Capítulo 36

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Assim que chegamos em Alexandria, os portões foram abertos e entramos. O veículo parou e eu continuei sentada, olhando para o nada.

-Sofia, não vai vir? -Perguntou Maggie.

-Vou esperar um pouco. -Falei sem olhar para ela.

Pude sentir ela se aproximando de mim e se sentando ao meu lado.

-Você... quer conversar?

Neguei olhando para baixo.

-Vai te fazer bem. -Ela disse e pegou em minha mão, o que me fez olha-la.

-Eu não consigo. -Passei a língua sobre minha boca e neguei com a cabeça.

-Por que?

Fiquei em silêncio.

-Porque é algo que nem eu mesma sei o que estou sentindo. -Coloquei minha outra mão em cima da sua.

-Eu já passei por isso. Inclusive você estava junto comigo. -Olhei em seus olhos. -Com o meu pai.

Concordei.

-Era algo que me fez se perguntar o por que isso estava acontecendo. O por que, tinha que acontecer justo comigo. -Ela sorriu. -Eu não entendia o por que disso tudo. Ficava me perguntando a todo momento. Eu tentei ser forte. Tentei não chorar. -Ela colocou uma mecha de sua franja para trás. -Mas chorar faz bem. Te deixa mais leve.

-É...

-E com tudo isso, eu aprendi a ser mais forte. Aprendi a me cuidar sozinha.

-Mas ele era tudo o que eu tinha, Maggie. Era minha única família. -Senti a vontade de chorar voltando.

Não, você tem que ser forte também. Tem que aprender a lidar com esse sentimento.

-Você já se esqueceu que todos nós somos uma família?

-Não, só que... Eu cresci com ele. É diferente.

Ela concordou.

-Eu sei. Mas isso logo vai passar. Você querendo ou não Sofia, vai ter que aprender a conviver com a dor. Nunca, jamais, você o esquecerá, disso eu tenho certeza absoluta. -Uma lágrima solitária escorreu sobre minha bochecha. -Mas eu acredito que ele não ia gostar de ver você nessa situação.

Nisso ela tem razão. Daniel nunca gostou de ver eu chorando.

-Seja forte, siga em frente. Por ele. -Ela passou sua mão sobre meu rosto, secando a lágrima e sorrindo logo em seguida.

-Muito obrigada. -A abracei fortemente. -Eu me sinto muito melhor. -Sorri.

-Fico feliz em escutar isso. -Nos separamos e ela me encarou. -Está preparada?

-Sim. -Ela se levantou e eu também.

Saimos do trailer e começamos a caminhar. Pude ver Pedro vindo correndo em minha direção.

-SOFIA. -Ele gritou meu nome e me abraçou.

-Hey, que saudades. -Falei o abraçando de volta.

-Nem me fale. Mas e então, como foi lá?

Nos separamos e eu suspirei profundamente.

-Ah... foi...horrível. -Sorri fraco. -Ele... matou o meu irmão.

Assim que eu digo as palavras: Meu irmão; é como se desse um nó em meu peito.

Ele fica em silêncio ao perceber minha expressão.

-Me desculpa. -Ele abaixo sua cabeça. -Eu sinto muito.

-Tudo bem. -Falei para tranquiliza-lo.

The New World/ Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora