

-Estava pensando. -Sorri levemente.

-Preciso que você se vire, não quero que veja ainda o que tenho pra você.

-Deixa eu ver logo, por favor. -Falei curiosa.

-Você só vai saber se virar. -Disse rindo. Me levantei e virei para trás, o senti se aproximando de mim. Ele passou algo pelo meu pescoço e fechou atrás. Vi que era um colar.

-É lindo, Carl. Mas por que está me dando isso? 

-Era da minha mãe. Acho que você merece ele.

-Eu não posso. Desculpe mas não posso.

-É claro que pode. Tenho certeza que ela ficaria feliz se aceitasse.

Sorri e o olhei melhor. É um coração azul com as bordas prateadas.

-Obrigada, é lindo. 

-Acho que agora você já pode tirar esse que aquele carinha tinha te dado.

Ri e toquei nos dois colares.

-Está com ciúmes do colar que Eduardo me deu?

-Não, longe de mim. -Levantou as mãos em forma de rendição. -Eu só acho que o meu é bem mais bonito.

-Eu vou fingir que acredito em você. -Consegui controlar a risada.  -O que podemos fazer agora? -Mudei de assunto.

-Bom, eu tinha alguns joguinhos aqui em casa. Se você quiser podemos jogar uma partida.

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-Acho melhor irmos, já vai escurecer. -Falei.

Nos levantamos do chão e peguei Judith que estava deitada no sofá dormindo.

The New World/ Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora