Capítulo 22

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-Escuta só, o que acha de irmos até aquele prédio ali? -Apontou. -Parece ser um lugar bom para passarmos a noite.

-Sim, é. -Tentei parar de pensar demais. Me levantei e fui até ele. Voltamos a caminhar.

-Não acha que esse ferimento vai piorar se você não limpar logo?

-Vou fazer isso assim que chegar em casa amanhã. -Sorri pra ele. -Não se preocupe.

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Assim que nos aproximamos o suficiente do prédio, olhei para cima, na tentativa de tentar adivinhar quantos andares possui.

-Eu vou na frente. -Arthur começou a falar. -Se acontecer alguma coisa, não quero que se preocupe comigo, apenas fuja.

Após concordar, ele abriu a porta do que aparentemente era um apartamento antes de tudo isso.

-Não imaginei que estivesse tão destruído assim. Aqui deve ter sido um caos. -Falei.

As poltronas estão jogadas pelo chão, vasos de plantas quebrados, quadros sobre o chão, um verdadeiro desastre.

Arthur posicionou sua faca nas mãos e tomou a frente. Me abaixei e peguei um caco de vidro para caso algo venha em minha direção.

-Acha que eu não consigo defender nós dois, não é? -Perguntou sorrindo.

-Na verdade, é que por incrível que pareça, eu sei me defender sozinha. -Rebati.

Ele pareceu impressionado com a minha resposta e não falou nada. Assim que chegamos onde se dá início as escadas, quase desisti da ideia de subir. Tudo está completamente escuro.

-Talvez eu pense na possibilidade de dormir aqui embaixo mesmo. -Parei de andar.

-Então quer dizer que a senhorita sabe se defender sozinha mas tem medo de escuro. -Deu um sorriso vitorioso.

-Não tenho medo do escuro. Tenho medo do que posso encontrar nele.

-Você pode segurar a minha mão. -Ele disse estendendo a mão para mim.

-Não, obrigada. Mas você pode ir na frente, o que acha?

Ele deu mais um sorriso e começou a subir as escadas, conforme fomos indo, pude sentir minha perna latejar e eu me forcei a não soltar um grito. Não lhe avisei sobre minha perna para ele não pensar que sou fraca, mas sinceramente, está doendo pra cacete.

Pude escutar ele abrindo sua mochila e retirou uma lanterna, que facilitou muito a nossa visão.

-Quando estávamos naquele local que você disse que seus amigos estavam da última vez, quem era "ele" que você tinha falado que também te abandonou? -Vi que ele me olhou curioso.

-Carl. É um menino. Ele que me encontrou e me deu uma casa.

-Você gosta dele?

-Não acha que está fazendo perguntas demais?

Uma pontada na minha perna me impossibilitou de lhe responder.

-Será que esse andar aqui já não está bom? -Respirei fundo para tentar controlar a dor.

-Droga, sua perna. Eu me esqueci completamente, Sofia.

-Nem está doendo tanto assim. -Forcei um sorriso. -É só que fico com medo de piorar.

-Claro, claro. Tem razão. -Ele parou de andar. -O que acha desse aqui? -Apontou para uma das centenas de portas.

-Acho que não temos outra alternativa. -Tomei a frente e abri a porta. Aqui dentro está bem parecido com a recepção, uma verdadeira bagunça. Olhei para ele e o mesmo está com a mesma expressão que eu.

The New World/ Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora