Capítulo 35

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Sofia narrando:

Eu simplesmente não estou conseguindo me controlar.

Já se passaram 3 horas do ocorrido e até agora não consigo parar de chorar.

São muitas lembranças que vem em minha cabeça e isso está acabando comigo. Saber que tudo o que passamos, não irá mais voltar, me faz ficar mil vezes pior.

A saudade que eu sentia dele enquanto ele estava no exército, nem se compara com o que vou sentir daqui pra frente. Pois eu sabia que mesmo ele estando longe, um dia eu o veria novamente. Já agora...

Caramba, tudo isso foi culpa minha. Eu matei meu irmão.

Por que eu não convenci Carl de ficar em casa? Por que eu o deixei vir até aqui? Eu não devia. Não devia.

Se não tivéssemos saído de Alexandria, nada disso teria acontecido.

-Anjo. -Olhei para cima. -Vem cá. -Ele me deu a mão e eu levantei. Logo em seguida o abracei e soltei exatamente tudo o que estava sentindo.

-Eu o matei Carl! A culpa foi minha. -Comecei a chorar desesperadamente em seu ombro. -Eu não devia ter deixado isso acontecer.

-Não. A culpa não foi sua.

Comecei a soluçar e o senti me apertando mais contra si.

-Eu nunca mais vou ver ele. Nunca mais. -Senti minhas pernas enfraquecerem.

-Ei, calma. -Ele me soltou e segurou em meus braços. -Eu não quero ver você desse jeito. Você é forte! E sabe disso.

-Eu não sou forte. Não mais. -O abracei novamente.

-Anjo, você tem que se controlar. Por favor. Por mim. Olha, se você desmaiar, não temos como cuidar de você.

Suspirei.

-Me desculpa. -Falei colocando minha cabeça próxima ao seu pescoço. -Me desculpa por ser fraca. -Mais lágrimas começaram a escorrer sobre minha bochecha, o que acabou molhando sua camiseta.

Ele ficou em silêncio, apenas acariciando meus cabelos.

-Olha, eu te amo, não quero que você se esqueça disso. Eu e o resto do grupo sempre vamos estar ao seu lado.

Concordei e me separei.

-Obrigada. -Tentei sorrir. Sequei as lágrimas e me sentei novamente.

Ele se sentou ao meu lado e pegou em minha mão.

-Você já é linda, mas sorrindo, fica mais ainda. -Ele falou o que me fez sorrir fraco. -Lembra da nossa promessa? De sempre ficarmos juntos.

Concordei.

-Então. Eu não vou te abandonar. Não é por que você o perdeu, que vai me perder também. Entendeu? Você tem a mim. -Ele pegou em uma mecha do meu cabelo e colocou atrás da orelha. Logo em seguida secou algumas lágrimas que ainda haviam em minha bochecha. -Eu te amo tá?

Sorri e olhei para ele.

-Eu também. Demais. -Ele sorriu e pegou em minha mão novamente. -Eu tenho que levar o corpo dele para Alexandria. Não posso deixa-lo aqui.

-Sim, eu estava pensando exatamente nisso... como vamos fazer?

-Não sei...

-Eu quero pedir perdão para você. -Ele apertou minha mão. -Foi eu que tive a idéia de vir até aqui. E se eu tivesse te escutado... nada disso teria acontecido.

The New World/ Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora